blog caliente.

30.3.06

besugo, tu e eu sempre na vanguarda da legislação

Ou a verdadeira história da génese deste blog, nunca contada mas que esta data histórica impõe:

I - A ideia inicial

Andava eu a arrastar o canastro no Leclerc de Lamego e telefona-me o besugo (acho que fui eu a telefonar, como sempre, mas tenho que dar a ideia de que ele também me liga de vez em quando):

-"Está, Alonso?
- besugo! Olha, estou em Lamego mas, para variar não te posso ir visitar porque ...
- Deixa lá isso, pá. Até é melhor assim, porque eu hoje vou ver um concerto alternativo ao Porto e tu atrasavas-me (além de me fumares meio maço). Mas não é por isso que te ligo ...
- Atão porque é?
- Oh pá, estava hoje sem nada para fazer e lembrei-me de criar um blog. Que achas?
- ... um .... blog?
- Sim, pá, qual é o problema?
- Nenhum, nenhum, mas ... que é que eu tenho a ver com isso?
- Olha, como tu escreves muito melhor que eu, pensei fazê-lo a meias contigo. Alinhas?
- E de que é que a gente vai falar?
- O que quisermos. Gajas, por exemplo!
- Mas ...
- E futebol, claro.
- Política não?
- Isso não, que senão a gente pega-se à estalada.
- Ok, então está bem ... acho. E vais convidar mais alguém?
- Não me lembro de mais ninguém. Porquê, tens alguma ideia?
- Um blog de dois gajos parece uma mariquice, ó besugo!
- Hmmmm ... és capaz de ter razão ...
- Então, convida-se uma chavala?
- Conheces alguma que escreva alguma coisa de jeito?
- Eu não!
- Pois ... isto assim é difícil ...
- Bem, besugo, a ideia é tua, o blog é teu, agora desembrulha-te. Depois diz-me quem foi a miúda que convidaste.
- Ok, depois eu falo-te.

II - O Convite

- Tou, lolita?
- besugo, estás bom?
- Estou. Incomodo?
- Não. Estava aqui a olhar para o molhe ...
- Ahhh, ok. Olha, gosto muito do que escreves no forum de cultura do sapo e pensei fazer um blog com o Alonso e contigo. Que achas?
- Excelente ideia! Mas olha que o fórum a que te referes é o de puericultura!
- Isso! Aceitas, então?
- Claro. Posso pôr fotos do molhe lá no blog?
- Podes, podes. Está ok. Eu depois mando-te então o mail com o convite.
- Tá, adeus!


Feito o relato, resta concluir: O blogamemucho, pelas melhores razões, tem 33,33% de mulheres nos seus contribuintes regulares. Nós cá somos muito modernos, e compreendemos a necessidade de potenciar o fim das injustas discriminações e preconceitos que ainda hoje impedem as mulheres de alcançar a verdadeira paridade connosco!

Bem hajas lolita. Sem ti, seríamos um blog retrógrado. Ah! E não misto ...


Agora vou ali para o bunker, que a borrasca no horizonte avizinha-se poderosa!


O homem do Sumol Light? Brincas?

Tu, besugo, como booker de uma agência para angariação de betinhos de aparelho do CDS-PP serias uma catástrofe.

O Pires de Lima tem pose de betinho até ao tutano. Tu estás, enfim, a confundir um queixo projectado com o must dos soquetes pretos.

Saia daí, depressa, homem!

O PP quer, agora, ser um partido sexy.

Aquele gajo puto, feio e magro, de cabelo lambido e de óculos, o Magalhães, esse, o que aqui pus no outro dia, agora não ponho aqui fotografias durante 548 minutos, devia andar de minissaia e pulverizar os sovaquitos frouxos de um "Escada" qualquer. Aquele lilás, pode ser esse, o que cheira a invernia, enjoativo, próprio para meninos coriáceos que gostam de falar. Ele tem ar de quem gosta disso, de falar, de enjoar, reios ma pertem.

O Pires de Lima não sei o que anda ali a fazer, no meio daquela malta finita e finita, o tempo e a grossura pressupostos, claro. Palavra de honra.

Trovante

Toda a gente sabe, lolita, que o Faria, acho que Manuel Faria era (e é) o nome dele, era "o Trovante" (não é "os", é "o", eu sei, que o comuna aqui sou eu).

Também sei, mas não é por ser comuna, que o João Gil são três Represas. E que a criatividade do Represas não atinge, sequer, uma espécie de "um sexto da do Gil", isto nos melhores dias do Represas.

O Represas é um excelente cota guedelhudo, isso não discuto. cada vez parece mais a Malvina da "Gabriela", em gordo flutuante. Mas, sozinho, nunca teria passado dum "controlado" da Zita Seabra, isto antes de ela decidir passar a ser o Coronel Coriolano.

Chama-me Nacib, se quiseres. Desde que pagues a despesa...

O desenho que gostava de ter sido um pedacinho de lixo virtual

"Caro F.,

Em anexo remeto-lhe um crockie do percurso até às nossas instalações.
Se ainda assim tiver alguma dificuldade, p.f. ligue-me.

Com estima,
"
(assinatura ilegível)

Assim como a Baía de Cascais

Luis Represas no CCB, com um concerto do tipo "ó tempo volta para trás". Provavelmente os Trovante cairiam de maduros, se persistissem em existir até ao século XXI, mas tiveram a sorte de se fazer coincidir com uma época em que ainda se gostava do neo-folk ou patchwork. Trauteava-se com gosto e os rapazes eram bonitos. E nós éramos todos menos empertigados. Enfim, basta pensar no Represas, auto-proclamado representante português para o intercâmbio cultural luso-cubano. E eu aqui a lembrar-me da inenarrável Hora do Lobo.

29.3.06

Ler as coisas todas ou ao menos algumas

Em tempos, Miguel Esteves Cardoso exortava os portugueses a ler. As exortações dele eram como todas as outras coisas dele: boas, bem escritas e para não levar a sério.

Uma pessoa que levasse a sério o MEC tinha um problema ou dois.
Tinha um problema se fosse homem (é o meu caso, sou um homem permanentemente escamado, um besugus erectus, há muito tempo, "ok, arma-te para aí!", mas sou, pronto), que era o de pensar que ele (o MEC) pensava muito nas coisas e que aquilo que ele dizia "era mesmo assim".
Tinha dois problemas se fosse mulher: além do primeiro problema, ainda havia gajas que queriam papar o gajo, embora ele seja bastante feio. Isto acontece muito com as gajas. Há gajas que , de vez em quando, resolvem apaixonar-se por gajos feios. E passa-se com alguns gajos feios, os que nasceram com o "ailleron" voltado para o satélite. Nunca hei-de entender isto bem, mas eu não sou crítico, eu só ando aqui também, mais nada.

Bom.

Ele, o MEC, chegou a exortar os portugueses à leitura, isto feito nos seguintes moldes: que era melhor lermos os rótulos dos produtos que, geralmente, se encontram nos WC - públicos ou privados -, aqueles dos desodorizantes e dos "collants", do que estarmos ali assim, sentados e com cara de imbecis, sem fazer (mais) nada. Disse mais coisas: falou sobre a atitude dos portugueses nas praias, nos comboios, nas paragens de autocarro, reparando que eles (nós) estão ali, geralmente, a olhar uns para os outros ("a ver se nos lemos em lugar de ler").

Ora bem. Agora vamos à parte em que temos de admitir que João Pedro George (que tem um blogue, mas eu não ponho o link porque ele não me lê, porque não me linka, porque toda a gente sabe qual é o blogue dele, e (supra tutto) porque eu não falo para ele, sobretudo isto, falo para quem me lê, falo para mim) não leu MEC ou, se leu, tresleu. Leu mal. Leu-se, só.

O professor de "não sei bem o quê, mas parece que é indispensável" dedicou-se a ler a obra toda de Margarida Rebelo Pinto. Eu não o fiz. Não li nada dela, mas tenho cá tudo. Mas eu não sou "professor disso, nem professor de nada". Hei-de ler um dia, a ver. E que fez o professor, sobre isto?: escreveu um livro (que deve tencionar vender e ganhar lecas) em que exorta os portugueses a não ler nada que não lhe passe pelo crivo (dele, do professor) microscopicamente poroso.

Ora, o que é um crítico? É um boi. Basicamente, "basiquement", de forma rasteira, um crítico é um mamífero que ingere pasto (e, às vezes, paga-o, nem sempre lho dão à boca), que o deixa ir até ao barrete e ao folhoso, aquela complexidade bovina que se simplifica nuns golpes de navalha e, depois, já em forma de mistela, o regurgita para a boca, para o mascar tranquilamente, de novo, com um olhar plácido de "já que ingeri esta merda, agora vou mascar esta merda outra vez: faz de conta que para mim é tudo chiclettes".
Os bois estão sempre com aquele olhar crítico de quem procura vislumbrar um palácio, enquanto "remascam" produtos execráveis de digestão, diante de choupanas.

Espero que o livrinho em que o professor se limita a tentar "ganhar mais algum dizendo mal de quem, não sendo (eventualmente, eu não li) grande merda, faz merda que julga nova", venda muito. Será sinal de que os portugueses - e as pessoas em geral, mesmo as pessoas espanholas, que acham que ler é, basicamente, mamar pastilhas - passaram a ler mais.

Como queria o MEC, afinal. Queria, e bem, que se lesse mais. "Leiam, animais! Nem que seja merda, leiam!", berrava ele. E berrava bem.
Apesar de eu insistir nisto: o MEC levava-se a sério, mas menos, muito menos, do que quem o lia, do que quem o lê e, fundamentalmente, muito menos a sério do que qualquer "crítico" se leva a si. E a ele.
Claro, há aquela lamentável excepção da "Escrítica Pop", mas aquilo valeu sempre, apenas, por subentender, foneticamente, "escroto".

Se não acreditam perguntem-lhe. Há-de dizer, o mentiroso, que não teve nada que ver com isso e remeter-vos-á à sua aunt Fanny. Ou assim.

Gostos muito dedicados, teimosos.

Gastam-se mais aqueles que tratam de cada assunto, de cada pormenor, de cada pessoa como se fosse a primeira vez que o fazem, como se de cada vez aprendessem de novo tudo o que adquiriram por experiência anterior que, por princípio de consciência e por cautela, nunca tomam por certa. Gastam-se, porque se esgotam nos outros, no cumprimento da missão que interpretam para si ainda mais abrangente do que ela pode ser, acreditando que podem ir além do que já sabem e do que podem. Esperam, como retorno, apenas o resultado a que se dedicaram; embaraçam-se com um simples "obrigado", se o pressentirem sentido. E duvidam, duvidam sempre e muito, sobretudo de si e do que são capazes, ao ponto de só darem conta de que encontraram a solução das suas equações solitárias muito depois de, sem saber, fazerem alguém sorrir, reconfortado.

Olhar só duas vezes, não três.

São os olhos.
E a boca.
E o resto, eventualmente.

É, foi gralha, foi gralha, foi gralha, é, foi.

Não sei se Petrarca confundiria sobrancelhas (e, mesmo, cenho), com vasilhas de madeira. Mas é possível que sim, que Petrarca fizesse bolinhas de sabão directamente de solução contida numa "celha" (ou numa "selha", indiferentemente), desde que, ao canudinho de assoprar, o sentisse a gosto das beiçolas suadas. E, praticamente, gregas.

Interlúdio musical

Enquanto a lolita (e, provavelmente, o alonso fará o mesmo) esfrega as mãos para me degolar, eu deixo aqui dois pequenos apontamentos de reportagem. Sim, que eu, em catraio, dizia que gostava de ser jornalista, mas os meus pais ensinaram-me cedo que devia lavar-me todos os dias e tentar dormir descansado todas as noites; e eu tento, ao menos, andar lavadinho.

Bom.

1 - Hoje, enquanto almoçava uma sopa tardia, fui vendo aquele programa da Ana Sousa Dias, aquela senhora que, recentemente, o professor Marcelo dispensou - não admira, ele devia ter ali era um clone com controle remoto, o controle nas mãozinhas dele, do professor -, em que se entrevistava (e que bom entrevistado ele é!) um tipo dos seus 27-28 anos, velejador solitário e com tripulação, de seu nome Ricardo, filho do tipo que colocou o "E depois do adeus" no prato do gira-discos lá da rádio em que trabalhava, naquela madrugada que revolta, agora e desde sempre, as tripas ao "gungunhana da Madeira". Estive ali a comer a sopa e a escutar um tipo que gostava de conhecer e a quem gostava (sacana do puto) de fazer perguntas. Sobre o mar, sobre estar lá, sobre estar lá sozinho, sobre os medos e as conquistas dos medos. Julgo que se chama Ricardo Dinis, mas não tenho a certeza,

2 - Hoje, depois do Benfica, espreitei um circo em que participa aquele tipo que não se sabe bem se atraca de pôpa se de proa, nem mesmo se, sequer, atraca; o Castelo Branco, o ... enfim, esse.
Vi-o a lidar com elefantes, comentaram comigo que ele vai andar por ali uns dias e, sem desejar aos dignos proboscídeos circenses nenhuma maleita ruim, mantenho, desde hoje, uma secreta esperança. Uma espécie de "fétiche" que envolve a tromba dos elefantes e o plexo hemorroidário do execrável andrógino (se eu não estiver enganado e aquilo, afinal, não passar de mais uma she-male feia e decadente).

Errata

Onde se lê "clínicas privadas", ali em baixo, leia-se "clínicas médicas privadas".
E onde se lê "consulta" leia-se "consulta médica".

Espero, com estas ligeiras correcções, ter ajudado o besugo na hermenêutica do meu texto.

P.S. Depois mando a nota de honorários, prometendo esforçar-me por tomar os bons exemplos da medicina privada. Cumprirei os "kapas" mas debito a gaze esterilizada à parte. OK? Sendo assim, conta com mais uns 30% em cima. Mais IVA e gastos gerais.

Kapas

Não percebi nada do que escreveste, Lolita.
Noventa euros por uma consulta médica (é médica, não é?) é o quê? Dezoito contos.
Bom, há-de ser a tabela. Há-de haver aí "os kapas", a tabela dos "kapas", há tabelas, informa-te.

No meu hospital (que cada vez há-de ser menos meu, e ainda bem, para toda a gente andar mais contente, que é o que eu mais gosto), se tu tiveres um amigo que tenha um cancro e o levares lá, à minha consulta (o que pressupõe que confias em mim, mas isso não deve depender do que eu levar por consulta, ou deve?) ainda consegues tratar o teu amigo de borla, que o meu hospital (está bem, não é meu, será cada vez menos, eu sei) não lhe leva cheta. Nem taxas moderadoras pagaria, isto para já, o teu amigo, o que é uma excelente medida para ele. Mas má para o mercado, admito: a mim ensinaram-me que o mercado é onde se vende hortaliça e fauna piscícola, mas eu sou um grunho, tu desculpa isto, eu já começo a perceber que o mercado é o mundo inteiro, já sei quem são os mercadores, os mercantes e, repito, tenho ideia cada vez mais firme do que são as mercadorias.

Mas, ao menos, já que há mercado, que haja tabelas que o regulem, que o não deixem ao "deus daria", ao menos para que quem preferir alimentar "lucros obscenos", como tu dizes, saiba, ao preferir isso, ao que vai e com o que pode contar. Sem ser forçado, na hora da decisão, a fazer contas à vida inteira e a hesitar entre o mais barato e o mais caro: com medo de, pagando menos, ser pior servido; e, pagando mais, ganhar apenas o direito de poder berrar mais alto na barra dos tribunais, alimentando serviços (ainda por cima) "não tabelados"...

Tu sabes, aliás, que eu é mais "kapa zero": por mim não se "kapava" ninguém, muito menos assim, quase rente.

Noventa euros por uma consulta? Ora bolas!

Sem me alongar muito no contraditório - que seria fastidioso - sobre a liberalização dos honorários dos advogados, lembro apenas ao besugo que nem sempre a livre concorrência é nefasta. Não para todos.

As clínicas privadas, por exemplo, não encontram razões de queixa. Cobram como entendem e o que querem, até porque alguém há-de pagar-lhes: seja o paciente, seja o seguro do paciente, seja o SNS - com a vantagem de poderem conciliar a mercantilização do serviço com uma aparência de solidariedade social.
Sabe-se, claro, que a oferta na saúde é escassa e que a procura é mais do que muita; e sabe-se, também, que quando o orçamento escasseia corta-se nas despesas com o contencioso, mas não se corta nas despesas de saúde. E os operadores privados, aqueles que alegadamente complementam os hospitais-empresa e o SNS, hão-de ser, a par da banca e da EDP, os únicos privados que apresentam lucros expressivos (para não dizer obscenos).

Quanto aos advogados, isto não é nada de novo. A Ordem só veio sancionar aquilo que a prática ditava há muito. Daí que ninguém pagará mais do que antes.
Sossega, besugo. Poderás, como tencionavas, processar o Benquerença por um valor que dantes já era razoável. Agora também é competitivo...

Boa!

E não é que o Benfica esteve bem?

Quero lá saber que o Barcelona seja melhor, que tenha jogadores mais talentosos e mais caros, que possua um treinador que usa "rastas tímidas"? Que me importa que, às tantas, o Benfica tenha estado com "nervoseira lusitana" e que, eventualmente, com "nervoseira lusitana" ainda maior, perca lá, na Catalunha? Nada.
Hoje esteve bem, gostei.

Há diferenças subtis entre os dois clubes que me fazem dizer isto.

O Benfica tem a mania que é maior que Portugal inteiro. E não é. Eu, disto, não gosto. Mas, ao menos, não renega a Pátria e integra-se nela nas vitórias e derrotas com os estrangeiros. Ou seja, consegue-se ficar contente com eles, da mesma forma que é possível ficar-se irritado com eles, vomitar com eles, em cima deles, chamar-lhes nomes feios. Peneirentos, por exemplo. Lampiões. Bois, se calhar ser em jogo interno.

O Barcelona, que também pensa que é maior que a Espanha inteira, renega Espanha. Duvido que haja muitos espanhóis que não sejam dali, da Catalunha, que gostem do F.C. Barcelona. Há-de haver alguns na Comunitat Valenciana, alguns galegos antigos daqueles com os olhos semicerrados para aquém do Minho, que os há e, sinceramente, há-de haver poucos mais.

Benfiquistas: eu detesto-vos a quase todos (excepto aí a um milhar e meio de vós que, se calhar, ainda por cima, sois tão sacanas como os outros todos, mas pronto) profundamente. Mas quando fordes a Barcelona, caramba, até os comeis. Não disse comemos porque eu, coisas que aprendi em puto, para já, só como aquilo que como: não considero comido tudo o que me vem na ementa; nem costumo saborear o que vem no prato dos outros, como se fosse o meu prato.

Um encore da Crystal Gayle, agora a solo



Don't it make my brown eyes blue

Há uns trinta anos atrás, ouvíamos música em LP's, num gira-discos que, na época, era topo de gama e que estava fechado no escritório ao lado da sala de estar, para que os putos não lhe encurtassem (demasiado) a existência. Foi nesse gira-discos, de um LP do "best of seventies" (ou parte deles, enfim), que ouvi esta música pela primeira vez. Esqueci-me dela e esqueci-me da Crystal Gayle até a ouvir com o Tom Waits naquele "I wish I had a dollar".

Estranhamente, recuperei-a da memória profunda por causa de uma ida ao dentista. Aí está ela.

Thumbs up (yours)

Concordo com isto. Ou não, mas isso não me preocupa: o que eu gosto de ver é gente contente, concorde eu ou não com a fonte da alegria.

Nada de tabelas. O mercado autorregula-se. E regula a mercadoria.

28.3.06

O tempo pára tarde

E depois há os dias seguidos, uns atrás dos outros, cada um atrasando-se por causa do anterior, transidos de trabalho, de neura, de medo de não chegar o tempo, e o tempo que se precisa para pensar esvai-se, foge, quando sabemos dele já se foi, perdido algures em desperdícios de qualquer coisa. Queria poder usar o tempo para acarinhar, partilhar coisinhas, brincar, rir, cansar-me de rir e no fim adormecer, no conforto que os filhos dão às mães quando se sente que eles têm tudo o que elas querem que eles tenham. Mas o tempo perde-se, em cada segundo de silêncio calado, entorpecido do cansaço, cada segundo melancólico pelo anterior que já se foi, desaproveitado a mastigar o dia esboroado, agora maior, que atraiçoa por iludir nas horas que ainda se tem para correr.

Eureka! (acho eu...)

Serve esta para encerrar o capítulo "Um Lola T-70 verde clarinho, ó besugo?, mas afinal onde é que tu o viste?" e, também, para reparar uma indelicadeza grossa, mas que foi sem querer.

Começa-se pela reparação: eu tenho andado aqui a colocar fotografias que não são minhas e já devia ter-me lembrado de devolver o mérito a quem o tem. Foram fotografias surripiadas daqui e daqui, sobretudo. Tem coisas muito engraçadas (para quem gostar, claro) sobre os antigos circuitos de Vila Real, sobretudo entre 1967 e 1973 (o "site" é o mesmo, aliás, em alguns casos basta mudar o ano do endereço para nos deslocarmos na memória)

Quanto ao "carro verde clarinho", acho que o descobri. E agora já não me admira nada a confusão, nessa altura ainda era mais cachopo do que pensava: vi-o, pelo menos, em 1967 e 1969.

Por e-mail, ainda me lembraram o David Piper, que, de facto, chegou a correr num Ferrari verde; mas era um verde mais escuro, fui espreitar imagens "googlianas" e não me pareceu. Nem sei se levou esse carro a Vila Real, levou outros, esse não sei. E, além disso, eu achava, francamente, que o meu "verde clarinho" era um Lola T-70, são aquelas coisas que nos ficam na cabeça de putos, sem se saber bem como. E também cheguei a pensar que tivesse sido pilotado pelo Jorge de Bragation, mas isso eu explico com o facto de o tipo ser um "habitué" de Vila Real, sempre com boas provas.

Mas não, acho que agora bate tudo certo. O Lola T-70 era guiado por um tipo sul-africano chamado Michael D'Udy, era verde clarinho, sim senhores, e era este aqui em baixo. Só que é descrito (no sítio donde retirei a fotografia, um daqueles ali em cima) como "verde sabonete". Enfim, lá está, é clarinho...


27.3.06

E pronto, o que ele gosta é da Lola

Não me refiro à nossa lolita, de quem ele gosta e eu ... enfim ... também.

besugo, o teu problema é que és muito novo. E não te lembras, nem podes, de 1971, o último ano em que eu fui a Vila Real. Nesse ano, andou lá um Porsche 917 verde (escuro), guiado pelo Nicha Cabral. Ficou em segundo, não obstante ser o carro mais rápido em prova.

Olha lá outra vez para a "fronha" inconfundível do 917 e não me voltes a confundir o mesmo com um Lola (nada contra os Lolas, note-se ...)


PS - besugo, o melhor antídoto para qualquer confusão entre o 917 e outro carro qualquer é o filme "Le Mans" do Steve McQueen. Se quiseres empresto-to.

E pronto, que eu gosto é da bola



Já agora, para acabar de vez com esta "lacrimejância" antiga, este é o Lola T-292 do Carlos Gaspar, que ganhou em Vila Real, em 1973. E acabaram de me dizer que ele, o Carlos Gaspar, está vivo.
Ora ainda bem.

Bolas, isto é como as cerejas...


Enfim, tudo isto por causa dum e-mail que recebi, que não transcrevo, apenas, porque não tenho autorização do remetente para isso, em que me eram apontadas as incorrecções que, agora, às tantas mal, tentei compor.

É curioso, ainda me fica uma dúvida, cada vez maior: Jorge de Bragation era mesmo o tipo que guiava o Lola T-70 verde clarinho de que eu me lembro, ou julgo lembrar-me? Ou será que sempre guiou o Porsche amarelo e branco, e o tipo do Lola T-70 verde clarinho era outro qualquer, cujo nome já me escapa?

Um Lola T-70, de qualquer maneira, é aquilo ali em cima. Disso tenho a certeza. E também correu em Vila Real. Mas não era a este que me referia.

26.3.06

Correcções


Fiz figura de nabo, o que nem sequer é novidade. Fiei-me só na memória e ela era, neste caso, antiga. Serve de atenuante.

O Carlos Gaspar ganhou algumas corridas com Lolas (o T-280 e o T-292 -com este fez boa figura nos dois litros em corridas lá fora, em Spa, por exemplo), com um Ford GT-40 e, até, com um Alfa Romeo vermelho; penso que um Giulia GT (havia o Giulia Ti, também, salvo erro, mas ele era com um GT).

O Lola T-70 que eu vi em miúdo era conduzido pelo príncipe Jorge de Bragation e acho que era este aqui em cima.
A fotografia é a preto e branco, se fosse a cores eu tinha a certeza, porque me lembro que era verde-clarinho. Ele depois veio a Vila Real com um Porsche 908 (ou foi antes?), na verdade ele vinha quase todos os anos, mas acho que o Lola T-70 era este. E nunca foi guiado, salvo novo erro, pelo Carlos Gaspar. De facto, não foi. E, às tantas, aquilo é mas é o Porsche... que nervos, pá!

Que, aliás, era (o Carlos Gaspar, que ainda será vivo?, espero que sim) engenheiro, tinha falta de dedos na mão direita e era (e ainda é, espero eu, repito) irmão daquela locutora da RTP que carregava nos "erres", a Maria Margarida.

Enfim, isto interessa pouco, quase só a mim, mas agora penso que está (ao menos) mais certo.

Olha, mas se calhar este era um T-280. Não? Era 292? OK.



Donde se via bem era da Timpeira. Ou das boxes.

Eu não via das boxes, via da Timpeira. Era donde se via melhor. Ou das boxes.

Composturas

Eu ainda sei distinguir um Porsche 917 dum Lola T70. Palavra. Há sinceridade na blogosfera, eu incluído nisso.

O problema é que o Lola T70 do Jorge de Bragation, esse príncipe, era verde, clarinho. E o carro que o Alonso ali pôs é clarinho, também, embora seja azul. E não se consegue fazer quase nada com um Porsche, eu incluído nisso, aliás, senão guiá-lo ou admirá-lo. Não há mulher nenhuma com um nome parecido com Porsche, além disso tudo; só se for Porcia, mas isso é um nome fatela, eu incluído nisso, que sou uma espécie de tumor benigno com alguma metaplasia.

E, além disso, eu era muito puto, nesse tempo. Quase tanto como sou hoje, que a putice não é intemporal, isso é certeiro, mas eu não tenho culpa de a maior parte das minhas coisas (eu incluído nisso, já destrutivamente mais displásico que metaplásico) serem, para mim, "como se fosse hoje".

Logo hoje, que até muda a hora. Arbitrariamente, hoje muda a hora. Ainda bem que muda, mas é só porque a mudaram, antes, para a frente que ainda bem.
Eu incluído nisso, sim.

E por falar em porta-chavez

Hugo Chavez, essa espécie de Alberto João sul-americano, anda a coleccionar epípetos simpáticos que tem dirigido a Bush. Desde burro a alcoólatra, passando por assassino, há de tudo.
Aguardemos, pois, para saber quando é que o eixo do mal passa a ter mais um vértice em Caracas.

Também há em porta-chaves

Só agora tenho a oportunidade de vir aqui congratular-me pela foto do Mantra, Vauxhall, Porsche, Lola (estou fortemente tentada a acreditar mais nesta hipótese) ou seja lá o que for, aquela foto que o Alonso publicou ali em baixo.

Repare-se no pormenor da imagem beata do Steve MacQueen na parte superior do caixilho, a fazer recordar um daqueles santinhos que se compram em Fátima nas lojas de recuerdos.

Pensar, professor, pensar...(*)

O Francisco escreveu a explicar por que é que ele igual à maior parte das pessoas, eu incluído nisso, penso eu. Isso é bom.

Não é bom que ele seja igual à maior parte das pessoas, eu incluído nisso, penso eu. Não. Isso não é bom nem é mau, só por si. É assim e pronto, é lá com ele e com a maior parte das pessoas, eu incluído nisso, penso eu.

O que é bom, isso é mesmo bom, é que ele explica bem. Explica melhor do que a maior parte das pessoas, eu incluído nisso, penso eu.

Quanto ao Altino, vou telefonar. Claro que vou. Para nada? Perfeitamente. Eu sei que a maior parte das coisas são, mas isto dito assim, perfeitamente a seco, para nada. Mas vou telefonar na mesma. Como a maior parte das pessoas, eu incluído nisso, penso eu.

(*) O Astro. Professor Herculano Quintanilha. Cuoco. Enfim, problemas antigos.

24.3.06

Esguichos de besugo

Veio aí o Alonso e fez-se dia, eu gosto muito do Alonso, é meu amigo e é um tipo muito bom e esperto, e eu sou muito amigo dele, sem ser assim demais, aliás pouco nos vemos, tenho outros amigos assim, mas tenho menos do que já tive, paciência, azarelho, como o Alonso ainda não me ralhou, nem a Lolita (enfim, não me ralhou muito), nem outras pessoas boas que eu conheço, ainda fico por aqui, a menos que me corram agora e, nesse caso, eu falo com um tipo que conheço, um tipo perigoso e influente que faz as limpezas (e, até, uma espécie de contabilidade, ah!, pois é!), no Tribunal Constitucional, ou no aquário Vasco da Gama, há lá mais besugos, eu já nem sei bem.

Bom.

E o Steve McQueen era muito novo quando morreu e guiava excelentemente, muito melhor que o Alonso, e era um bombeiro do caraças na Torre do Inferno, grande e monumental saga, com o Paul Newman, outro grande "racer", esse ainda hoje guia bem, e é (talvez) o homem mais bonito do mundo, sim, eu sei, muito mais bonito e muito mais tudo do que eu, aliás eu gostava de ser ele, se pudesse, mas era desde sempre, não era só agora que ele é quase o meu avô, era sempre, mas eu também não guio como o Steve McQueen guiava (às tantas nem agora...) e como o Paul Newman ainda guia, eu só guio melhor que o Alonso e que a Lolita, isso guio, mas isto é subjectivo, sobretudo se o Alonso for Fernando e, aqui, a Lolita e o Alonso hão-de sorrir um bocadito, mas pronto, eu gosto que as pessoas sorriam, mais vale isso que chorarem, a não ser que lhes apeteça, e o Altino disse que eu era um cavalheiro e eu não sou, ele não me conhece e eu gostava que ele me conhecesse e de o conhecer a ele, mas não pode ser, que depois estraga-se tudo, nunca estamos à altura de nada, quando nos mostramos acabamos por, não tardando nada, termos de nos demonstrar, e por isso é que eu hoje não fui capaz de responder nada de jeito àquela senhora que me agradeceu uma merda qualquer que não interessa nada, tantos "nada" seguidos, porque o que interessa é ver o que ela tem para me dizer quando perceber que eu não chego para tudo, quando se demonstrar que eu não chego para nada, outro "nada", merda para isto, que às vezes nem sequer chegar, de todo, me apetece.

De qualquer maneira, o carro azul que o Alonso ali pôs parece-me um Lola.

Viste, Lolita?, mesmo que o carro não seja um Lola, há um carro (ou havia, o Carlos Gaspar guiava um, até guiou dois, um deles era um T-292, team BIP, outro era um T-70, mas também o vi num Ford GT40 vermelho, eu era muito miúdo, mas decorava tudo, diziam que eu tinha boa memória... ou era o meu irmão?, já não me lembro, fosse como fosse, memória não é inteligência, é uma função acessória dela, uma espécie de cinto foleiro para calças muito largas na cintura) com o teu nome verdadeiro.

23.3.06

Agora é que o aspecto deste blog vai mudar!


Para além de Baías, Ricardos e outros "quejandos" como eles, agora os estimados leitores passarão a poder ver, também, máquinas interessantes e, bem assim, algumas outras personagens como - neste caso - o Steve McQueen, que para além de actor, foi piloto.

Não aplaudam, nem agradeçam. É um serviço proporcionado pelo departamento "snob" do blogamemucho.

Parabéns ao Clube Recreativo, Desportivo e Cultural do Bairro de Santa Efigénia dos Mártires da Igreja de Constantinopla

Achei o 38-0 contra o Unidos de Vale de Maçãs uma grande injustiça!

E mais, o árbitro marcou 4 penaltis sem justificação nenhuma. O ladrão.

Mas a vitória moral é nossa, é do CRDCBSEMIC!

PS - Vocês os dois ... francamente ... eu ia ficando com uma lágrima no canto do olho

Parabéns ao Sporting

Uma vitória é sempre uma vitória.
Mas uma vitória em penalties é uma vitória um bocadinho menos saborosa do que se fosse feita da vantagem dos golos, sempre que duas equipas ombreiam no mérito da insistência no ataque e na teimosia dos cortes na defesa.
Eu gostava que o futebol não fosse feito de Olegários e de teóricos da olegariofrenia, nem de energúmenos cuja existência se cumpre a lançar bolinhas de fogo para o relvado, ou de cachecóis a destilar ódio em vez de amor ao clube.
Quem mereceu a vitória soube, digo-o com a certeza absoluta, merecê-la se percebeu que ela andou errante, sem destino, até ao último penalty. Nunca há glória para os derrotados, mas a glória dos vencedores é maior quando, apesar de merecida, é disputada em cada segundo de jogo.
Até o Ricardo, veja-se, brilhou.
Mas faço notar que não gosto do Caneira. É torto.
Pronto. Ganhámos. Sabe bem.

Parabéns ao Porto

Gosto muito do Sporting.
Não me apetece dizer mais nada.

22.3.06

Ela move-se!

Aconselho os jogadores do Sporting a terem em atenção o seguinte: a bola, amanhã, não pode limitar-se a ultrapassar a linha de golo do FCP. Sobretudo se estiver na baliza dos "dragões" aquele guarda-redes que ficou conhecido (em Barcelona) como o "manos de mantequilla". A bola, rapaziada, em jogos desta natureza psicadélico-andradiana, tem de bater nas malhas e, melhor do que isso!, tem de lá ficar, enrodilhada, no mínimo durante dezassete segundos (para os próprios comentadores televisivos de serviço não considerarem o lance duvidoso), duradoura e redonda testemunha de si e do seu destino.

Isto porque o árbitro é aquele que, no ano passado, revolucionou as leis do futebol, exactamente esse em que estão a pensar, o que definiu como "linha de golo" uma linha imaginária que passa sempre mais atrás da bola, nem que isso seja em casa do... enfim, chega, já se percebeu, vamos ter o Benquerença.

Parece nome de freguesia rural, sem o apito. Com o apito também.
Vamos ser urbanos, sim, lolita?, admite isto, ao menos.

21.3.06

Esguichos de besugo

O governo lá vai governando (ah! a difícil governação, meu Deus!) e a oposição de direita (leia-se o PSD, ou seja, os confrades quase iguais ao litro e, já agora, leia-se também o PP, os mais pequenitos, que também não são muito diferentes dos outros dois excepto no fenótipo, que é mais confrangedor, embora se tenham especializado mais como hienazinhas, uma espécie de viabilizadores de carne podre "à babugem" da babugem - leia-se, por segunda "babugem", carne podre, já agora - dos outros) está a confabular. A contar espingardas. Não para se opor melhor, que não se opõe a nada de jeito, mas para "se posicionar". Para já, posiciona-se de cócoras. O PP é mais de cu alçado, mas isso tem sido sempre, sobretudo desde que tem lideranças alternativas.

A oposição de esquerda não sei, não tem feito congressos, nem grandes tropelias. E, mesmo que os fizesse, acho que lhes ligava o que ligo a estes: poucachinho.

Uma vez que o discurso das oposições (todas) parece aceitar como primado insofismável e, provavelmente, insuflável (com as nuances inerentes à histeria pontual do histérico de serviço), que é a economia (essa ciência que se autonomizou das restantes ciências da restante criação porque, não tendo originado a fome, a perpetua às bolinhas, e soube insinuar-se como indispensável à criação inteira, como se fosse ela o ar que a criação respirasse, mas não é, não é, o rei vai tão nu como vai sempre nu um rei, que é isso, um rei?!, por isso a criação cada vez mais a detesta, à economia, mais aos seus arautos e chulecos, não o dizendo alto porque ainda é cedo) a nossa nova mãezinha, eu, que gosto pouco de madrastas, afirmo aqui, neste lugar sacrossanto e ainda livre (e, no dia em que não for, passarei à luta armada, tenho ali uns tacos de baseball que são fixes), que as oposições e o governo não passam, evidentemente, de aleivosas ajeitadinhas mas muito anancásticas, muito "sempre a fingir missão, de coxa aberta".

Sou amigo de alguns economistas, parente (acreditem!) de um ou dois, gosto de outros que nem sequer conheço, mas deve ser porque nenhum destes, dos que agora falo, empunha a economia como se fosse uma cruz, um crescente, uma espada, um estandarte maior que o que se enxerga, uma bala de oxigénio para quando aperta o peito.

Viva o Sporting. No fundo, era isto que eu gostaria que retivessem.

"Hádes" ganhar é juízo.

Eu sou portista por inerência do local de nascimento, enfim, sabe-se que os clubismos não se escolhem, impõem-se-nos e colam-se à nossa identidade como os restantes sinais de nascença. O clubismo é, assim, um acaso de tempo e de lugar que cada adepto constrói, depois, como um afecto incondicional e fervoroso. Daí que se perdoem os treinadores de bancada, os maus perdedores, os pessimistas, os fanfarrões e, até, as sinistras claques dos clubes (curiosamente semelhantes, em parte, às tunas universitárias).

Posto isto, constato que, no fundo, o besugo enunciou pressupostos neste post aqui em baixo. Sabe-se que os pressupostos são, quase sempre, um instrumento imprescindível para aferir e compreender possíveis desvios entre o que estava previsto e o que efectivamente se passou. Pretende o besugo, assim, estabelecer as prévias condições adversas ao Sporting que, em caso de vitória, a engrandecerão e que, em caso de derrota, a justificarão. Isto, note-se, pode muto bem ser uma revolução na sociopatologia aplicada ao fenómeno futebolístico, parecendo evidente a existência um novo tipo, até hoje não investigado, de adepto de futebol de que o besugo pode muito bem ser um exemplar pura raça: o exorcista.

Eu, como portista acidental, enumero a seguir, não os pressupostos da disputa, mas antes algumas hipóteses alternativas (o que fará de mim uma adepta apenas confiante*):
- Amanhã ganhamos.
- Amanhã ganharíamos mesmo que fosse em Alvalade.
- Amanhã ganharíamos nem que tivéssemos um jogo por dia desde o Sábado passado.
- Amanhã ganharíamos nem que o relvado estivesse cheio de pregos.
- Amanhã ganharemos. É fatal.

Um portista não pressupõe, não justifica nem filosofa. Acredita. Vai à luta. Vai à Lucho.

*Extremamente confiante, pronto. OK.

Calhou assim, está bem, pronto...


Pensei que, em se tratando dum jogo de Taça, daqueles em que fica tudo resolvido no mesmo dia, no mesmo lugar, logo com prolongamento e penalties (se for o caso), as coisas fossem diferentes. Mas não são.
O campo é do Porto, o jogo é no campo do Porto, a maioria dos bilhetes (a imensa maioria) será para portistas. Não há cá divisão equitativa de entradas para a festa da Taça, meus senhores, isto é mais um jogo do Porto em casa.
Sorteios? Eu sei que são sorteios;até sei que poderia ter saído ao contrário: estaria mal na mesma. E também sei no que podem dar as sortes, vamos a ver no que elas dão. As sortes são, entre outras coisas, isso mesmo: as sortes.

Para já, digo isto, leões da minha alma: podemos ser poucos, amanhã, a acompanhar os nossos; mas, caramba, vamos lá de peito feito, até os comemos!
Força e calma. Força calma. Calma. Força.

Ilha

Quem chega à ilha, estrangeiro para ficar, tem de aprender, primeiro, a calma de estar só.

Ninguém na ilha tem, da solidão e da calma, uma ideia de desgraça. Quem chega à ilha não é, portanto, procurado para afagos. A ilha não vê necessidade doutros carinhos que não sejam os que já dá, sem procurar por quem lhe chega. Não suplica que lhe vejam a beleza. Não implora que se esteja lá bem. A ilha não se sente um desterro, por isso não inventa (nem mima) desterrados. Por que o faria?

Quem chega à ilha, percebendo isto, percebe tudo. Não se sente forçado num exílio, não implora carinhos que ainda não mereceu, entende a beleza e, sobretudo, redimensiona-se: recria-se, recreia-se, na sua pequenez de aprendiz dos verdes, dos cinzentos; enrijece e aprofunda-se na humilde condição de observador, apenas iniciado nos tempos do mar e da bruma, quase permanentes ambos, misturados, a bruma e os tempos, tudo nos olhos das pessoas.

Se não se mexer demais, se não desdenhar sabedorias, se se dispuser a aprender antes de ensinar seja o que for, será da ilha em dois meses. E será dela para sempre. E a ilha abrir-se-á, sempre cinzenta e verde, finalmente, para si. Ficando imensamente grande.

Com pouco brilho, é o que se consegue, mas do coração, para a tripulação do "Destreza das Dúvidas" - por escreverem tão bem coisas tão bonitas- e para todos os açorianos que calharem tropeçar nestes pedaços xistosos de má prosa duriense.

Pequenas coisas de besugo

Aos vinte anos reuniu a família e comunicou, arquejante, eminência de morte. Aquela veemência suspirante e angustiosa, assim proferida de leito antigo, causou efeito: toda a gente o chorou e ele deve ter apreciado, porque pensou que estava a ver como seria quando, de facto, perecesse.

Esta é a mentira número um dos jogos tristes com regras viciadas dos entes em ânsias: nunca se vê bem como seria antes de ser.

Aos setenta e picos, vai já na vigésima quarta convocatória familiar por morte eminente. Já vai faltando gente à encenação. Por vontade ou por falta de bilhete, convocatórias prévias para pradarias eternas. Dos que ainda assistem, já ninguém o leva a sério e, a bem da verdade, tem agora a desvantagem de já estar em seu tempo, quero dizer, "se se for agora, vai agora, em tempo mais oportuno". Isto desencoraja prantos e emoções verdejantes de "morreu tão novo". Só o sofredor eterno de si e só por si ainda acredita, aos setenta e sete anos, que ainda é cedo para si; os outros já não. Pela repetição, pela cronologia iterativa dos lustros, pela falta de dádiva e, sobretudo, porque as recorrências são inimigas da espontaneidade, são uma espécie de teatro a piorar, a ficar mais pífio com a repetição das mesmas matinées de autista.

Esta é a mentira número dois dos jogos tristes com regras viciadas dos entes em ânsias: há sempre lágrimas pelos maus actores, mesmo que eles julguem já não ter - nem tenham - direito a mais nenhum "encore"; nem a lágrima nenhuma.

20.3.06

Confusões de lolita...

Isso do melhor ataque é uma rotunda inverdade: pelo menos se contarmos os golos marcados por ambas as equipas no campeonato - e eu admito que a tua paixão te cegue e não consigas contar isso, mas alguém tem de te ensinar -, é falso: iguales.

Vocês sofreram foi menos golos, perfeitamente, mas nós tivemos de aguentar o Beto até meio da época, tudo se explica. E, além disso, o Baía agora voltou, pode ser que ainda se recupere mesmo essa desvantagem.

Mas, repara, isso é depois, no campeonato: agora é Taça, topas?
Concentra-te!

Viva Lucho!

Quem (mesmo sendo benfiquista ou sportinguista, ou seja, com um péssimo feitio) ontem viu o Porto a jogar viu uma equipa orgulhosa e destemida. Eu, portista assumida, vi o jogo, entre outros portistas, na companhia de um pequeno portista convicto que, sábio e experiente nas idiossincrasias sportinguistas, soube prever as supostas vantagens do Porto vistas por um lagarto; precisamente as mesmas que o besugo enumera ali em baixo.

Suponho que o besugo esteja com medo de perder (o que se compreende). E que tenha de exorcizar os temores (o que se aceita). Só assim se explica que esteja desde já a preparar o discurso da derrota...

Confessa, besugo. Estás a tremer de medo da equipa que tem o melhor ataque e a melhor defesa da Liga. Sessenta-pontos-sessenta. OK? Admite.

Começo eu.

Vem aí, agora, uma pausa no campeonato. Vem aí a eliminatória Porto - Sporting.

Neste blogue há uma portista assumida e um sportinguista convicto.
O sportinguista convicto, para quem não saiba, sou eu. A portista é a lolita.

Começo já hoje, que amanhã não sei:

1 - O Porto joga em casa, num jogo a eliminar, ou seja, não há segunda mão: vantagem teórica prévia.
2 - O Porto tem mais um dia de descanso: outra vantagem teórica prévia.
3 - Falta conhecer o árbitro (eu, pelo menos, não sei quem é): mas é bem capaz de ser mais uma vantagem teórica prévia para o Porto...

Contudo, lolita: o jogo vai começar com 0-0.
Por agora é isto.
Tens alguma coisa a declarar?

19.3.06

O culto do exclusivismo

Uma prova possível da maldade humana é o facto de que mesmo aqueles que nos estimam não resistem à tentação de nos convencer que as palavras, ainda que inconsequentes, de outros contra nós são a prova definitiva de que a sua estima é de menor qualidade do que a de quem nos faz tal revelação.

Perdeu-se um ex-presidenciável

O Expresso nota que Sócrates omitiu comentários sobre três dos seus ministros, no discurso de propaganda à nação. Um deles é, está bom de ver, o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Porque é que está bom de ver? Porque as solidariedades ministeriais são proporcionalmente voláteis à medição das simpatias. Este governo, pela segunda vez desde há trinta e um anos, define a coesão interna ao sabor das audiências, como se de uma TVI se tratasse (o primeiro foi, claro, o de Santana Lopes, mas a este faltou a sanha da gestão empresarial do estilo Sócrates, caindo, por isso e inevitavelmente, em desgraça). E assim se cumpriu o desígnio de Freitas do Amaral - o de expiar, sozinho, o pecadilho da solidariedade cristã em biquinhos de pés.

Bom dia do Pai

Vale a pena ler este tipo, tenho-me esquecido.
Ele escreveu isto há já alguns dias, às tantas, mas eu só vi hoje e apeteceu-me logo cantar "o sol já raiou!".

"Não se sabe, por agora, o que vai acontecer nas directas do PSD e no Congresso Extraordinário do CDS/PP, mas uma coisa é certa: algo está a fermentar para mudar, seja já ou daqui a uns meses ou poucos anos."

Se ele tivesse de poupar nas letras, se os sítios onde ele escreve tivessem que acabar com o desperdício (como tem de acabar o sector público, por exemplo, sendo que desperdício, no sector público, para os liberalóides, é quase tudo; e para mim, só para vermos como isto é complicado, desperdício são os liberalóides, paciência, eu não sei se já disse que só os levo a sério - mais à sua lei da selva - quando aceitarem a mesma lei da selva na altura de estarem a levar no focinho, sem pipilarem aos ui-uis pela polícia, não há cá queixinhas, só eles e os seus focinhos de "darwinzinhos da economia"...), dizia eu que se ele tivesse de poupar, tinha escrito assim, sem alteração do sentido da sua excelentíssima e indispensável frase:

"Não sei um caralho do que se está a passar. Mas que se vai passar alguma coisa, isso vai, mas também não enxergo quando nem como".

Poupava-se pouco? Mentira, poupava-se o resto do texto todo, ora, que não acaba ali, por estranho que pareça!

18.3.06

Pão de ontem

Um homem (ou uma mulher), diante de dois, três, sete caminhos, em tendo tempo para escolher pensando (e tem de ter tempo, por pouco que seja, senão é melhor dizer que não vai a jogo, que passa) escolhe um deles, se tiver de escolher um.

Cada caminho tem os seus riscos, é o problema dos caminhos. E, de chegadas, de destinos dos caminhos, suponhamos que se conhecem, apenas, estatísticas. É a vida: tomem o exemplo da esperança média de vida dum povo qualquer e vão dizer isso ao puto (desse povo) que tem leucemia, cujo transplante falhou, ou que nem sequer chegou a poder ser-lhe oferecido um, essas disparidades de merda que são sempre irrelevantes para médias e medianas.

É justo que, perante uma escolha, se julgue a escolha pela consequência que a escolha teve?, sendo inatacável (ou, ao menos, defensável, que inatacável eu nem sei quem possa ser, no mundo, agora, ninguém, presumo e acredito, não sei se bem se mal) quando se pensou (e assumiu), que a escolha que se fez era, ou parecia ser, a melhor, de acordo com a informação disponível e interpretável com honestidade? - lá está, como se mede a honestidade?, isto é ridículo, eu devia parar isto, mas não consigo...

Vai assim, de esguicho:
É justo punir o acto do outro pela consequência do acto do outro, apenas porque não se consegue medir tão bem a intenção do outro ao praticar o acto, que é (quando estamos a julgar) sempre "a intenção do outro", esse ser falível, muito mais falível do que nós, "por isso é que somos nós a julgar e ele a estar ali, sentadinho, atento e triste"?

Não sei, mas acredito muito que não, que não é muito justo.

Isto não vem a propósito de nada, é como o resto que costumo escrever, é mortadela para fatias de pão de ontem.

17.3.06

Mimos

Não é por causa da bola, desta vez não é. Juro.
É uma espécie de sussurro que eu precisava que, de vez em quando, me dissessem, nem que fosse baixinho. Acho que precisamos todos um bocadinho, de vez em quando.
Agora preciso eu, por isso é que começa logo, para mim e para todos os que calhar precisarem agora.
Quem não carecer desliga, é fácil. Pode um dia não desligar, quem sabe?, se tiver vontade de escutar...



You'll Never Walk Alone
When you walk through a storm

Hold your head up high,
And don't be afraid of the dark.
At the end of a storm,
There's a golden sky,
And the sweet silver song of a lark.

Walk on through the wind,
Walk on through the rain,
Though your dreams be tossed and blown...
Walk on, walk on, with hope in your heart,
And you'll never walk alone,
You'll never walk alone.

Walk on, walk on, with hope in your heart,
And you'll never walk alone...
You'll never walk alone.

16.3.06



Mess Around, Ray Charles

"Un bulance vert(e)" - pour parler de ça: zéro-deux, tiúngàsse!



Pois, pois, pois, pois. Tábem, tábem, tábem, tábem.
Eu, sobre isto, fui ler isto e, depois, apareceu-me isto aqui de cima.

OK. Tábem, tábem, tábem, tábem.
Cá ficas!


Sacanita! Lampião!

15.3.06

Mais uma importante inovação do governo Sócrates

A partir de agora, os portugueses que quiserem contrair um empréstimo bancário terão a possibilidade de saber com toda a clareza qual é a TAEG.

Belíssimo progresso. Já se vê bem. Agora só falta saberem o que raio vem a ser isso.

O tempo é ainda mais veloz

Por falar em anúncios. Gosto daquele do Renault furgão-nove-lugares em que o pai enche as paredes da rua com as tiras de um filme que roda à velocidade do carro e do olhar da filha. Quisiera yo hacer los dibujos.

Mas podia ser.

Pronto. Lá vens tu, Alonso, tentar atirar-nos areia para os olhos.
Eu podia responder-te como a esposa do anúncio que passa na TSF, aquela que telefona ao marido a dizer que encontrou a casa ideal para a família, tão boa que até tem jantes de liga leve. Não é uma casa? Mas podia ser!
O Conselho de Estado delibera, sim. O processo de decisão consiste mais ou menos nisto: marca-se uma consulta, o conselho é convocado e reúne, na data e hora marcada. Havendo quorum para deliberar, nomeia-se a Manuela Ferreira Leite secretária (alguém tem de fazer a acta), Marcelo Rebelo de Sousa fala durante cerca de duas horas, Dias Loureiro recebe e faz vários telefonemas, Jorge Sampaio, caloiro, estuda o regimento numa cábula que já vem do tempo do Eanes, João Lobo Antunes é chamado para acompanhar um familiar doente, Sócrates mostra o seu novo Nokia, Cavaco Silva, surpreendentemente, recusa-se a comentar... e Soares dorme.
De tudo isto há-de resultar algo parecido uma decisão colegial sobre a recomendação a dar. Na prática, um dos conselheiros - por turnos, em calendário pré-estabelecido - assume a relação do processo e os outros limitam-se a aderir ao parecer.
Estás a ver? Delibera-se assim. E, no entanto, isso não perturba o sono a ninguém...

lolita, salvo erro ...

o Conselho de Estado não "delibera", é um orgão apenas consultivo (ou de aconselhamento). Assim, o Soares sempre pode ir para lá dormir uma soneca. E se entrar já de olhos fechados, escusa de cumprimentar quem quer que seja.

E se lhes déssemos antes uns berlindes ovais?

Não sei se é impressão minha, mas quando vejo jogar a selecção nacional de rugby (ou râguebi, conforme quiserem) contra a Rússia, por exemplo, fico com ideia que somos da quinta divisão. Eu explico.
Há a primeira, que é quando também entra a Nova Zelândia, a Austrália, a África do Sul, a Inglaterra e a França e mais um ou outro país, dos que têm dias bons. Há a segunda, que são aqueles do Torneio das Cinco Nações, alguns dos quais, por fases, também são da primeira. Há a terceira, que é a Itália ( a sexta nação do torneio das cinco nações, os italianos entraram porque Gales e a Escócia, a dada altura, se chatearam de ficar sempre nos últimos lugares, isto é claríssimo), que joga sozinha, e assim é que é bonita, é mais ou menos o que faz a Argentina, piorzinho. Há a quarta, ou deve haver, mas eu não conheço lá ninguém, só sei que deve haver, isto porque tem de haver uma divisão qualquer depois da terceira e antes da nossa, senão não se percebe o raio da hierarquia do rugby. E depois há a nossa, finalmente, que é uma espécie de campeonato distrital com direito a hino e que dá na televisão, às vezes, e que é uma encrenca miserável. Uma quinta.

É a minha opinião.

Offside

Ao contrário do que possam pensar eu, às vezes, recebo e-mails. É uma espécie de cartas.

Já me chamaram várias coisas, por espécie de cartas: imbecil, santo, discreto, lúcido, sacana, paneleiro, lagarto, comuna, belo, jovial, cota, ranhoso, sacripanta, burro, gordo, alto, preguiçoso, esforçado, magro, católico, escatológico, higiénico, baixo, socialista, porco, ministro, protestante, anarquista, caixa-d'óculos, sua excelência, boi, engenheiro, vagabundo, feio, filho da puta e, mesmo, cão.

Nada disto alivia, contudo, a profundíssima neura que me apoquenta. De maneira que solicito, humilde, o seguinte: se alguém com os mínimos daquela capacidade celestial mista (que se balança entre o opinativo e o utilitário) quiser chamar-me mais alguma coisa, que me chame, então, se fizer o favor, em vez disso tudo, uma ambulância.

Verde, com seiscentos cavalos!

(com seiscentos cavalos é, para quem está às voltas com a sua gramática, uma espécie de interjeição praguejante, não se refere a cavalos vapor em viatura de emergência; para a próxima digo, por exemplo, em vez de seiscentos cavalos, que é (admito) dúbio do ponto de vista sintáctico, caralhos me fodam. Por quê?, bom - pigarro grosso -, porque se percebe logo melhor, no próprio e gratuito impropério, a minha profunda inclinação para ser um "laranja", naquela colorida escala do Manchester United, ou lá o que é que agora há nos hospitais, tudo inventado - claro! ora! - pelo Arsenal, ou pelo WBA*).

*Não me importava de ser sócio do West Bromwich Albion se os tipos soubessem jogar à bola. Isto que fique claro.

14.3.06

Há quem não goste de perder, nem a feijões

Sobre aplausos (de pé ou sentados) e cumprimentos, venho aqui com dois propósitos*:

1 - Esclarecer o Alonso: eu não achei mal coisa nenhuma. Achei colorido, até. Os miúdos têm lá aqueles pruridos, temos de aceitá-los como são. Pior do que isso são os cortes de cabelos com ondinhas a emoldurar a orelhita, mas até isso a gente aceita. São, enfim, como bandos de pardais à solta. Mesmo sem chefe do bando...

2 - Pedir ao Alonso que imagine o que se passará no próximo Conselho de Estado. Ou Soares não comparece e justifica a falta ou, aparecendo: cumprimenta Cavaco ou não cumprimenta Cavaco? O que dispõe sobre isto o regimento do Conselho de Estado? E, já agora: não comparecendo, como se delibera? Exige-se unanimidade ou bastará a maioria dos votos? Terão os ex-presidentes da república voto de qualidade?
Enfim, meras questões para reflexão à lareira, entre o Grande Prémio do Bahrein e mais uma conquista de Rommel na PS2.

*O articulado tem, entre outros propósitos, o de ajudar o besugo a demonstrar a sua insistente tese de que os juristas sentem esta atracção vertiginosa pela lista argumentatória. Noutras classes profissionais, pode ser útil para assegurar que o autor não perca o fio à meada (sendo esta a tese em que presentemente trabalho).

13.3.06

de aplausos e da falta deles

Vem isto a propósito dos posts sobre "fair play" que precedem este.

Ao que parece, foi assim (mas eu não estive lá e por isso não posso afiançar):

- A bancada do PP aplaudiu o Sampaio, mas sem se pôr de pé;

- As bancadas do PC e do BE não aplaudiram o Cavaco;

- O Soares não aplaudiu ninguém;

- O Soares e o Louçã não foram cumprimentar o Cavaco.

Há quem ache mal, como a lolita. Há quem ache mal, consoante ... como o besugo.

Eu cá acho tudo bem.

Até porque, apesar destes não-cumprimentos, não-aplausos e não aplausos de, a verdade é que o povo, na sua infinita sabedoria, quando comenta estas cerimónias diz sempre "os políticos são uma corja, andam por aí a dizer mal uns dos outros e depois é só sorrisinhos e palmadinhas nas costas ..."

Leitura recomendada da semana: as actas da constituinte. Onde o Galvão de Melo dizia que as mocas de Rio Maior eram bocados de pau inofensivos, o Américo Duarte chamava fascistas aos do CDS e do PSD, revisionistas aos restantes, o PCP abandonava a sala durante o Período de Antes da Ordem do Dia e o PS lá ia cozinhando a Constituição. Belos tempos ...

11.3.06

Lavatórios

A lolita também escreveu sobre Soares. Que não cumprimentou não sei quem.

Mas... se não há ali ninguém!

O vetusto pode ter mau feitio, pode não gostar de lerpar nem no Jogo da Glória (era bem boa, a Glória... um poço da morte lixado, casa 69, acho eu), mas não pode estender a mão assim, à balda, a hiatos históricos. Um hiato histórico, em existindo, devia era alevantar-se e vir ele, humildemente e de caspa na gola, cumprimentar quem estivesse.

E, se lá estivesse (estava? duvido que frequente o FantasNacional, leia-se "empossamentos de inexistências", não sei se também é aquele culto Dorminsky do Porto que patrocina estas misérias) Manuel Alegre, devia o hiato, mesmo, ajoelhar e sacudir a grenha, compulsivamente, antes de lhe beijar a mão, pedindo desculpa por qualquer coisinha.

Ora. Não se preocupem, há lavatórios; a baba dos hiatos históricos, dos fantasmas, sai bem com água e sabão.

Vem aí o Ban, aliás, que medo...

Veio aí a lolita com duas coisas: um Astérix e uma cambadita sem fairplay.
Do Astérix não falo. Sei muito bem que deixámos de ter presidente da república, que temos agora este hiato, que temos aquilo, mas depois há-de haver outra vez um; e pronto.
Da cambadita do PP, aquela meninada que não se alevantou para aplaudir Sampaio, também não falo. Isso não me admira nada. Olhando para eles, a mim admira-me é como eles conseguem assentar-se.
Pronto.

Coisas simples que contentam

Era o que eu pensava.
Fico contente.
Siga a marinha, marinheiros!

Reacções negatórias possíveis perante a tomada de posse



«Alescia?! Coscia è Alescia? Mmm? Coscia è che sciercate ad Alescia? Noi non sciappiamo dov'é Alescia!»

Fair-play (2)

Já Mário Soares não só não aplaudiu ninguém como não cumprimentou o nóvel presidente (para quem não saiba, era aquele senhor comovido sentado à direita de Jaime Gama, com ar de atitude filosófica sobre os percursos da existência: "como é que eu cheguei aqui?"). Já não se tratando, aqui, da fina sensibilidade estética dedicada pelos putos centristas às popularuxas comoções colectivas, sabe-se que Mário Soares detestava perder no monopólio e, até, no jogo da glória, o que demonstra que este azedume nas derrotas lhe é inato e se manifesta desde pequenino.

Isto para que ninguém venha dizer que agora se porta como um puto mimado por causa da sua avançada idade.

Muito ao lado, outra vez festival

Primeiro chegou a Angelino, de dentuça dada ao Gabriel; e, depois, vieram outros, a explicar que ainda há "xoventude"; e acabou ainda pior, em estase (é um êxtase de encharcamento pulmonar), com o Clímaco gagá e uma mulher com excesso de prozac na testeira, uma Campos(?) ou assim, tudo vestidinho às riscas grossas (ou às pintas finas, mas que aquilo era tudo "pintas" é que eu quero que retenham, sim?) pela estilista madeirense, a das coxas "mais ou menos" e da testa baixa, a testa é baixa sem ser mais ou menos, é mesmo baixa.

Pelo meio, partes gagas, muito gagas. E uma mistura de público-SMS, ("vote em milésimo lugar e tente ir a Atenas", e "posso dizer-lhe que Atenas é uma cidade maaaraaavilhoooosaaaa!" - disse a tipa, a Campos ?) e personalidades julgadoras a necessitar de avaliação funcional e afectiva, excepto o Tozé Brito, que já está avaliado desde quando desafinava despudoradamente; ah! e o rouquinho das encenações, o "A Féria" (em galego), e a Simone, que está muito bem dentro do género "morreu-me toda a gente!", e o gordo, sim, estava lá um gordo, esse gordo que, quando lhe perguntam o que é, diz que é crítico, eu digo que é gordo, mas o Gobern (é o nome do gordo) é,"também", isso; e a madeirense, que... bem, pois, aquilo é para os cem metros, costas.

Aproveitaram a juventude, entretanto, aqueles putos que agora andam numa de serem "casting fanatiques", en mauvais français, a canalhada daqueles programas tipo "Fame" (isto dura, caralho de formato mais imbecil, que tanto dura!, mas pronto), para os interlúdios; não foi mau, eles safam-se a imitar outras coisas. Antes isso que serem protagonistas do Brokeback, ou lesmas.

As cantigas propriamente ditas foram mais ou menos. O júri de personalidades (é provável que alguns tenham uma, acredito nisso) escolheu uma cantiga que está bem escolhida porque assim, ao menos, vai ser parecida com a sueca, a finlandesa, a da Bósnia, a da Dinamarca, a de Malta e as daqueles países novos todos. As gajas que cantam são uma bosta do ponto de vista vocal, a melodia é um cliché dos anos oitenta, mas já vi 1256700000 clichés dos anos oitenta muito melhores, e, mesmo as gajas, assim na base do pernão, me pareceram um bocado moles e, do prisma trombiliano, com cara de estúpidas.

O povo, que lavas no rio, escolheu antes uma Vânia, uma magrita que entrou num programa qualquer, que, basicamente, foi lá cantarolar, escanchadita, que "Portugal é que é!", o que também cairia muito bem aos estrangeiros, lá em Atenas ou o caralho; aliás, é sabido que mais de 78% dos estrangeiros ficam muito entusiasmados com o nosso patriotismo, não há nada que os impressione mais do que um cançonetista luso a cantar uma coisa qualquer em que, no refrão, esteja o nome do nosso país, Portugal, como quem está sempre a pegar em armas, somos nós e a Croácia, aquilo é "Hrovska", parece-me... impressiona e deleita, foi pena. Quase que chorava com isto, mas contive-me por causa do nojo e da risa.

Depois havia três coisas bem feitas, que não se safaram, mas vão vender melhor que as outras todas, até por um motivo simples: eram muito melhores.
"Caralho, então eles votam mal e depois compram!?", perguntam os senhores. Não é nada disso: os tipos da sala (o Gobern, a Lopes, o Brito, etc) eram umas bestas; os das SMS (nem sequer houve 70.000 telefonemas, o que deve querer dizer que não votou ninguém senão os amigos e dependentes - e talvez os pais - dos artistas) são só votadores compulsivos e oligofrénicos, que acham que Portugal é moderno e dominante, sobretudo por um motivo imenso, que é este, vai já a seguir, ora leiam, "quando não, não estávamos agora de Nokia nas manápulas, a expressar opinação, àpoizé!".

As três coisas bem feitas eram uma guitarrada do Galarza, metia fado e cheirava a bossanova, boa coisa, vai ouvir-se; uma que metia "dormir com pedras na cama", uma negra bonita, aquilo é bom, um dia hão-de perceber isso; e o Beto (este nome é fatal!), que, apesar de ter aquele aspecto, cantou a melhor coisinha que lá foi, porque sabe cantar, os coros eram muito bons, aquilo estava bem "formatado", digo-vos que aquilo ia resultar muito melhor que as outras merdas todas (é a canção-hino, sabem o que eu digo? bom, quem sabe, sabe, quem não sabe, não sabe, cago nisso tudo e no que digo também), tinha tudo, era a melhor para o efeito, mas fodeu-se no confronto emparelhado "das personalidades presentes e das SMS das unhas ratadas". Mas vai vender bem e, para aquilo que era preciso, era a melhor.
Ninguém entende esta gente, a não ser na risota.

O resto, caruncho e ranço. E canalhada em ânsias de "quero cinco contos". Nem sequer nos "medleys" apareceu, mais uma vez, aquela trova linda do Duarte Mendes. Esquecem-se sempre, são uns imbecis.

Ah! Estava lá o Tordo, foi aplaudido, mas não o deixaram falar. Fizeram bem, destoava do tom geral "Fátima Lopes e sus jograles" e, além disso, nenhuma das cantigas chegava aos calcanhares do Cavalo à Solta, mas também o Cavalo à Solta não é uma cantiga de festival, é outra coisa. Como o Tordo, aliás,é outra coisa, é doutras coisas, e aqui dizei o que quiserdes, ide-vos festivalar a frio.



Ao menos escolhiam bem, entre o mais-ou-menos. Mas nem isso.
Palhaços tristes e bisonhos. Não gosto. E fica aqui dito, para coisa nenhuma, só porque sim.

Fair-play

Ontem, os putos da bancada centrista não se levantaram para aplaudir Sampaio de pé e corre no hemiciclo o rumor de que não o fizeram apenas porque isso tecnicamente é considerado possidónio. Essa versão veio, de resto, a ser posteriormente confirmada por Ribeiro e Castro, que esclareceu, sobre o incidente, não ser ele o chefe da banda.

10.3.06

Luís Aguiar-Conraria:

Tens mau feitio, às tantas, tu. Eu não tenho. Se tenho, tenho menos do que tu.

Se por acaso pensas que falei em ilhéus por falar, assim no ar, ficas a saber que não. Não conheço outras ilhas, é dos Açores que falo, quando falo em ilhéus, dos Açores que me acolheram quando precisei deles e eles precisaram de mim. Gosto de pensar que precisaram, ao menos. Abriram-se-me, na altura, disseram-me para ir. E eu dei-me a eles: fui.
Depois, tive outras precisões e vim-me embora. E, agora, cuido que os Açores também já não precisam de mim para coisa nenhuma. Assim eu pudesse dizer o mesmo dos Açores, mas não posso, não consigo.

Gosto dos Açores, portanto. E sei que és dos Açores. Percebi isso ao ler-te, e ao Cristóvão. Há pouco tempo.
Não te atrevas a pensar - sim, tu, Luís Aguiar Conraria! - que o que escrevi foi depreciativo ou desrespeitoso, para os Açores ou para o Cristóvão. Ou para ti, que embora não me estivesses na memória quando escrevi aquilo, passas a estar agora: nem por sombras, muito pelo contrário, estás a ouvir?
Bom, isto que fique claro. Os Açores são um bocadinho da minha terra e o texto do Cristóvão é muito bom.
Mantenho o que disse, portanto, ó ilhéu.
Tens mau feitio, tu. Frases secas e cortantes. Deves ser corisco.
Eu não tenho mau feitio. Tanto como tu, pelo menos, não. Não tenho.
Corisco, se queres saber, não me importava de ser. Mas traio-me nas frases: não sou.

Um abraço, se o quiseres; senão, dá-o ao teu Pai, Cristóvão, pode ser que o queira ele.
Em correndo bem, ficai os dois com ele, a intenção era essa.

... que no se mate ninguém, carai!

Se os deuses forem uns tipos com sentido de humor e minimamente justos, Adelaide Ferreira (ou então aquela fadista nova, a Guerreiro, em alternativa quase óbvia) cantará o "Happy Birthday Mister President", na altura certa. Quando ele se festejar da lustrina anual, entre naperons e lambedelas.
É o melhor que lhes posso desejar, aos três. Aos quatro. Pensando bem, aos cinco. Ou mesmo seis. Milhões. Rime o senhor, ora, não me chateie!

Este dia é violeta, é pior que negro, é cor de quaresma. Avantajada.
Vou ouvir Pink Floyd. Pigs on the wing. Isso era dos marretas, pois. Tanto faz.

9.3.06

Eu já devia ter percebido antes que os tipos são ilhéus.

À conta do Cristóvão de Aguiar (perdoem-me o excesso de citações, eu prometo que estou mais meia dúzia de meses sem recomendar nada, a partir de agora) fui à estante buscar um Torga velho. Os "Novos contos da montanha", que estavam à mão de semear.
É noite de reler "O leproso". E outras coisas, se conseguir, antes do sono.
Que aqui, detrás dos montes, cai-nos tudo a pique nos costados, até o sono.

Da ilha à beira dos montes

Deviam ler isto.
Muito bem, eu reformulo: leiam isto, apesar de ter sido eu a dizer que lessem.

Eu sabia

Temos agora o Paulo Portas comentador.
Era de esperar.
O tipo é esperto, inteligente, trabalhador, preparado. É brilhante e hábil. Fará bons programas e, admito, acabará por me fazer sorrir.
Conheço-o (sem o conhecer, que besugos é no mar, ou no prato) há muitos anos, ainda ele não disfarçava a careca; disfarçava só o resto.
Que resto? O que ainda disfarça hoje, sem conseguir lá muito bem: não é boa pessoa; ou não me parece que seja, o que, para mim, vai dar no mesmo.

é para a desgraça...

Estive a pensar. Pensar é uma coisa que consome ATP, ou seja, devia ser raciona(liza)da, gasta-se muita energia e nem sempre sai coisa de jeito.
O pensamento parece, às vezes, um sistema nacional de qualquer coisa. O meu pensamento parece isso, pronto. Sim, por ser mau.

Bom, isto por causa da percentagem das mulheres, aquilo do governo, agora.
O Sócrates, quando fala disso de cátedra, irrita: aquilo não vem NADA na Constituição.

Por outro lado, e contra mim falo, ainda bem que há as tais percentagens: eu, se tivesse uma empresa, não ia ser como sou. Ia ser muitíssimo mais esperto e pragmático. E duvido que contratasse mulheres em idade parideira com ideias de parir...

Estou feito. Já falei mal(?) do Benfica, já fui (neste pedacito de prosa) um bocado "trolha-macho" (é assim que a lolita me chama quando está muito contente comigo ou à beira dum ataque de nervos), já só me falta referir-me depreciativamente ao Paulo Portas para o próprio Alonso me deixar sozinho, desamparado neste vale de lágrimas.

Homens de sonho (6): um par deles


8.3.06

Contragosto

Raios os partam. Lampiões!
Fazem um tipo sentar-se em frente da televisão, numa espécie de antegozo perverso, naquela mistura de "ides levar poucas" e de "andai lá, tomai e comei, isto é a vida", e depois dá nisto.

Acreditem. De início, ninguém está pelo Benfica. De início, quem não gosta do Benfica, não está. Eu não gosto do Benfica, já disse. Ninguém que não seja do Benfica gosta do Benfica, excepto alguns tipos do eixo Belenenses-Braga-Estrela da Amadora-Alverca e meia dúzia de portistas (com quem não falo, nem por gestos) que se armam em lampiões em dia de derby alheio. Gosta-se de alguns benfiquistas, mas mais nada. Alguns são nossos parentes, vivemos naquela coisa de "como é que este(a) gajo(a) saiu assim?".
Sentei-me, por isso, no antegozo de os ver levar uma tareia e a pensar no bem que isso nos faria, a mim (tungas!) e a eles (palhaaaaços! convencidos!).

Merda.
O Liverpool falhou dois ou três golos certos, nos primeiros vinte minutos, e eu percebi logo que não presto para nada como hooligan: quando dei fé, estava a tentar tirar a bola aos "ingleses", com os pés; ia-me saindo um vitorino da pedaleira.

Assim não dá. Senta-se um homem para uma coisa e percebe, já sentado, que não percebeu, afinal, por que raio se sentou.
No fim está-se bem, mas está-se cansado. Eu já não me lembro de me alegrar à conta do Simão Sabrosa desde que ele foi para Barcelona! Eu tinha jurado nunca mais mandar vir com nenhum gajo chamado Beto que fizesse asneiras! Bolas.

Eu não gosto do Benfica, mas gosto. Estou tramado. Nunca hei-de ser ninguém na vida, não sou bom contra. No fim, quase que já estava pelo Liverpool, mas isso foi só depois do segundo golo.
Eu, às vezes, não me entendo.
Vou para a Nicarágua. Vou telefonar ao Luís Portugal, que a cerveja já está choca, e depois vou.

Ainda sobre blogues mistos (e quotas)

Estando prestes a acabar o dia nacional das quotas, it does not go without saying que também a blogosfera tem dado significativa contribuição para a erradicação das desigualdades relativas entre sexos.
Para além dos, aliás produtivos, debates sobre as diferenças entre blogues femininos e masculinos, é de salientar a forma materialmente justa com que os blogues mistos (sim, este também é um post de campanha) cumprem a representatividade dos géneros. Em pleno cumprimento do princípio da proporcionalidade (e não necessariamente da representação aritmética de cada um dos sexos), dou apenas dois exemplos que me parecem ilustrativos: o blogame mucho e o Blasfémias, blogues em que foi possível estabelecer a proporção exacta do mérito (muito embora tenha de admitir que talvez a Helena Matos seja bem mais meritória do que eu, se tivermos em conta que, no Blasfémias, a proporção é de uma-blogger-para-uns-sete-ou-oito-bloggers-masculinos).

A continuación: não perca o segundo episódio da rubrica "hombres de sueño".

Desgraciado



Recebido por mail

Caro alonso, pela parte que me toca...

Podes ficar descansado: mesmo que fosses deputado do CDS-PP eu não te punha a fronha no blogue, por dois singelos motivos:
1 - Porque não tens aquele ar bélico.
2 - Porque isso era o que tu querias!

Sobre o filme que não viste, não vejas. Eu sei lá que transformação podia dar-se nessa tua cabeça, pá! Nunca tentes o destino. Eu, se queres saber, vi apenas parte da película, como se fosse um teste. E passei, passei com distinção, que até adormeci. Mas tu, vê lá... Se quiseres, tenta, pronto, mas é à tua responsabilidade. E não me venhas cá depois pedir para fazer um filme comigo, que eu não sou dado a roteiros...

Sobre o facto de pareceres achar que uma listagem deve ter dois números "3", olha que me puseste perplexo. Estão lá dois números "3", viste? Pois deves ter visto. Bom, decidi que o que vale é o primeiro, aquele em que te confessas sem sono - ou com falta dele? - em Lisboa. O outro "3", portanto, não existe. E, ao contrário do que faria se fosse dado ao misticismo, por conseguinte, não me refiro a ele. A bem dizer, olha: nem ao primeiro!

Quanto às tuas compras, aprovo e aplaudo. Talvez faça o mesmo. Aguardarei, sobretudo, pelo DVD do Alain Prost: com devoção, mesmo.
Já a tua ideia peregrina de adquirires uma obra da Tracy Lords, como contraponto, me parece kinky: seis "racers" e uma ... "actriz reciclada"? Tu desculpa, pá, mas tu andas mas é a precisar dum "gang-bang" (*).

(*) Leia-se "bang-bang", foi uma "bralha".

Abraço

Das moderações

O aumento das taxas moderadoras limitará o acesso de pessoas aos serviços de urgência, de facto; sobretudo, limitará o acesso daquelas pessoas que não puderem pagá-las. Se era só isso, punham-nas nos píncaros da moeda única, que aquilo ficava às moscas.

Mas há os regimes de isenção. Por exemplo, para os doentes crónicos.
Parece-me estranho: num serviço de urgência, um doente agudo (enfim, não há só falsas urgências, que diabo!, longe disso) paga taxa, um doente crónico não. A haver taxas, e eu não sei se devia haver, isto é critério? Para que há Urgências? É, então, para doentes crónicos?
Caramba, desculpem lá: para esses, não é melhor aumentar e melhorar o ambulatório programado, o acesso às consultas - modelos rápidos, por contacto, tipo "consulta em 48 horas"-, o regime de hospital de dia? E, passe o sacrilégio (que aquilo parece intocável, excepto no que respeita a "modelos de gestão"), insistir na criação de verdadeiros cuidados primários?

Bom, sobre cuidados primários, só uma curiosidade: eu conheço pessoas sem médico de família, outras que, tendo-o, não vão lá, por variados motivos que me vão dizendo, e não se percebe se isto é mesmo assim ou se tudo não passa duma cadeia de encontrões, tendente a empurrar os doentes (e a responsabilização por eles e pelos actos praticados, em todas as suas vertentes) para os hospitais, não sei com que finalidade.
Provavelmente sou eu que vejo mal as coisas, mas já estou habituado a que me digam que não consigo captar grandes abrangências.
Deve ser isso.

Portugal celebra o Dia da Mulher (e Sócrates aproveita para celebrar o Choque Tecnológico)

7.3.06

For a fistfull of dollars



Tom Waits & Crystal Gayle

Eu cá

1) Não sou deputado do CDS-PP. Ainda bem, assim o besugo não põe a minha fronha no blog;

2) Não vi o Brokeback Mountain. Ainda bem, assim escuso de descobrir que a minha homofobia apenas esconde que estou apaixonado pelo besugo, e depois figurar num filme chamado "Bloggerback Hospital";

3) ou escuso de descobrir que a minha homofobia afinal não tem sentido porque estou mesmo é apaixonado pela lolita (aqui o filme seria "Sleepless in Lisbon").

3) Acho que este blog, mais que misto, é místico, e basta ler algumas das últimas contribuições do besugo para o entender.

4) Comprei hoje 6 DVDs muito culturais. Vêm com o Autosport e têm por título comum "Lendas da Formula 1". Para quem estiver interessado, os 6 que já sairam são os respeitantes aos seguintes pilotos:
1 - Juan Manuel Fangio
2 - Stirling Moss
3 - Graham Hill
4 - Jim Clark
5 - Jackie Stewart
6 - Emerson Fittipaldi

... hmmm ... só filmes de e sobre homens ... acho que, para temperar, vou comprar um da Tracy Lords.

Intervalo

- Eu quero saber, eu quero saber, eu exijo saber! Quanto tempo me resta? - perguntou ela ao médico.
- Bom, se quer mesmo saber, eu digo-lhe: mais ou menos meio ano.
- E que me aconselha?
- Bom, acho que deve casar com um economista e ir viver com ele para o Dakota do Sul...
- Isso vai curar-me?
- Não creio, mas vai parecer-lhe meio ano bastante longo...

(ouvida algures)

6.3.06

Homens de sonho (5)



The warrior.

Homens de sonho (4)



The leader.

Homens de sonho (3)



The sensuality.

Homens de sonho (2)



The charm.

Homens de sonho



The look.

Momento de angústia

E este blogue o que é?

Sei lá.
Que tem durado, na sua pacatez mista de calma e destempero, tem.

"- Não acrescenta nada! Nada!", berraram os que estavam na saleta.
"- Isso que tem? Quem pensa ser um blogue um acrescento deve ter da blogosfera uma ideia siliconada... e, do mundo, um par de mamas", afirmou o inquilino macho do aposento.

Os que estavam ali sairam, agastados; "maçador!", chiaram. E foram para um bar qualquer. Decompuseram, lá, a palavra "silicone", nas várias vertentes, mesmo nas mais excrementárias variações anglo-saxónicas, após o que encomendaram caipirinhas e riram largamente, escancarando as cáries ao alicate bacante de serviço, que acabou por ter de os servir, deixando-lhes sangramentos frouxos nas gengivas e um cheiro misto a mofo e sangue seco na atmosfera particular daquele sítio alheio e estrangeiro, que acaba por servir de casa a quem, não a tendo, não chega a ser um sem-abrigo, porque está ali por opção e não por frio ou desespero.

Interlúdio

Claro que um blogue misto não é só fazê-lo. Não é como as tostas mistas (nem como as francesinhas, já agora: a lolita é do Porto e associa tudo à gastronomia regional, andamos com sorte enquanto não comparou um blogue misto a umas tripas à moda da Imbicta).

Um blogue feito por JPP e CCS não resultaria. Ele, puxa-lhe para a legislação e para o bucolismo, quando não anda a desenterrar arquivos. Ela, basicamente, puxa-lhe.
Já entre VPV e CCS também não funciona, mas aquilo nem se pode chamar misto, nem outra coisa qualquer. Aquilo é uma espécie de rascunho para outras coisas que também não saem muito melhores, mas ao menos aparecem em sítios que dão para embrulhar o peixe.
O besugo não. Muita atenção! Não se embrulha um besugo sem luta! Ou seja, embrulha-se, mas o papel corre o risco de ficar rotinho.

Por falar em rotinho: já se sabe quem ganhou o Oscar para o melhor filme alternativo?

5.3.06

"Ce courage sans colère des héros"



Sim, tenho aqui o DVD do Michel Strogoff. Lembrei-me imediatamente da música épica de abertura (que é do Vladimir Cosma, fiquei agora a saber). O que eu já não me lembrava é de que o Michel era um latagão enorme, com físico de huno ou de visigodo, e que a Nadia é vagamente parecida com a Tonicha (o que não é necessariamente mau). Por outro lado, o Czar usa barba postiça e os tártaros são, por força, brutos e maus (o que indicia que Júlio Verne já vinha, no seu tempo, "cartoonizando" o mundo islâmico).

Campanha pelos blogues mistos (4)

O único problema dos blogues mistos são elas. Mas não se consegue ter um blogue misto doutra maneira, sem haver uma "ela", ou duas, ou mais, a não ser que se faça como aqueles dois artistas do filme bonitinho dos Oscares; eu passo...
(Frase chave nº 27 da campanha)

Campanha pelos blogues mistos (3)

1 -O treinador do Gil Vicente tem um ar severo.
2 -O Sporting ganhou, apesar de tudo. Dois a zero. Koke, esse artista.
3 - "Tudo" quer dizer "tudo". Inclui a frase "não jogámos nada de jeito".
4 - A severidade aponta-se, regista-se. Leia-se 1.
5 - O resultado também. Leia-se 2.
6 - Vem aí o João Loureiro, agora? Que medo tão grande. Que pânico. Vem severo, vem de Ban? Leia-se 7.
7 - Chega disto.

Um blogue misto permite quase tudo; o que não permite está no "quase"; e "quase" é uma palavra pequena.
(Frase chave nº 38 da campanha)

Um blogue misto é como uma francesinha

Se é certo que os blogues mistos possuem essa apreciável virtude do pluralismo, também é certo que obrigam a (tantas vezes penosos) exercícios de tolerância por parte da ala feminina. Aliás, das mulheres espera-se, como sentenciou o poeta e diplomata Vinicius, que sejam "só perdão", sobretudo perante manifestações puras de beicinho caprichoso, como sucedeu aqui ao besugo, homem barbado e rodado bonus pater familias. Mas, antes de mais, homem. Pois.

O que quero dizer com isto? Quero dizer, caro besugo, que compreendo e, evidentemente, te perdoo essa alucinação da troca de mails, consciente que estou dos fétiches que te assolam o id e te perturbam a vigília - aqueles que me contaste serem recorrentes, os das censoras em geral e agentes da PIDE-DGS em particular*.

Así que te digo, macho: podes continuar. Não interrompas a terapia e, claro, não te esqueças das gotas ao deitar.

*Isto sem falar em cenas mais radicais e sado-maso, como as das correntes e cabedais. E os pesadelos em que o Freitas do Amaral regressa ao CDS-PP.

Intervalo

On the first day God created the sun - so the Devil countered and created sunburn. On the second day God created sex. In response the Devil created marriage. On the third day God created an economist. This was a tough one for the Devil, but in the end and after a lot of thought he created a second economist.

Campanha pelos blogues mistos (2)

Há outras vantagens num blogue misto.
Por exemplo (repararam, um tipo que vai expor uma merda qualquer e começa logo por dar exemplos, repararam, que imbecil tipo?), um homem chega ao blogue, aborrecido de mais um dia chato, e vai ler o Diário Digital, ou uma crónica dum analista qualquer; começa a lembrar-se logo de associar "analista" a "gosto pessoal vaselinado do analista", desata a escrevinhar vitupérios, publica e pronto. Andor.
Está mal. Claro. Vem a parte feminina, a consciência de saias, e apaga aquilo tudo, deixando ao homem um e-mail a dizer "tu estás doido! queres fazer o favor de te portar como um homenzinho?" e um tipo agradece, deixa um e-mail-de-resposta, a barafustar "quem te deu autorização, ó censora do caraças?", mas aquilo não se lê assim, lê-se "obrigadinho...".

É bom.

Se não pode ter um blogue misto, não pode, pronto; eu também gostava de ganhar 10.000 euros por mês; deixe lá, esqueça isso...
(Frase chave nº 11 da campanha)

Campanha pelos blogues mistos (1)

As vantagens dum blogue misto são as previsíveis.
Para começar, assim a desbastar, há sempre quem saiba falar de carros e de futebol e não é forçoso que haja dias difíceis no blogue por causa da natureza mensal da patroa.
As desvantagens, bom, é aquilo de não se poderem pôr certas fotografias, isto basicamente.

Faça um blogue misto. Em não podendo, olhe: arreie.
(Frase-chave nº 16 da campanha)

Será o draft?

Sossegada por saber, porque o JPP o afirma, que as leis não são mandamentos (muito embora já me inquiete e abale, nas minhas aquisições cognitivas do "normativo", o facto de o mesmo JPP também esclarecer que, além de não serem mandamentos, as tais leis também não são regras) só não percebi porque é que o legislador decidiu separar as LEIS DO ABRUPTO com pedaços de papel quadriculado A4.

Salut!

A Miss Pearls lembrou-se de mim à conta da Marion.
Cá para mim lembrou-se foi do rapazola cujo pai tinha de ir à Roménia e foi para o campo das Ardenas à conta disso, mas pronto.
Lembrou-se de mim e do João Villalobos. Ora, querem ver? Ainda há-de ser parente do Titó*!

*(Bom livrinho, aquilo dos Ramires; pena ter sido o filho do Zé Maria a escrever o fim, aquilo da comparação de Gonçalo Ramires com Portugal, coisa tão fagueirita de trigueira...)

Reclamação

É claro que o que vou dizer a seguir vem poluído duma imensa inveja. Eu não fui convidado, até agora, para participar (eu já não digo moderar, que eu nunca soube moderar-me, quanto mais moderar os outros) nos debates sobre os blogues no feminino. E já houve muitos desses, o que me enerva. E isto, queira-se ou não, a inveja, acaba por inquinar a razão, não há nada pior (ao menos para a razão) que a inveja: o invejoso é vil e, de vil que é, cega-se nas sinapses. Eu sei, eu sei.

Mas (há sempre um "mas", diria o povo, o Pulido Valente não diria assim, mas ele também parece que consome mais carbonos que eu e metade do povo juntos) o que eu digo, mesmo penetrado deste estado de espírito rastejante, é o seguinte: agora que já concluiram que não há grandes diferenças entre blogues femininos e masculinos, poderiam concentrar-se um cisco nos blogues mistos? Eu prometo que a gente manda o alonso(*) aos debates, a sério! Pensem nisso. Somos uma raridade e ninguém nos liga, pah!

(*) Bolas. Lá ia o alonso ter de conversar com a Fernanda Câncio, desculpem, a fernanda câncio.

Vem aí o homem dos dossiês

Toma posse, no dia nove.

Ernesto "Che" Guevara também nunca poderia imaginar que, décadas depois da sua morte, viria a ser um ícone de várias gerações, incluíndo da geração morangos com açúcar.

O materialismo dialéctico explica pelo menos parte disto.

Adenda ao filme de cow(what?).

Poderá sempre querer perguntar-me alguém, seja quem for, a propósito do que escrevi ali abaixo, "és então tu que decides o que já sabes e o que ainda não?".
Para evitar e-mails desnecessários fica já aqui a resposta de besugo a essa eventual e premente questão, que é "havias de ser tu, pois era?, não querias mais nada?". E poupa-se, assim, tempo e converseta.

Sempre serve para o convívio.

Parece que, depois de profícuo e aturado debate dedicado a uma das mais interessantes questões marialvico-burguesas do pensamento blogosférico, se concluiu, afinal, que não há diferenças relevantes entre os blogues femininos e os masculinos*.

Ora muito bem. Sanada que está a dúvida, do tamanho da história humana, que vinha atormentando a civilização (dispenso-me de acrescentar "ocidental" para evitar o pleonasmo) pelo menos desde o advento da blogosfera portuguesa, voltem as mimosas senhoras aos blogues onde "às vezes conseguem falar de coisas sérias". Os cavalheiros podem passar à sala de fumo, s.f.f..

*Ou deveria dizer "os outros"?

Brokeback Mountain

Adormeci quase logo. Estava com sono. Já o tinha, ao sono, por isso dormi.

Parece-me que a fotografia era bonita, algumas músicas também.

Depois, tentei rever. Melhor dizendo, tentei ver. Não consegui.
Não me apetece ver. Não é que me apeteça fechar os olhos, não é que sinta horror nenhum, é apenas um não me apetecer que, não tendo nada de definitivo, também não garanto que seja transitório.
Que acrescenta ao amor (eu aqui podia dizer "ao amor heterossexual", mas penso que se percebe que podia mas não disse, que não quis, que não vem sequer a propósito) ele ser entre dois homens, ou entre duas mulheres? E ao sofrimento? E a seja o que for? Não acrescenta nada. Apenas os particulariza, tentando elevá-los (ao amor, ao sofrimento, a seja o que for) a uma dimensão quase de "casta", a uma excelência por demonstrar, a uma sofismática sofisticação do egoísmo. As minorias são sempre, entre outras coisas (boas e más) que também são, egoístas. Egocêntricas. Redondinhas. Como as maiorias. Pois.

A vida é difícil. Já sabemos.
Para isso prefiro ver o Café Ruanda, mas também confesso que não vou ver.
Também já sei.
No fundo é uma simples economia de esforços, que me leva a não querer rever o que não aprecio grandemente, ainda por cima a exibição do óbvio em écrans condicionados.

Eu já vi, já sei, vai lá tu.
Como é que sei? Como é que vi?
Não brinquem. Tenho olhos.

Não vale nada.

4.3.06

Latrinório

- Fale-me do caso possessivo.
- Bom, basicamente é meu. Era só?
- Era, era.

Works


- "Como é que se liga o complicador!?", perguntou ela, batendo o pé, franzindo-se.
- "Vem cá. Eu mostro-te como se desliga...", respondeu ele.

Les compères, de novo

Um operador de máquinas pequenas estava sentado em frente da máquina pequena que operava. De repente levantou-se e pareceu-lhe que ficava maior.
"Ao menos maior do que a máquina!" , pensou ele, sentando-se outra vez.

Regras e solstícios

Este blogue é misto, há a lolita e o alonso e eu.
Não permite comentários.
É anónimo, de facto, mas os seus membros não exercem essa hedionda condição senão aqui.

Por estas e por outras:
1 - Este blogue não encaixa nas regras de Pacheco Pereira (ele chama-lhes Leis, mas eu gosto mais de Regras, porque sou fixado no João das ditas e na de três simples)
2 - Nem será, nunca, objecto de discussão "por géneros", como naquela coisa dos blogues no feminino, que parece que há uma vez por mês. Regras? Pois, eu já tinha dito.

Paciência.

Relembro aqui, com gosto, agora a despropósito, uma frase de Carlos Taipas Roche-Van, esse fabuloso tipógrafo: "no meu tempo também havia desses meninos, que se faziam de meninas para estarem mais perto delas; contudo, elas, sábias, acabavam sempre por mostrar os ligueiros - e o que mais tinham ali por perto - a quem lhes ligava sem fazer beicinho e sem babar ao ponto da desidratação".

Carlos Taipas Roche-Van (quem não leu, por exemplo, "A sutura: como fazê-la sem ficar demasiado apertada para nós?"?) não era um Anselmo Van-der-Vaelde-Reis, isto por exemplo, mas caramba!

Faltava este

3.3.06

Ao ataque!













De passagem, espreitei a interpelação dos "cruzados do PP" ao MNE.
Pelos vistos, a rapaziada esteve inflamada, obrigando o MNE a proferir isto, já encostado às cordas:
"É preciso diálogo de civilizações, é preciso promover a paz e não um ambiente de tensão. A não ser que comecem a pregar que o que é preciso é resolver o problema à chapada".

Tenho para mim (gosto desta expressão, empresta a qualquer opinião um intimismo de relicário, de coisa pia, mesmo de pio...), tenho para mim, dizia, que é mesmo à chapada que a malta do PP quer resolver os assuntos todos.
De resto, basta olhar para alguns dos seus deputados para percebermos que, por detrás dum discurso firme, está sempre um cabedal respeitável, uma expressão nada fugidia, uns pulsos enérgicos dados à peleja, uma apetência guerreira que, devidamente enfeitada de cruz sobre armadura, faria troar clarins e destroçar infiéis, aos solavancos, um je ne sais quoi bélico que nos faz ter a certeza, mirando-os, de que, se fosse com eles, aquilo era mas era tudo à caqueirada!

Eu botei ali em cima alguns. Eles são mesmo assim, palavra de honra, eu confirmei em alguns sítios, até no lugar oficial do partido; a sério, são. Falta-lhes só a armadura, tal a pujança latente que ali está. Mas acho que ainda não tiraram os retratos de farda, não arranjei, peço desculpa. Ficam estes.

(Claro que não coloquei o Pires de Lima, esse destoa, tem queixo; nem o Telmo Correia, porque já toda a gente o conhece; nem o Nuno Magalhães, mas esse foi só porque não arranjei fotografia, caraças, em arranjando é logo, esse é logo!)

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