Offside
Ao contrário do que possam pensar eu, às vezes, recebo e-mails. É uma espécie de cartas.Já me chamaram várias coisas, por espécie de cartas: imbecil, santo, discreto, lúcido, sacana, paneleiro, lagarto, comuna, belo, jovial, cota, ranhoso, sacripanta, burro, gordo, alto, preguiçoso, esforçado, magro, católico, escatológico, higiénico, baixo, socialista, porco, ministro, protestante, anarquista, caixa-d'óculos, sua excelência, boi, engenheiro, vagabundo, feio, filho da puta e, mesmo, cão.
Nada disto alivia, contudo, a profundíssima neura que me apoquenta. De maneira que solicito, humilde, o seguinte: se alguém com os mínimos daquela capacidade celestial mista (que se balança entre o opinativo e o utilitário) quiser chamar-me mais alguma coisa, que me chame, então, se fizer o favor, em vez disso tudo, uma ambulância.
Verde, com seiscentos cavalos!
(com seiscentos cavalos é, para quem está às voltas com a sua gramática, uma espécie de interjeição praguejante, não se refere a cavalos vapor em viatura de emergência; para a próxima digo, por exemplo, em vez de seiscentos cavalos, que é (admito) dúbio do ponto de vista sintáctico, caralhos me fodam. Por quê?, bom - pigarro grosso -, porque se percebe logo melhor, no próprio e gratuito impropério, a minha profunda inclinação para ser um "laranja", naquela colorida escala do Manchester United, ou lá o que é que agora há nos hospitais, tudo inventado - claro! ora! - pelo Arsenal, ou pelo WBA*).
*Não me importava de ser sócio do West Bromwich Albion se os tipos soubessem jogar à bola. Isto que fique claro.
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