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8.3.06

Das moderações

O aumento das taxas moderadoras limitará o acesso de pessoas aos serviços de urgência, de facto; sobretudo, limitará o acesso daquelas pessoas que não puderem pagá-las. Se era só isso, punham-nas nos píncaros da moeda única, que aquilo ficava às moscas.

Mas há os regimes de isenção. Por exemplo, para os doentes crónicos.
Parece-me estranho: num serviço de urgência, um doente agudo (enfim, não há só falsas urgências, que diabo!, longe disso) paga taxa, um doente crónico não. A haver taxas, e eu não sei se devia haver, isto é critério? Para que há Urgências? É, então, para doentes crónicos?
Caramba, desculpem lá: para esses, não é melhor aumentar e melhorar o ambulatório programado, o acesso às consultas - modelos rápidos, por contacto, tipo "consulta em 48 horas"-, o regime de hospital de dia? E, passe o sacrilégio (que aquilo parece intocável, excepto no que respeita a "modelos de gestão"), insistir na criação de verdadeiros cuidados primários?

Bom, sobre cuidados primários, só uma curiosidade: eu conheço pessoas sem médico de família, outras que, tendo-o, não vão lá, por variados motivos que me vão dizendo, e não se percebe se isto é mesmo assim ou se tudo não passa duma cadeia de encontrões, tendente a empurrar os doentes (e a responsabilização por eles e pelos actos praticados, em todas as suas vertentes) para os hospitais, não sei com que finalidade.
Provavelmente sou eu que vejo mal as coisas, mas já estou habituado a que me digam que não consigo captar grandes abrangências.
Deve ser isso.

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