Gostos muito dedicados, teimosos.
Gastam-se mais aqueles que tratam de cada assunto, de cada pormenor, de cada pessoa como se fosse a primeira vez que o fazem, como se de cada vez aprendessem de novo tudo o que adquiriram por experiência anterior que, por princípio de consciência e por cautela, nunca tomam por certa. Gastam-se, porque se esgotam nos outros, no cumprimento da missão que interpretam para si ainda mais abrangente do que ela pode ser, acreditando que podem ir além do que já sabem e do que podem. Esperam, como retorno, apenas o resultado a que se dedicaram; embaraçam-se com um simples "obrigado", se o pressentirem sentido. E duvidam, duvidam sempre e muito, sobretudo de si e do que são capazes, ao ponto de só darem conta de que encontraram a solução das suas equações solitárias muito depois de, sem saber, fazerem alguém sorrir, reconfortado.
<< Home