blog caliente.

28.3.06

O tempo pára tarde

E depois há os dias seguidos, uns atrás dos outros, cada um atrasando-se por causa do anterior, transidos de trabalho, de neura, de medo de não chegar o tempo, e o tempo que se precisa para pensar esvai-se, foge, quando sabemos dele já se foi, perdido algures em desperdícios de qualquer coisa. Queria poder usar o tempo para acarinhar, partilhar coisinhas, brincar, rir, cansar-me de rir e no fim adormecer, no conforto que os filhos dão às mães quando se sente que eles têm tudo o que elas querem que eles tenham. Mas o tempo perde-se, em cada segundo de silêncio calado, entorpecido do cansaço, cada segundo melancólico pelo anterior que já se foi, desaproveitado a mastigar o dia esboroado, agora maior, que atraiçoa por iludir nas horas que ainda se tem para correr.

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