blog caliente.

5.3.06

Brokeback Mountain

Adormeci quase logo. Estava com sono. Já o tinha, ao sono, por isso dormi.

Parece-me que a fotografia era bonita, algumas músicas também.

Depois, tentei rever. Melhor dizendo, tentei ver. Não consegui.
Não me apetece ver. Não é que me apeteça fechar os olhos, não é que sinta horror nenhum, é apenas um não me apetecer que, não tendo nada de definitivo, também não garanto que seja transitório.
Que acrescenta ao amor (eu aqui podia dizer "ao amor heterossexual", mas penso que se percebe que podia mas não disse, que não quis, que não vem sequer a propósito) ele ser entre dois homens, ou entre duas mulheres? E ao sofrimento? E a seja o que for? Não acrescenta nada. Apenas os particulariza, tentando elevá-los (ao amor, ao sofrimento, a seja o que for) a uma dimensão quase de "casta", a uma excelência por demonstrar, a uma sofismática sofisticação do egoísmo. As minorias são sempre, entre outras coisas (boas e más) que também são, egoístas. Egocêntricas. Redondinhas. Como as maiorias. Pois.

A vida é difícil. Já sabemos.
Para isso prefiro ver o Café Ruanda, mas também confesso que não vou ver.
Também já sei.
No fundo é uma simples economia de esforços, que me leva a não querer rever o que não aprecio grandemente, ainda por cima a exibição do óbvio em écrans condicionados.

Eu já vi, já sei, vai lá tu.
Como é que sei? Como é que vi?
Não brinquem. Tenho olhos.

Não vale nada.

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