blog caliente.

8.3.06

Contragosto

Raios os partam. Lampiões!
Fazem um tipo sentar-se em frente da televisão, numa espécie de antegozo perverso, naquela mistura de "ides levar poucas" e de "andai lá, tomai e comei, isto é a vida", e depois dá nisto.

Acreditem. De início, ninguém está pelo Benfica. De início, quem não gosta do Benfica, não está. Eu não gosto do Benfica, já disse. Ninguém que não seja do Benfica gosta do Benfica, excepto alguns tipos do eixo Belenenses-Braga-Estrela da Amadora-Alverca e meia dúzia de portistas (com quem não falo, nem por gestos) que se armam em lampiões em dia de derby alheio. Gosta-se de alguns benfiquistas, mas mais nada. Alguns são nossos parentes, vivemos naquela coisa de "como é que este(a) gajo(a) saiu assim?".
Sentei-me, por isso, no antegozo de os ver levar uma tareia e a pensar no bem que isso nos faria, a mim (tungas!) e a eles (palhaaaaços! convencidos!).

Merda.
O Liverpool falhou dois ou três golos certos, nos primeiros vinte minutos, e eu percebi logo que não presto para nada como hooligan: quando dei fé, estava a tentar tirar a bola aos "ingleses", com os pés; ia-me saindo um vitorino da pedaleira.

Assim não dá. Senta-se um homem para uma coisa e percebe, já sentado, que não percebeu, afinal, por que raio se sentou.
No fim está-se bem, mas está-se cansado. Eu já não me lembro de me alegrar à conta do Simão Sabrosa desde que ele foi para Barcelona! Eu tinha jurado nunca mais mandar vir com nenhum gajo chamado Beto que fizesse asneiras! Bolas.

Eu não gosto do Benfica, mas gosto. Estou tramado. Nunca hei-de ser ninguém na vida, não sou bom contra. No fim, quase que já estava pelo Liverpool, mas isso foi só depois do segundo golo.
Eu, às vezes, não me entendo.
Vou para a Nicarágua. Vou telefonar ao Luís Portugal, que a cerveja já está choca, e depois vou.

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