blog caliente.

30.7.08

dos mabecos

Sou muito sensível aos problemas do João Moutinho e compreendo que ganhar apenas 100.000 euros por mês cria problemas ao jovem, pois deve criar, problemas esses que a maior parte das pessoas não entende, a começar por mim, que gostava de ganhar isso num ano e não conseguirei nunca, até ando a pensar em fazer uma exposição a um ministério qualquer, palavra de honra, realçando nessa exposição que o próprio João César Monteiro foi melhor pago que eu para fazer um filme que tanto fazia passar na rádio, como nas telas, como nem sequer passar - o efeito agudo, subagudo e crónico do "Branca de Neve" dispensa-me de mais comentários sobre "placebos pagos" - e que isso pode ser considerado como vagamente injusto e merecedor de caneladas.

Mas não é disso que se trata agora. Agora é disto.
Uma anestesista morreu. Ou seja, morreu uma mulher que, entre outras coisa que devia fazer enquanto esteve viva, anestesiava doentes para serem operados. Às cataratas, à vesícula, ao caralho (aquilo de aparar o lápis aos que têm piroca marcada pelo destino), aos intestinos e outra esplancnologia, aos ossos e "às coisas de cona".

Agora, morreu. O que deve ser fodido. Para ela, para a família, para os amigos. Mas sobretudo para "os nove doentes cujas cirurgias tiveram de ser adiadas". Eu fodia esta anestesista. Que cabra. Morrer assim, obrigando nove utentes a regressar a casa sem a devida ablação de vísceras, quistos, excrescências, miomas e esporões? Esta mulher merece mas é a morte. Já a teve? Não importa: mata-se de novo, porque tem de aprender, mesmo já cadáver, duas coisas:

1 - Não se adiam cirurgias sem ser por motivo de força maior, sendo que a morte honrosa e honrada deve ser reservada para quem é utente, ou seja, para quem utiliza. Ela morreu em casa, não utilizou, não era "utente", portanto que se foda, não é motivo de força maior, "ai morreu?, punham lá outra!", "não há outra...", "pois que houvesse!" . Um utente é um conjunto de direitos enfiados dentro duma caixa torpe, que ressoa e goteja ranço.
2 - A morte dum médico é uma chatice para os utentes e não merece outra referência que não seja o prejuízo que a sua morte causa a outrem: os utentes que, embora ainda vivos, se viram prejudicados por esta chatice de o raio da mulher ter morrido, "e agora quem me paga o caralho das despesas do táxi?", têm direito à indignação. E até a senhora enfermeira do Bloco dissertou sobre alternativas, a parva, em lugar de se vestir de luto e de dizer "respeito!".

É um mundo cada vez mais cão, este. E cada vez mais há gente rasca a amplificar-lhe os ganidos do fim.

20.7.08

do nojo (leia-se luto)

Fazei o que quiserdes, mas não vai ser a chegada do Moutinho, nem a do Postiga, que vai resolver esta verdade (e eu nem sequer falo do Veloso, que quaisquer cem mil euros eram bom negócio desde que ele se fosse embora duma vez): o Sporting não joga a ponta dum corno e, mais do que isso, mais importante do que isso, não tem por onde jogar mais que a ponta do corno que joga.
O Sporting está, desde o velho Acosta - e, a seguir a isso do Acosta, desde o toxico-golo-dependente Jardel -, uma equipa de merda, desculpem a franqueza. Uma equipa feita de jogadores que pastam num sistema quatro vírgula qualquer coisa e risco ao meio, tá bem abelha, já sei, dizei para aí, que a verdade é esta: não jogamos nada, temos alguns jogadores que "valha-me Deus", somos uma equipa que há muito tempo (tempo de mais) é chata de ver jogar e, ainda por cima, muito burra: dali, mesmo espremido por quem soubesse mais que o espremedor que lá temos, não vai sair nunca nada de jeito.
Revisto ainda com desgosto, mas menos.

19.7.08

Esguichos de besugo

O hiato deve ter-se expressado mesmo assim, como vem aqui, no Expresso. Lá está, Expresso: é onde também se expressam os hiatos.
Diz ele, o hiato, que tem - pelos vistos - da frase uma noção que parece variar entre a contenção cismada e a insurreição gramatical: "Não podem deixar atingir-se pela descrença e pessimismo".
Claro que não. Nem podemos isso nem deixar de lhe aconselhar, a ele - hiato - ou ao revisor do Expresso online, ou a ambos, uma gramaticazinha.
E, apenas ao hiato, dedicamos um excelente "vai animar mas é o caralho".

Notas de três euros e vinte, se preciso for para sermos globalmente felizes, ou então em moedas, também dá

Um génio entrou numa loja de ferragens e perguntou ao rapaz do balcão se estava preocupado com o aquecimento global.
O rapaz respondeu que estava ali para vender pregos e dobradiças. E acrescentou, a medo, "parafusos".
O génio pediu-lhe logo dois. Dois parafusos: "Um é para a lamparina", explicou.
O rapaz deu-lhos. "São 2 euros".
O génio pagou, achando caro. E expressou opinião sobre a carestia.
Ficou o rapaz abespinhado: "o senhor, que anda aí de turbante e de chinelos, daqui a nada ainda me vai falar da globalização e eu não estou para isso, ouviu?, que me cheira sempre a sovaco, por isso pegue o seu troco, ora aqui está, um euro e vinte, e desande, vá passar solarina na lamparina e leve a Gina, por Santa Cristina, e a tetina está na tina e ... fiquemos por aqui, sovina".
E o rapaz, de facto, ficou por ali.

18.7.08

Les jeux sont faits


5.7.08

É ir lendo.

sem ser ao espelho

Muito bonito. Ver até ao fim.
Já tinham visto? Muito bonito na mesma.
Não preciso de ser arauto da beleza, nem de tê-la.
Só de vê-la.

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