blog caliente.

29.8.07

Boa malha

Inquérito no Jogo online. Ainda tentei responder, eram duas perguntas, mas a primeira questão fez-me logo rebolar a rir, é uma coisa tipo teste à americana:

1. Quaresma-Lisandro-Tarik são a melhor solução ou deverá o ataque do FC Porto incluir na equipa titular um ponta-de-lança clássico?
- Sim

- Não

Faço notar aos mais distraídos, antes que se gastem a enviar-me e-mails a chamarem-me besta, e outras simpatias de tontos, que a semântica da questão colocada é equivalente a esta:
1 - Beber todos os dias dezoito litros de vinho tinto é melhor para a saúde, ou faz melhor à saúde beber dezoito copázios de aguardente de cana?
- Sim
- Não

Não se pode responder. "Sim" ou "Não" o quê?
Votaram, contudo, nesta aberração questionária - até agora - 3902 tipos suficientemente esclarecidos, sendo que o sim, na pergunta que transcrevo, lidera confortavelmente: 56%.
Quando for em referendos nacionais exijo que estes tipos votem. Sempre. Pode ser?

A segunda questão é também engraçada:

2. Concorda com a decisão de Pedro Proença, que assinalou um livre-indirecto por alegado atraso de Polga a Stojkovic?
- Sim

- Não
- Não, mas o guarda-redes não devia ter arriscado

A resposta evidente é não, embora muitos ceguinhos possam responder sim, admito a cegueira, mas o que é mais engraçado não é isso, isso que se lixe, já basta terem votado mais de 3000 tipos: o fantástico é que há 27% de voluntários respondedores que escolhem a terceira opção: não concordam com o que fez o Proença mas acham que o sérvio, por sua vez, não devia ter arriscado. São o tipo de gajos que, perante uma rapariga que acabou de ser violada numa estrada, acham mal, "é pá, isso é errado!", "mas, também, a gaja que não usasse minissaia, parecia que estava a pedi-las".

Isto faz bem, pelo menos faz sorrir um pouco no fim dum dia muito mau.

Um atraso de vida

Uma das coisas mais divertidas que li hoje foi esta, um rabisco dum comentador do "Record" online, a propósito da Proençada, que vai tal e qual como lá está:

"...só não vê quem quer, o Polga cortou o lance atrasando a bola para o Tonel que abriu as pernas e o Stojkovic que tinha tempo agarrou-a, não entendo o que aconteceu, mas se o polga não tivesse a intenção de atrasar a bola para o tonel, de certeza que o corte não teria sido asim feito, vejam as imagens com honestidade, e vejam a posição do corpo e do pé do Polga, ele atrasou intencionalmente para o Tonel e ponto final, POR ISSO CAROS SPORTINGUISTAS NÃO HÁ DESCULPAS, ERRARAM" .

Portanto, de acordo com esta alimária, se o Derlei atrasar a bola com alguma força para o Moutinho, este a deixar passar para o Veloso, este, por sua vez, abrir as pernas e a deixar seguir para o Polga, isto sempre na direcção da baliza, se o Polga cismar em a deixar seguir para o Tonel e este, por sua vez, e toda a gente sem tocar na bola desde o chuto do Derlei, a deixar correr até ao guarda redes, agarrando-a este por fim, embora tendo tempo, seja lá isto o que for, "ter tempo", é falta.
Valha-me São Faustino, que engraçado isto é.

Acabou a festa

Por mim, siga a marinha.
Obrigado ao Eclético, por ter reparado no fogo de artifício e por se ter atrevido a umas palavras simpáticas.

28.8.07

A festa do blogame 6

Uma tatuagem encontrou outra tatuagem e fez-lhe grande festa:
- Bolas, há tanto tempo que não te via, até pensei que já estivesses pespegada na pele do Raul Meireles!
- Também eu, já não te enxergava há meses, estava a ficar preocupada contigo, tanto que até hesitei entre começar a ver os jogos do Porto e fazer queixa à PJ!

27.8.07

Pegai lá sabão e água

O Porto - Sporting foi um jogo em que aconteceram várias coisas, como é suposto acontecerem várias coisas nos jogos da bola, que foram estas:
1- O Porto tentou entrar à Lagardère e não conseguiu, porque não joga que chegue para isso. O árbitro aqui é inocente.
2 - O Sporting tentou entrar à D'Artagnan, mas também não conseguiu, porque não joga que chegue para isso. E, também aqui, o árbitro é uma espécie de Cordeiro de Deus.
3 - Na primeira parte o Porto jogou melhor e até mandou uma bola à barra, ou seja, aquilo foi uma bola mal chutada, há quem diga estas coisas e eu nunca desminto ninguém que seja crente, mas se tem entrado - mas como foi mal chutada, repito, não entrou - daria o 1-0, mas não deu, lá está, não entrou, e não foi o árbitro que a tirou de lá de dentro, o árbitro só marcou o livre, que - por acaso - não era, aquilo não foi falta nenhuma, foi o Proença, escola dos Xistras, discípulo de Lucílio, e já começa agora a vir ao de cima o próprio Judas, esse, já montadinho no Cordeiro de Deus.
4 - Durante o jogo há uma patada do Quaresma e outra do Bosingwa, uma no Veloso e outra no Moutinho. O árbitro viu ambas, deu amarelos, é por que viu, está certo, foram amarelos, uma expulsão estragava o jogo, duas era uma coisa que só se viu (ampliada) quando o Sporting acabou com 8 jogadores nas Antas e mesmo assim empatou, "era uma possível influência directa no resultado". Inocente outra vez. Pobre Proença.
5 - O Sporting jogou melhor que o Porto na segunda parte e isso também não é culpa do árbitro, aconteceu assim. O Proença continua, até aqui, limpo, limpíssimo.
6 - Mas, lá está. Chegou aquele corte do Polga para trás, na direcção da baliza, o Stojkovic agarrou a bola, que ainda passou pelo Tonel e tudo, e agarrou-a muito bem, muito dentro das leis do jogo, aquilo foi um corte do defesa, não foi um "passe efectuado por um defesa, em posse da bola, ao guarda-redes", a bola, quem a levava, aliás, era o Postiga, mas o Proença marcou ali um "prrrriiiiip", tem sempre de haver um "prrriiiiip" destes quando se dá um apito a um Proença, e foi livre a... enfim, a um palmo da baliza.
7 - Claro que isto não é influenciar o resultado dum jogo. Não! Longíssimo disso! Era preciso marcar o golo, era muito difícil, e aquele mostruário de tatuagens que se chama Meireles meteu-a na baliza, à bola, bola bem chutada, "vai buscar". Eu marquei um golo assim difícil aos dezasseis meses, mas eu não conto, sou pouco dado a chutar ao lado desde cedo.
8 - Mas não era falta. Lá está, aqui é que ela bate: não era. Proença viu o que não podia ter visto, porque, simplesmente, não aconteceu. Erro grande, mesmo grande, enorme, é ver o que não há. Não ver o que há pode ser distracção, ver o que não há é diferente, é alucinação, coisa de doidos.
9 - Depois do jogo, tem-se falado muito do "erro de Stojkovic". Consta que Paulo Bento até terá tentado gritar, ou terá gritado mesmo, na altura, "chuta a bola!", mas isso não serve para nada como tentativa de desenforcar Proença: o guarda-redes agarrou a bola, podendo tê-la chutado, porque a verdade é que podia agarrá-la. Leis do jogo, niquices da FIFA, dantes até se podia atrasar ao guarda-redes, mas a verdade é que podia agarrá-la mesmo. O simples facto de poder ter despachado a bola para os camarotes dos VIP com um biqueiro e de, em vez disso, ter estado ali à espera até chegar o gajo do Porto para a agarrar, prova que o sérvio não se enganou, não traiu ninguém, fez o que eu faria - isto se não soubesse quem era o Proença, escola dos Xistras e discípulo de Lucílio, vassalo dos alucinogéneos da ribalta frouxa. Sim, senhoras e senhores, o resultado, vindo daquele livre, é falso como ele, o livre. E eficaz como Proença. Melhor ainda: é como Judas.
10 - É evidente que o livre mal assinalado (e bem marcado pelo jogador com mais tatuagens por centímetro quadrado da primeira liga) não influenciou o resultado do jogo. Não! Isto é certeiro. Tão certeiro como afirmar que os cartões vermelhos a Bosingwa e a Quaresma, que foram poupados a bem da verdade desportiva e da "não empolação dos incidentes avulsos", o não influenciariam também.

A festa do blogame 5

Em sérvio diz-se estojcismo.

A festa do blogame 4*

Isto chateia-me um bocado, mas a verdade é que se o blogamemuxo tivesse regras (enfim, um regimento) já estava extinto e enterrado há muito.
Acreditem.
É que a nossa vida não é isto.

*Título alternativo: o que eu me tenho consumido a pensar no milho transgénico

A festa do blogame 3

Stojkovic, lolita, Stojkovic.

Bom.

O blogame mucho nasceu e lá foi indo. Quatro anos, caramba, são muitos bibes e muita baba e ranho e muitíssimo "olha, eu agora vou-me deitar".
É engraçado.
Como se pode ser coerente tantas vezes no desenrascanço sem se ter, ao menos, um bocadinho de razão? Com sorte? Está bem, pá. Em quatro anos? Sorte?
Sorte é ter Proenças.

Deixemos isto.

Outros escreventes passaram por aqui, mas nunca disfarçaram a falta de tempo, nem a ausência de vontade, nem o descoforto de escreverem num lugar em que a escrita é, mas é mesmo, livre. Tão livre que nem sequer é refém da inspiração.
E lá saíram, pela sua mão, conforme entraram pelas nossas mãos, as da lolita e as minhas e as deles, cadinhos de mãos que ferveram sempre a temperaturas diversas.

Isto é a vida, na sua vertente "olha, anda cá, fica aqui, fica, ai agora queres ir embora?, pois muito bem, vai".

Isto toda a gente entende, não há aqui jogos de mão. Há só quem, com mão menor resultante do baralho, resolva deixar de ir a jogo. Nunca um jogo acabou por se acabarem as fichas, há anéis e há relógios. E há o amor pelo jogo, esse depenador universal.
Mas há, também, quem só jogue pela certa, jogadores de vinte e cinco tostões. Esta parcela dos festejos é com esses marcadores de livres à entrada (ou mesmo dentro) da área que se chateiam com a barreira

26.8.07

A festa do blogame 2

Desengane-se, quem pensava que o Besugo se iria esticar à vontade na habitual ladaínha acerca de só ele escrever aqui e de só ele se esforçar por ter tempo e disponibilidade e tal e tal e, com isso, não apenas granjear a admiração de terceiros incautos pelo aparente estoicismo de segurar nos ombros o peso de quatro anos do blogamemuxo como aproveitar a deixa para se queixar da economia de livre mercado (para não dizer do Stoicovic).

Eu gostava mesmo é que o Besugo explicasse como se diz "iniciação ao futebol para guarda-redes indo-europeus" em sérvio.

A festa do blogame 1

Multipliquei 190.000 por 4/365 e deu 130.
Ou seja, temos uma média diária de visitas de cerca de 130. O que é fraquinho. Até o "aka" deve ter mais.
Mas para mim é bom.
Isto deve ser mesmo um bom blog.
Dentro do género "é melhor ires à volta", deve ser mesmo.


De l'industrie de conserveira

Para os nossos amigos do Quebec, da Louisiana, da Nova Caledónia (e para aqueles dezassete magrebinos que festejaram a vitória do Sporting na Supertaça):

Quand la lolita a créé le mucho de blogame, fait faire quatre ans, hier quatre, il a marché à cismar s'il devait me laisser pour entrer ou pas. Ceci pendant, plus ou moins, une semaine et bas.
La lolita a la mauvaise forme intermittente très, mais intermittent commun - sentir de elle dévaste également - ce plus ou moins - de la semaine et du bas dans la semaine et le bas. Par conséquent elle m'a bien couru.
Nous allons bien. Plus ou moins jaillir. Je trouve.
Conservé.

Of the conserveira industry

Para os nosso leitores de Denver, Las Vegas e Birmingham:

When the lolita created the blogame mucho, has four years, made yesterday four, it walked to cismar if it had to leave me to enter or not.
This during, more or less, one week and stocking. The lolita has bad intermittent shape very, but intermittent common-sense of it also devastates - this more or less - of week and stocking in week and stocking.
Therefore it ran me well.
We are well. More or less well. I find.
Conserved.

Da indústria conserveira

Quando a lolita criou o blogame mucho, há quatro anos, fez ontem quatro, andou a cismar se me devia deixar entrar ou não. Isto durante, mais ou menos, uma semana e meia.
A lolita tem muito mau feitio intermitente, mas o bom senso intermitente dela também a assola - isto mais ou menos - de semana e meia em semana e meia. Por isso correu-me bem.

Estamos bem. Mais ou menos bem. Acho eu.
Conservados.

20.8.07

E pur se muove

Sei pouco do que se passa no país. Aliás, pouca gente sabe. Sejamos gratos, por isso, ao inestimável Berardo e ao casal MacCann, pela sua valiosa contribuição no preenchimento das headlines durante o estio, mesmo quando ostentam falta de assunto.

No entanto, o país ainda cá está, no sítio do costume e com os insólitos e as endemias do costume. Os protagonistas do costume - salvo as mencionadas e honrosas excepções - é que encerraram para férias. Não nos confundamos. Vejo, por exemplo, com alguma preocupação que, à falta de assunto mais suculento, já há quem discuta a diferença entre milho biológico e milho transgénico.

O que se passou em Silves

É em escassos segundos que se percebe que apenas um fiozinho invisível separa a ilusão da invencibilidade da certeza de uma engrenagem tão frágil que avaria à passagem, numa terreola do interior, de um mero grão de areia da faixa costeira, afinal demasiado próxima.

à defesa (2)

Um tipo que podia ser eu - mas que não era - disse-me que estava muito nervoso e acagaçado, e eu olhei para ele como se ele fosse eu - mas não era - e vi que estava assim, e pensei "podias ser eu, porque estás quase como eu, se fosses eu".
Mas não lhe disse nada, fiquei calado, nunca se comparam assim coisas. Muito menos no Barlavento, de madrugada, ele na maca e eu de pé, calças vestidas.
Claro que podia ter-lhe dito apenas "tem calma, vai correr tudo bem", isso podia, mas não consegui. Dantes conseguia.
Cada vez sei menos de "correres" e mais aprendo sobre "anda lá com a tua vida".
Eu depois penso melhor nisto.

ao ataque (1)

Depende tudo da disposição.
Um homem tanto pode derrear o lombo de gozo verdadeiro perante um cheiro doce de tão morno, como ficar prostrado de nojo perante o mesmo cheiro, está bem, é o mesmo cheiro, é morno e doce, mas eu é que estou meio avariado.

Depende da disposição e, ia-me esquecendo, do tipo de avaria.
E do avariado.
E de quem está de serviço às composturas.

18.8.07

à defesa (1)

Esteve-se bem.
Havia sol, havia mar, havia vento, havia um caminhinho para a praia, havia bifes e boches que faziam pouca bulha - embora me enervassem como me enervam, de costume, os bifes e os boches quase todos, basta dizer-vos que me chateia sempre ver gajos e gajas praticamente desprovidos de melanina passarem os dias ao sol, dedicando cerca de noventa e oito por cento desse tempo diurno a untarem-se com mistelas que os protejam dele, do sol, porque nos restantes dois por cento do dia estão a mandar vir com a canalha, ou a ler pasquins, ou então romances de bolso, ainda por cima fazem isso com sucesso, ao menos isso de estarem ao sol sem estarem, sim, que no fim de quinze dias espojados na areia conseguem manter a mesma cor leitosa e doentia que trouxeram de casa, isto deve ser uma espécie de conquista de Abril para cromos lorpas, passam os dias nisto que eu disse e as noites a emborracharem-se mal, sim, mal, que os bifes e os boches deste calibre, destes assim mais finos, emborracham-se no sofá deles, em silêncio, em lugar de irem para os bares encherem aquela merda de vomitado e de cantigas rústicas, ou de estarem a embebedar-se no lar, está bem, mas a conversarem sobre qualquer coisa de jeito, sobre a bola e isso - havia muitíssimas coisas, havia SPA e tudo, mas eu não fui lá, que eu não dou para essas merdas de me andarem a mexer na fruta com cremes e essências e sabe-se lá mais o quê, olha, logo eu, com a minha sorte havia de me calhar um preto, ou um chibungo, ou uma gaja gorda de carências, olha logo eu, havia variadíssimas coisas, esteve-se bem e, já se sabe, paguei uma pipa de massa.

Com isto tudo, não havia SportTV, nem internet, nem o caralho.
Deixei lá escrito no questionário deles o que penso sobre isto tudo, de maneira que sosseguem.

4.8.07

O Zoro está bem, aquilo foi só um nó cego

Eu estou surpreendido. De facto, estou.
Aquilo que escrevi ali para baixo, sobre o facto (e era um facto, até hoje) de andar aqui a escrever sozinho num blogue que era suposto não ser só meu, não era um ultimato a ninguém, era um queixume meu. Era um "então vocês deixam-me aqui, já não me ligam, já não passam cartão a isto?", não era um "escrevam, e isso depressinha, que é a vossa obrigação!".

O alonso entendeu isto como um ultimato.
Bom. Vamos lá a ver. Não é bem assim.
Eu sei que ele não entendeu isto, de facto, como um ultimato; por duas razões, ao menos estas: porque eu o conheço e porque ele me conhece.
Mas a verdade é que aproveitou o meu gemer para me dizer - e à lolita, que também andava distraída mas lá acabou por escrever também, honra seja feita ao alonso, ao menos por isso de fazer a lolita escrever, lá pariu uma resposta ao alonso - que "já não me apetece mais".

E eu retiro isto, do que o alonso disse: o que ele quer é parar de escrever aqui por um tempo. Muito tempo, ou pouco tempo, provavelmente muito, segundo ele diz. Porque lhe apetece agora assim e - digo eu - já lhe vinha apetecendo. Decidiu apenas, agora, explicar a sua profunda ausência - passada, presente e futura (pelos vistos) - aproveitando um rabisco meu.
Fez bem, no fundo, o alonso: mais vale um "até mais logo", mesmo que depois se verifique que o "até mais logo" não passa, com o correr do tempo, dum "até nunca mais", do que um "até já" carregado das subtilezas - que todos vamos aprendendo, que remédio - dum adeus.
Por conseguinte, pela parte que me toca, até mais logo, amigo.

Entretanto, a lolita foi de férias.
Amanhã vou lá ter, a menos que me perca.

Sempre gostei mais de estar de férias do que de ir de férias, mas ainda não consigo explicar isto sem que se riam de mim. Mas isto é outra conversa, que desenvolverei - se houver internet lá na espelunca que a lolita descobriu e que, custando um balúrdio, deve ter também JB que baste, gelo à ganância, mexilhoadas e lingueirão que sobejem e - isto é muito importante - SportTV com um SPA incorporado - logo a seguir a ganharmos o Torneio do Guadiana, que é aquele evento organizado pelos benfiquistas do Algarve para verem se o Benfica ganha alguma coisa, mas para isso, lá está, não convidavam o Sporting, nem mesmo o Bétis, ia só o Benfica e o... eu ia a dizer o Gondomar, ou o Beitar, mas é chato.

No hard feelings (except those down there, still...).
Bom descanso.

3.8.07

Quarenta graus no Alentejo



Mas é claro que prossegue, Alonso. Quanto menos tempo o trabalho me deixa para escrever aqui, maior é a vontade de escrever. Ter vontade de escrever não significa necessariamente escrever por rotina - sendo certo que a rotina é, na verdade, antagónica de vontades.

Quanto ao Besugo, parece-me inabalável na sua firme intenção de - entre outras coisas - nos convencer pela prosa prolixa que percebe alguma coisa de futebol.

É evidente que prossegue, Alonso. O blogamemuxo fica à tua disposição, se algum dia os teus momentos de lazer vierem a ser mais... elásticos (ou, se quiseres, mais amplos).

Agora vou de férias. Já volto.

de ultimatos

ó besugo, tu desgraças-me com os teus ultimatos, que me compelem à escrita bloguística. Sabes o que acho? Que perdi qualidades, veia e vontade de comentar - a sério - o que me rodeia. Qualidades, veia e vontade que em ti sobram.



Tu que me conheces, sabes que eu gosto de discutir política. Tu vês política por aí? Eu nem por isso. Estou farto do Sócrates, do Mendes, do Jerónimo, do Portas, do Louçã ...

Sabes ainda que gosto de discutir a sociedade em que vivemos. Mas sabes também que sou conservador e, logo, pessimista por natureza em relação à sua previsível evolução. E, valha a verdade, agora que já não vale a pena falar do aborto (pelo menos até que as vestais da modernidade venham refilar que os prazos estão curtos e que a dignidade da mulher blá blá blá) , também te digo que me começo a estar nas tintas para a eutanásia (o debate que se segue, segundo parece), para os casamentos homossexuais (como tu dirias, no teu vernáculo montanhês, eu quero mais é que eles se ... casem e que se deixem de merdas) ou para qualquer outra questão ... como dizem os nossos políticos ... "fracturante".

Estou, assim, sem inspiração para debates sérios. O tempo que tenho para escrever qualquer coisa no computador que não seja trabalho, vou-o gastando em brincadeiras, que tu conheces e onde, aliás, me conheceste.

Não digo que essa inspiração não volte. Ou que essa vontade não ressurja. Mas este não é para mim, manofestamente, o tempo de tais coisas.

E é por isso besugo que, não obstante a existência do presente post parecer uma submissão aos termos do teu ultimato, na verdade o mesmo serve o objectivo contrário. O de confirmar que o meu silêncio tem razão de ser e não é apenas distracção. E que a minha presença no blogamemucho, traduzida em muitos posts e causadora de muitos e (para mim) bons momentos de escrita, reflexão e partilha de ideias, neste momento não faz (para mim) sentido.

Termino agradecendo-te o convite que certo dia me fizeste para me tornar contribuinte deste blog. Se tu e a lolita entenderem que o mesmo deve prosseguir, eu serei (continuarei a ser) seu assíduo leitor. Mas, porque compreendo as razões do teu ultimato (que basicamente é um: afinal escrevem ou não escrevem, porra? ) e porque entendi que lhe devia dar resposta, a minha resposta é esta: No que me respeita, não prevejo escrever. Perdi o gosto pela seriedade em momentos de lazer.

2.8.07

Conversas sem luar

Este blogue desgosta-me, agora. Só eu o mantenho, o que quase faz de mim um divorciado de quem se divorciou de mim mas que, apesar disso, me exige tença.
Não gosto dele assim, tudo eu, tudo eu: para isso assento-me a cismar sozinho e não desgasto as polpas dos dedos.

Das duas, uma. Ou alguém, sem ser eu, escreve aqui alguma coisa nas próximas vinte e quatro horas, ou eu fico tão fodido que continuo a escrever - mas, como já disse, tão fodido que poderei hiperbolizar a veia excrementária de forma tão intolerável e tão intolerante que me dê, mesmo, para explicar porque é que os atletas cubanos que queriam desertar, depois de escutarem o hino de Cuba debaixo da bandeira içada de Cuba, não passam de percevejos de cama de pensão, sim, que o direito a desertar com o peito medalhado todo voltado de costas para a Mãe, às arrecuas, é um direito, sim, embora também possa não passar duma afirmação de carácter muitíssimo... hoteleira.

Não me deixeis fazer isso.
Lolita, Alonso, stkaneko: escrevei qualquer coisa, dizei para aí, ou algemai-me.
Ou então mandai-me um cheque de 150.000 euros, que não se fala mais nisso - ao menos enquanto o guito me durar.

1.8.07

O defeso do ponto de vista do "calem a caixa"

Vamos lá, finalmente, falar do Sporting.

Calem a caixa, que alguma vez tinha de ser e eu até tenho andado mais ou menos calado sobre o Sporting e sobre a bola, portanto, repito, calem a caixa.

Eu sei que isto não é um blogue de Sportinguistas, mas, também, não há blogues perfeitos. Mesmo o Dragoscópio não é um blogue perfeito, embora o autor pareça ser possuidor dum feitio abaixo de cão e transmita isso de maneira fantástica. Mas lá está, não é perfeito. É quase, mas não é.

Não é.

Bom. O Sporting. Vamos saltar aquela parte da agremiação, da SAD, das glórias do atletismo e do ciclismo, do cantinho do Morais, dos Cinco Violinos, do Yazalde, da porta 10-A, do Paulinho Roupeiro, do Alexandre Baptista, do Carlos Pereira, do Moniz Pereira, do Manuel Marques, do etecétara. Vamos saltar isto porque isto é chover no molhado, é uma espécie de masturbação de órgão recém-vindo, ou seja, exactamente, é mesmo isso, descansa em paz um bocadinho e vamos ambos ouvir-me falar dos tempos da tropa.

Portanto, isto é mesmo sobre a bola.

A melhor aquisição do Sporting foram duas.
1 - O Sporting livrou-se de vez do Carlos Martins (embora o irmão ainda tenha ficado nas "camadas jovens", mas isso para o ano resolve-se)
2 - E vendeu uma avécula por vinte e cinco milhões de euros, ou vinte e três mil e oitocentos, por causa daquela cáusula da UEFA que protege o Real de Massamá, que foi o Nani.

Parte tipo "àparte":
Não concordo com a venda do Ricardo. Sendo certo que qualquer dos três guarda-redes que agora temos é melhor do que o Ricardo (excepto o Tiago, que vai ser uma espécie de Brassard do Sporting, ou seja, vai acabar a treinar gajos com mais talento e jeito do que ele, só que em vez de ser na Selecção vai ser no Sporting), não deixa de ser verdade que o Ricardo - sendo o tipo de guarda-redes que ninguém quer, a norte do Guadalquivir - não se devia ter ido embora para, exactamente, para onde foi.

Interlúdio: o Sporting é um clube de sofredores. O caralho.

Acabou o interlúdio e vamos à acção.

1 - O sérvio da baliza é bom. Pesadão, mas bom.

2 - O Gladstone é bom. É importante ter um central que tanto lhe faça que a bola saia do estádio como que fique lá dentro, desde que seja ele a acertar-lhe, ou no tipo que vinha a brincar com ela. Mesmo nos treinos, "sai da frente, Pupo!". A sério, é bom.

3 - O Pedro Silva é bom. Qualquer gajo é bom comparado com o Nélson do Benfica, portanto é bom.

4 - O Izmailov é bom. É baixinho mas tem aquela coisa que se chama pundonor. Ou outra coisa qualquer, mas é bom. Parece ser o jogador ideal para acabar com os orgasmos lorpas da população que faz locução da bola, de cada vez que o Quaresma (sem ser o que escreveu os gaguejos do Mantorras, o outro, o que andou a aprender no Sporting para ir ensinar no Porto, a gente faz muita pedagogia) faz uma trivela: uma trivela é uma coisa que qualquer gajo que só saiba jogar à bola com um pé aprende desde a primária, porque só tem aquele pé, o outro é uma espécie de muleta, de maneira que faz tudo com o pé que tem. Eu, por exemplo, se só tivesse uma mão, fazia um blogue chamado trivelas.

5 - O montenegrino que tem cara de Pedro Barbosa com mais cabelo e, já agora, menos quase vinte anos que o Pedro Barbosa, o Vukcevic, é bom. Ainda não descobri porquê, mas faz-me lembrar o Pedro Barbosa - e isso basta-me, para já -, misturado com o Pedrag Mijatovic e aquele gajo que casou com a Infanta Cristina de Espanha, mas em pior. Pensando bem, ainda não me faz lembrar ninguém. A não ser em pior. Mas é bom. Se não fosse bom estava no Benfica, como está o americano Adu, aquele mimalho que veio com a mãe e que vai ser suplente do Nuno Gomes.

6 - O Purovic, aquele gaiolas que tem cara de montenegrino mas que jogava no Crvena Zvezda, ou seja, deve mesmo ser montenegrino - e é gaiolas -, vai ser um bom suplente do Derlei. É bom, portanto. Só é pena que não tenhamos arranjado um gajo qualquer de quem o Derlei pudesse ser suplente. Eu vivo neste suplício de não entender porque é que não pedimos o Postiga emprestado ao Porto, que os andrades não o querem. Seria um "case-study": Postiga, o único jogador do mundo emprestado a um clube melhor do que o clube emprestador (tirando o caso do João Coimbra, se for para o Sacavenense).

7 - O Miguel Veloso é um podão ao pé do Adrien, mas a Europa não sabe. Em Janeiro, o Sporting reforça-se com o Adrien, a custo "anda daí dos juniores", e vende o Veloso por trinta milhões ao Arsenal. Não sabiam? Aprendam então. Em Janeiro, o Arsenal há-de estar de tal maneira que até trinta e dois milhões dariam pelo Adu, o mimalho do Benfica, quanto mais.

8 - Os Yannicks: um era para o Lavra e o outro para a Naval Primeiro de Maio - B. Enquanto é tempo. Nenhum jogador sénior com altura de iniciado vale merda nenhuma se não tiver músculos e velocidade e talento de veterano, como o Maradona, por exemplo, que era (palavras de António Garrido(*), ex-árbitro do FCP, actualmente apenas apaniguado) um "rollito de carne". Uma piroca? Claro que não. Maldita tradução simultânea esta, para "meat loafzinho".

(*) Ou seria o Carlos Valente? Acho que era, mas calhou-me bem a garridice.

9 - Eu depois continuo isto. Entrei de férias, o que quer dizer que os senhores não entrarão, para já, de férias de mim. Nunca, ao menos, antes que eu entre de férias dos senhores. O que resultará num imenso gozo para todos.

Cu no mocho

Bernardo Vasconcelos, ex-andebolista do Benfica, ex-médico do Benfica e benfiquista, falou claro. E consta que não vai escrever livro nenhum sobre o assunto, muito menos acolitado por abóboras vermelhas de patilhame jornalístico afiambrado a precisar de algum graveto. Vai defender o seu bom nome em sítio próprio.

"Ai é, ó Mantorras? Então, se é, alapas tu e mailo Zé Gabi com a padaria no mocho, para verdes como é o cheiro das tintas".

Esta já está e fez-me bem.

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