blog caliente.

6.6.05

Às tantas é mesmo desta que deixo esta pequena aventura

Via Casa em Construção tomei conhecimento deste desabafo duma pessoa que sofre, pelos vistos. Uma pessoa que sofre pode desabafar, mas não pode esperar grande merda quando desabafa ofendendo sem explicar o critério, e de forma global, todo um grupo profissional.
Como sou médico e trabalho no SNS e, além disso, fico fodido quando me chamam cabrão e outras coisas semelhantes, nem que seja por mera generalização, o que me apetece dizer é que não desejo ao filho da puta que me insultou nada de mal, que espero que se cure da maleita que arranjou, preferencialmente no caralho do país que ele quiser, e que regresse fino e capaz de uma de duas coisas: de repetir o que disse, que eu fodo-lhe os cornos, marco-lhe encontro para isso onde ele desejar, ou de pedir desculpa por ter sido capaz de se reduzir à condição de canalha quando sofre, insultando a esmo. Bastará retirar do seu sofrimento, da sua revolta (que nem sei se é genuína, pode ser que até seja), o tom globalizante. Só isso. Faria toda a diferença.

Até prova em contrário, peço desculpa mas mereces apenas um puta que te pariu, andor, e já agora, com a informação de que disponho, ó sofrido generalizador de culpas (que foi a informação que tu te limitaste a fornecer), sempre te digo que um grande cabrão hás-de ser tu. E filho da puta também, até por inerência..
Vai para o caralho, pela sombra.

Na caixa de comentários da criatura dorida, uma manada (com raras excepções) deixou sua credível poia, também. Idêntico rumo lhes desejo. Um caralho à escolha. Eu sei, isto não é simpático, mas também não me parece que se possa estar doutra maneira depois de ler aquilo.

E vem dizer-me o João que retira o "link" porque aquela merda acabou! Homem: retire pelos motivos certos, você não é médico? Retire porque o tipo o ofendeu, merda! Deixe-se de achar que vestir uma bata o torna maricas e contido; ofendem-no, responda-lhes à letra! Ou sente alguma vergonha do que anda a fazer? Se não sente, diga alto! Bolas! Você é tão capaz de errar, de se enganar, de falhar, como eu. Como toda a gente. Mas não pode ser a consciência dessa possibilidade de podermos errar, que nos faz sofrer todos os dias, até porque nos pode morrer alguém (e morrer-nos alguém é tão doloroso que até me mete nojo que haja quem duvide da nossa dor!), não pode ser essa consciência da nossa falibilidade, dizia eu, a levar-nos a emprestar credibilidade, pela contenção verbal, a desaforos imerecidos.

Eu nem me devia meter nestas merdas, para começar. Mas pronto, já está, fica. Não tenho muito jeito para arranjar amigos, inimigos não sei, espero que também não. A intenção não era essa.

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