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12.8.04

Problemas

I – O problema da discussão

O Alonso afirma, mais ou menos, que eu não sei discutir. Isso é tremendamente injusto: eu sei discutir razoavelmente. Não muito bem, de facto, mas ajeito-me. Isto é parcial e subjectivo? Muito bem.
O meu problema é este: mesmo que eu não saiba discutir, em que se baseia o Alonso para me imputar essa ignóbil deficiência?

Mesmo admitindo (o que me custa, mas pronto, às tantas é verdade) que eu não sei discutir, o facto é que o Alonso se baseia, para o decretar, nisto:

1 – Eu disse que Salazar tinha voz de capado e inventei uma teoria em que a grossura vocal se lhe teria escapado algures pela latitude das virilhas, após rombo.
2 – Eu disse que era um semi-católico semi-não praticante e brinquei com algumas práticas dos senhores abades enquanto, en passant, acusei Deus de letargia.

Ora, isto são afirmações. Quem não sabe discutir é o Alonso, que não as rebate. Eu fiz duas afirmações e, depois de Alonso falar, ei-las intactas na sua simplicidade inatacável. Pelos vistos.

O Alonso fez-me lembrar o Vitorino. O Vitorino era um tipo que reagia como o Alonso. Querem ver o Vitorino? Era assim:

- Ó Vitorino, a Magda cheira horrivelmente dos sovacos!
- Pode ser que sim, mas toca perfeitamente flauta de bisel!
- Ó Vitorino, o Arsénio não se lava!
- Pois, mas fez um mestrado no M.D. Anderson!
- Ó Vitorino, que tem uma coisa a ver com outra? Não sentes o cheiro?
- Nada, sinto o cheiro, mas o facto é que tu não sabes discutir!

Viram o Vitorino? É o Alonso, em versão normativa.


II – O problema do Panathinaikos

Bom, deste problema nem vale a pena falar. O problema do Panathinaikos, felizmente, não é meu. É mais da Lolita, do Paco... enfim, de mais gente que anda preocupada. E com razão. Eu andaria, pelo menos, se fosse comigo.

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