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12.10.07

Dogma de besugo

Parece que, brevemente, vai haver "pontómetro" no meu hospital. E noutros.

Para os enfermeiros não seria preciso: são muito rigorosos nas entradas e nas saídas. E nas pausas para refeições. O mesmo se passa com os auxiliares de acção médica: anos de vida hospitalar ensinaram-me isto, entre outras coisas.
Com os funcionários administrativos a coisa é semelhante: cumprem os horários escrupulosamente, à horinha, ao minutão.
Cuido que com os administradores será igual, não sei. Mas deve ser. Talvez não seja: para ser justo, tenho de dizer que os vejo por lá, ao menos a alguns deles, até tarde.

Eu dispensava os enfermeiros, os auxiliares de acção médica, os administrativos e - eventualmente - os administradores destas maçadas de "pontómetros".

O "pontómetro" devia ser só para os médicos. Estou a falar a sério.
Mais: o "pontómetro" devia ser só para mim.

Porque eu prevarico, de facto.
Eu confesso que, para cumprir escrupulosamente os pressupostos do "pontómetro", teria de passar a chegar ao hospital meia hora mais cedo do que chego agora (tempo que dedicaria à observação da limpeza de cus - "as higienes" - levada a cabo por enfermeiros e auxiliares) e, sempre para cumprir integralmente os pressupostos do "pontómetro", passaria a ter de sair duas ou três horas mais cedo do que agora saio. Isto todos os dias.

"A escalada de regras, em qualquer sistema, significa o climatério do sistema: cataménios que começam por ser cada vez mais abundantes e frequentes, depois cada vez mais frequentes mas menos abundantes, a seguir uns calores um bocadinho aleatórios, uma certa falta de humidade, até o sistema secar de vez".

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