Rapidamente mas bem.
Falta pouco. Mas ainda falta.Não falta pouco para tudo mas, para tudo, convenhamos, há-de faltar sempre muito.
Não ficaremos mais belos, nem mais desenvolvidos, nem mais inteligentes, nem mais endinheirados, nem menos desempregados, nem menos periféricos, depois de vencermos a França. Nem sequer seremos mais amados.
Mas também não ficaremos mais feios, nem menos desenvolvidos, nem mais estúpidos, nem mais pobres, nem mais desempregados, nem mais periféricos. E não nos amarão menos por isso, porque quem nos ama não nos ama, geralmente, "por" nada de especial: é mais "apesar de tudo".
A periferia é sempre bela. É nas periferias que fica a costa, que bate o mar, que se sente a espuma da alma. A alma é periférica: na cabeça reside, apenas, o cérebro. E alguns ossos chatos, à volta. Carapaças.
Abomino centros. Mesmo de mesa.
A seguir, com a fé do costume, e com a parva certeza de ter razão - que nunca me larga mesmo quando, a seguir, me fodo (e não me vou foder, ainda, desta vez!) -, publico mais um texto de Manuel Alegre. Bonito de belo, de sentido e de sentido e de sentido.
Foi o Luís que mo mandou, mais uma vez. Podia publicá-lo ele, o irascível e "arrepiável" Luís. Mas não. Já vi que não. Eu acho que ele me mostra os textos porque sabe que há coisas que só arrepiam pelagens parciais, irracionais, insensatas e fraternas. Eu já nem lhe pergunto nada: ele manda, eu publico. Pelo Luís, para o Luís e, já agora, pelos filhos de toda a gente que gosta de margens.
Há quem diga que se andam aí a estragar poetas, mas não, não andam.
Há é prosas que não são para qualquer musiqueta.
Vai já a seguir, que falta meia hora.
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