blog caliente.

13.12.05

Cinzas e coisas que ainda não arderam

A lolita deu-me, nos anos, uma caixinha do E.R.
Agora comprei outra, a quarta série. De vez em quando vejo um episódio. Faz-me bem.

Hoje, Ross e Greene foram à Califórnia. Num carro alugado, sem ar condicionado que lhes servisse de refrigério àquele Novembro quente. O pai de Ross estampou-se e morreu, eles foram lá.
Não importam mais detalhes.
Foram os dois, dois homens diferentes em fase individual (e colectiva) de diferenciação. Andaram por ali. Foram ver os pais de Greene, a San Diego. Pais antigos, os de Greene. Ele, antigo militar que não passou de capitão, dado à "bricollage" do fim. Ela dada, como sempre, a ele, ao capitão que amou. Tudo isto antes de irem espalhar as cinzas do pai de Ross num desfiladeiro alto e em que o sol estava ainda baixo, naquele azul de manhã cedo.

A história completa-se, porque doutra maneira ficava curta, na chegada de Carol, a namorada eterna e recorrente de Ross. Ele tinha-lhe telefonado a dizer que gostava que ela estivesse ali, com ele. Embora ele já estivesse com Greene e, para a história, isso quase bastasse. Era um desbafo de impossibilidade, ele não pensou mais nisso. Queria, naquela altura, pelo menos. E quase nunca se consegue o que se quer quando se quer "qualquer coisa, pelo menos".

Contudo, ela foi. E foi a três, sem nenhum deles estar a mais, que espalharam as cinzas do sacana. Sacana é o que é, sempre, um pai que nos morre longe.

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