blog caliente.

13.12.05

Mea culpa, cheguem-me no lombo.

Não vi o debate de hoje. Não pude. Também não vem mal ao mundo. Haja quem tenha visto.

Sobre aquela minha ideia, um bocado peregrina (até por ser inconsequente do ponto de vista formal e da execução: no fundo, o que eu pretendia com aquilo era uma coisa simples, que só percebi depois; era ver se havia laços, alguma laçada mais forte a unir quem eu gosto mais, e há) de escrever a quatro, a seis, a oito mãos, já vi que seria preciso mais tempo, mais comunicação, menos trabalho daquele que dá o pão e, sobretudo, que cada um não tivesse a sua vida. E temos todos.
O João Tunes, que é um tipo admirável com quem eu embirro (e ele comigo, muito mais que eu com ele, sendo eu bem menos admirável) de vez em quando, agarrou a ideia e acompanhou-me. O Miguel, que anda arrredio, até foi mais longe: alinha de qualquer maneira, desde que tenha tempo. Vontade segura tem. O Altino, para quem o conhece de o ler muito, também disse que sim. Com o Altino é sempre um "sim, mas!". O que faz do Altino um tipo a quem apetece sempre fazer propostas e ficar à espera do "que é que este tipo vai dizer desta vez para não ser como eu digo e ser como ele quer?".

A minha ideia foi má. Não acrescenta nada, pelo menos conforme a pensei. Pode-se tocar uma música a quatro mãos, há mesmo pautas escritas para esse desiderato de execução, mas dificilmente se escreve um texto a mais que uma (o alonso escreve só com dois dedos da mão direita, por exemplo, e quando é para escrever de mim usa só o do meio...) ou duas.

A minha nova proposta, pedindo desculpas por ter feito a primeira, é bem mais simples. Eu prometo, porque gosto e porque estabeleci algumas prioridades nas minhas leituras de fim-de-noite, ir ler o que cada um dos meus amigos que não conheço (e os que conheço também, tenho estes dois biltres juristas aqui comigo, quem havia de dizer que eu havia, um dia, de ser amigo, a sério, de juristas!) escreveu sobre os debates. Conforme faço, sempre, sobre outras coisas que eles escrevem. É uma questão de precisão, de necessidade, de gosto.

A menos que algum deles se saia com uma proposta mais inteligente e prática do que a minha, por mim, ficamos assim. Cada um na sua, sabendo dos outros pelo gosto que se tiver, e eu tenho, em saber o que os outros dizem.

O João Tunes pode achar que sou inconsequente. Ele alinhou e fizemos, ambos, o que prometemos fazer. Ele à pressa, que nem sequer teve tempo para pensar nisto, alinhou logo. Mas é uma questão de encarar isto como mais um "entusiasmo de besugo" que, agora, não sabe como lhe dar continuidade. Diga o João o que pensa sobre isto, eu tenho sempre receio que pense mal de mim por ter estes fogachos que depois deixo cair, o João diga o que pensa e eu alinho, fui sempre mais de seguir quem tem a luz do que o tipo que leva a candeia.

É muito mais o que nos une que aquilo que nos separa. Disto tenho a certeza. E deixo um abraço profundo a todos, mesmo aos que aqui não referi e se gastam nos teclados, como eu, na desinteressada ternura de estar com os outros.

Mesmo aos que me cuidam cru.
Não sou.

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