Eu importo-me, chateia-me
Areia grossa (Póvoa)
1 - O Francisco acabou com o Aviz.
O Francisco, esse "grande pairador que também brinca aos hooligans", um dos maiores responsáveis desse restrito grupo de uma dúzia de"culpados" pelo crescente interesse que esta coisa dos blogues foi despertando nas pessoas, levando muitas delas (como a lolita e eu, e mais tarde o alonso, por exemplo) a experimentar manter um, o Francisco, dizia, despediu-se com a simplicidade e a simpatia dos bons. Vai "pairar", agora, pela Gávea, apaixonado que anda, percebe-se isto há cerca de um ano, pelo Brasil e pela literatura brasileira.
Vamos lá visitá-lo, claro. Aliás, ele é dos que podemos, sempre, ler noutros lugares.
Prometeu novo blogue, não se sabe se para breve. E, antes de se ir embora, foi, uma vez mais, generoso. Isto é verdade, não apouca agradecer, cuido eu: no DN, fez referência a alguns dos blogues portugueses, dos muitos que afirma gostar de ler. E falou, entre outros, neste, no nosso pequeno blogame mucho. Eu soube pela Miss Pearls.
Isto agradece-se. Agradece-se por inúmeros motivos (aliás, se havia coisa que o Francisco fazia muito, no Aviz, era referir variadíssimos blogues que ia lendo, divulgando-os e estimulando, desta forma, os seus escribas, de forma sempre cordial e gentil), mesmo apenas por educação, mas, fundamentalmente, por dois: porque estas coisas sabem muito bem e porque enternecem.
Muito obrigado, Francisco, por tudo. A gente espera.
(E já te restaurámos a perfeita dentição, tu sabes, aquele deplorável episódio do "poster-alvo, enfim, fui praticamente obrigado...)
2 - Também encerraram outros blogues. Desde logo, o Jaquinzinhos. Muito bem escrito, humor corrosivo, discurso escorreito, quase "matemático" quando se tratava de defender pontos de vista. Sobretudo dedicado às coisas da política, podia ser intratável em temas económicos. Sportinguista. Foi pena, faz falta, teremos de o passar para a lista das "licenças sabáticas" até dar, de novo, notícias.
O Fora do Mundo era um projecto que juntava o Francisco José Viegas, o Pedro Lomba e o Pedro Mexia. No fundo, foi sendo alimentado por Pedro Mexia, que ia-se percebendo, estava a ficar cansado daquilo. A linha era mais intimista, menos interactiva. E era um projecto de três escritores que não resultou plenamente, como seria fácil de prever: os criadores, mesmo os da escrita, trabalham melhor separados. Sozinhos. Blogues colectivos funcionam bem quando adoptam uma temática - nomeadamente política, um projecto qualquer, ou um conjunto deles- e uma postura "corporativa" (no sentido de possuirem ou criarem "espírito de corpo", a ver se me explico bem). O Blasfémias, O Acidental, O Mar Salgado (aqui não é bem por isto, mas não sei explicar porquê), o Barnabé (enquanto não se chatearam e fecharam aquilo), o Blogue de Esquerda, o Causa Nossa, o recente Bicho Carpinteiro (entre outros) são alguns exemplos disso. Embora não se esgotem no que eu disse, bem pelo contrário.
Ou então, para serem colectivos, têm de ser "blogues de amigos", pequenos, sem rumo definido, quase sem tema, que é o caso do nosso. Assim também pode funcionar (embora esta casa não tenha rei nem roque, como é sabido. Neste momento, por exemplo, não faço a mínima ideia onde páram os outros, excepto a lolita, que está algures na Costa do Marfim a estudar a fauna bivalve).
Voltando atrás: eles voltam. Têm outros projectos, escrevem noutros lugares, mas um dia voltam. Pegando na última frase do "Jaquinzinhos", que disse que "está na altura de acabar com o bicho", o bicho atacará de novo. E ainda bem.
É possível que outros blogues tenham acabado, entretanto. Não sei. Espero que não. Gosto de os ler, concorde com eles ou não, gostem eles de mim ou devotando-me o fastio que se dedica à "fraca comida". Espero que isto não se torne numa coisa qualquer assim um bocado "endemico-epidémica", do género "Oh! chateei-me, vou-me embora, prontos!" , quando não acabamos por ficar nós para aqui a escrever sozinhos, com cara de tontos. Eu sei, lolita, eu sei, sossega lá a verrina, caladinha, sim?)
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