blog caliente.

2.8.05

Crónicas da Casa Redonda

Há, em cima da praia, uma casa redonda. Bom, redonda, redonda não é: é cilíndrica. Não se pode fumar dentro dela mas, em contrapartida, o acesso à internet é barato. Também é limitado, mas a limitação é apanágio de todas as coisas, baratas ou caras. E vê-se o mar, estamos em cima dele, cheiramo-lo mesmo com os olhos.
O vento, esse, sopra de norte. Fresco, o que cria muito bons corpos, porque enrijece as carnes. O céu está, como dizia Eça, azul ferrete: pouco mais claro que o mar, no seu azul feliz, assim alumiado pela felicidade dos lampejos do sol, que lhe aquece (pouco) o mau feitio.

Estou na Póvoa. Enxergo, à esquerda, o paredão. Bom para passeios agrestes de dias mais cinzentos e bravios.
Hoje, impõe-se a leitura dos jornais, lá em baixo, junto ao mar, esquecida por momentos a leitura obrigatória do tempo. Não, não sou o Anthímio de Azevedo, deixem-se de piadolas.

Já vi que se falou, aqui, do túnel da Ribeira. Não sou do Porto, mas também lá buzinei largueiro: um "fãn-fãn", mais estridente ou mais grave, era uma coisa que se nos impunha sempre às meninges, ali. Cuido, aliás, que o comportamento dum ser humano, quando se julga no subsolo, assume os potenciais do demo que o habita.

E verifico, com agrado, que a lolita conhece as utilidades inerentes a um bom picheleiro (eu também conheço, chamem-me lá nomes, a ver se me importo!) e a serventia de meia dúzia de cruzetas. Eu também sei de cruzetas, sim senhores.
Olha nós, lolita e besugo, quase de acordo numa coisa qualquer! Esta quase-sintonia há-de dever-se, provavelmente, a este estado bonómico que me invade pela via dos sentidos e se derrama pela via do teclado!...
Já a fidelidade a Pinto da Costa me passa completamente ao lado e, quanto aos "outros desvios civilizacionais" que a lolita assume, nem me refiro a eles. Para não parecer indiscreto e para não me deitar a adivinhar: eu sei lá que raio de diabruras os portuenses são capazes de fazer, envolvendo cimbalinos e vendedeiras do Bolhão!

Tenho de ir, agora. No entanto, para vosso desgosto e embirração, tenciono voltar.
Ai não querem, pensavam que estavam sossegados de mim? "Tudo na vida é falsidade e engano", meu caros.
Que querem, escrevam para os tipos que mandam neste sítio e barrem-me o acesso, libertem-se de mim pela via da censura, pela via do afogamento, eu sei lá!

De outra maneira, bem podeis gemer e cerrar os dentes...

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