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25.7.05

O futuro imperfeito

Cavaco Silva tem revelado, cada vez com maior clareza, as razões pelas quais não deveria ser o próximo presidente da República. Excede-se em tácticas para poder opinar sem que pareça que foi ele que pediu para ser ouvido. Exige segurança máxima e condições óptimas para anunciar que é candidato. Com isso, transparece-lhe uma pusilanimidade que até agora não se havia revelado e que não se imagina nem num presidente de Junta de Freguesia, muito menos num chefe de estado.
O facto é que, com esse excesso de cautela tão cara a quem se conhece a idolatria pelos rigores orçamentais (e se adivinham, até, os higiénicos), o homem tornou-se refém da sua candidatura condicional que, agora, se torna cada vez mais presente e inevitável. Ainda que, por artes da esquerda unida (como isto me soa anti-fascista...) o sonho se perca pelo caminho. O sonho da presidência dogmática.
A pior das desgraças será a de ser eleito, mas sem adversário que lhe engrandeça a vitória. Como numa maratona sem brilho, em que só correm atletas anacrónicos porque os mais novos emigraram ou são mercenários que desistiram em favor de outras glórias.

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