Os tempos
Mário Soares não. Por favor.Eu também já não nado coisa de jeito. Desloco-me na água.
Não. Mário Soares pode, sempre, boiar e ir falando. Basta. Não o vejo nos blocos de partida, não o vejo a virar aos 50 metros, parece-me cansado.
De qualquer forma, do ponto de vista estratégico, o PS só ganha em apresentar já o seu candidato. Brevemente. Reparem que Cavaco alimenta o seu mito, duma forma tão inábil que, quando resolver (se resolver) avançar, as pessoas dirão, apenas, "até que enfim, pronto, lá vai ele". Não haverá nenhum élan nessa candidatura, a não ser artificial. Já se fala dela há tanto tempo que soa a inevitabilidade chata.
Qualquer que seja o candidato do PS, apresentado rapidamente, terá vantagem, nestas coisas da pequena política: se Cavaco disser que sim, as pessoas dirão "olha, este não queria avançar sem saber quem ia ter pela frente, agora lá se chegou". Se não avançar, as pessoas dirão "que medo tinha, o homem, estava à espera e quando viu que era este, quedou-se". Cavaco acabará por ser colocado onde merece, com tanta hesitação: a reboque.
Agora, uma coisa: a candidatura de Manuel Alegre poderia, talvez, unir a esquerda. Talvez, não sei. Porque não há uma esquerda, há só "esquerdistas", hoje. E, se calhar, foi o que houve sempre. Mas não vejo outra candidatura que fosse mais capaz disso. Uma união falsa, como todas as uniões políticas de hoje, mas pronto, hoje não é ontem. Ontem não havia tantos incêndios, nem tanto enervamento fácil por pequenas coisas.
<< Home