blog caliente.

7.6.05

Moem mas não matam

Juro que não tinha lido o Evaristo quando me passou a neura e resolvi que não havia motivo nenhum para acabar com um dos meus mais inofensivos prazeres: escrever no blogame mucho. É só aqui que escrevo. Aqui e em inúmeros diários clínicos de doentes que tento tratar o melhor que posso. Para quem gosta de escrever, seria castigo grande. Para os senhores talvez não, admito perfeitamente.

Passada a raiva (antiga, esta raiva, que me faz lembrar sempre Leonor Beleza, mais alguns episódios que me aconteceram sempre que havia noticiários em que ela surgia, severa, a colar mais algumas etiquetas de esterco nos médicos todos) percebi duas coisas: que a raiva me passa cada vez mais facilmente e que tende a ser cada vez mais justa, à medida que se encurta na sua duração.

Nem sequer falo mais do incidente. Antigo, ainda por cima. Eu é que só vi anteontem.
Não quero mal a ninguém. Muito sinceramente, quero que o autor do escrito que me irritou, independentemente de se arrepender ou não do que escreveu, esteja bem e feliz. Mas, ainda assim, andor.

Agradeço à Lolita, que nem sequer precisa da minha gratidão, porque me conhece, é minha amiga, somos amigos. Ela já tinha, mesmo, lido sem me ter contado, para eu não ficar conforme acabei por ficar. Ainda por cima numa altura em que (se alguém soubesse a luta que isto tem sido, nas últimas semanas, conforme ela sabe! se bem que eu tenho desabafado aqui, acho que se pode desabafar, tem graça...) aquilo me cairia na sede como fel. Colocou a questão com a calma e o sossegado carinho que sabia que me faria bem. E fez.

Ao Evaristo, por fazer o favor de encontrar nas minhas palavras de indignação algum motivo de respeito. O Evaristo deve acreditar, como eu acredito, que quando um homem se indigna pode não ter razão, mas lá há-de ter as suas razões. E se tenta explicá-las, chamando-se besugo ou assinando com seis nomes, não devemos mofá-lo. Devemos ouvi-lo. Se se explica, disse eu! E isso soube-me muito bem.

"A corda do outro prende-me no pé". Era assim, no original, a cantiga do Sérgio Godinho.
Desculpem os palavrões que fui vertendo, mas quem cresceu com esta certeza e tenta fazer dela o seu lema tende, de vez em quando, a ficar fodido.

Já passou.

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