blog caliente.

3.4.05

O trovão

Um facto fortuito, imprevisto e alheio à minha vontade - a típica situação de força maior da doutrina jurídica - impediu-me de assistir em directo à cerimónia dos blóscares. Ao fim da tarde de sexta-feira, um trovão abateu-se, poderoso, sobre a casa do besugo, deixando-nos irremediavelmente isolados do mundo real e do mundo blogosférico. Cheguei a pensar que, conforme o Miguel havia anunciado, se tratava, afinal, dos primeiros sinais do apocalipse. Depois ocorreu-me que, conhecendo eu a determinação do besugo que, não sendo crente, podia sê-lo, teriam sido as suas orações, bem sucedidas, a causar a providencial intempérie. Lembro, a este propósito, a sua - ligeiríssima - irritação.

Entretanto já me inteirei dos premiados, a quem felicito, em especial à Carla Hilário Quevedo, que, de resto, concorria na mesma categoria que eu: elas. Eu gosto do optimismo do Bomba Inteligente. A Carla parece estar (quase) sempre a sorrir, mesmo que nem sempre esteja. E olha muito para fora de si. O Bomba Inteligente há-de ser sempre um blogue polémico, mas sempre notável - no sentido literal de um blogue que se nota. Nada disto, falemos claro, tem a ver com qualquer qualidade feminina específica, o que é muito bom sinal. Bom sinal será, igualmente, que haja quem pense que qualquer coisa do que eu acabo de dizer soa a bajulação: a previsibilidade também é característica dos fraquinhos.

Acrescento, finalmente, que tive este fim de semana mais uma prova da falência do mito da fragilidade feminina. No jogo de basquetebol para que ontem me desafiou o besugo encestei pelo menos o dobro do que ele. Do que o besugo, sim! O prolixo sportinguista e ilustre ensaísta da ética médica, que também possui musculatura e porte comparáveis a, digamos, bons actores de cinema - excluindo-se portanto, desde logo, o George Clooney; incluindo-se, ao invés, o Javier Bardem. Em se tratando de Seans, há um que liminarmente fica de fora. Está bom de ver qual é.

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