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31.3.05

Caminhos

Quanto tempo levará a relação clássica médico-doente a deixar o registo paternalista para se transformar numa relação sujeito-sujeito, sem prejuízo do saber médico?

Há-de demorar o tempo que ambos, médico e doente, demorarem a aceitar conviver nesse registo, independentemente do resultado final desse convívio.
Vejamos, ninguém procura o médico, enquanto médico, para conviver. Naturalmente. Quer-se a cura, o alívio, a paz. Estamos, pois, perante uma relação viciada, desde logo, pela cumplicidade de interesses comuns que, contudo, se desencadeiam, antes da comunhão, unilateralmente. Quem procura quem? E por quê? Com que expectativas? Pois.

Quero crer que ambos, médico e doente, querem o mesmo. Para quem? Exactamente: para o doente.

Pode não ser fácil. Vivemos tempos de vigilância opressiva. Mas, de qualquer forma, concordo que há-de ser por aí, o caminho. É, pelo menos, por aí que eu quero ir.

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