blog caliente.

25.12.04

É impossível ser feliz sozinho



Um Natal no fim cheira tanto a novo ano que acabamos por nos lembrar do que ameaça esgotar-se-nos. E ficamos mais doces, mais ternos, como quem se despedisse para sempre, mesmo sabendo que voltamos já.

É bom saber que os blogues que se lembraram, nos últimos dias, do blogame mucho são alguns daqueles que nos acostumámos a visitar e a ler, ao longo de quase ano e meio. Concordando, discordando ou apenas sorrindo. Sobretudo lendo.
Se as afinidades entre blogues são feitas, se calhar, mais dos silêncios cúmplices das leituras recíprocas do que das referências expressas, não deixa de ser verdade que " o toque", a carícia dos outros, aconchega. Sabe bem, para quê fingir que somos secos de fleumáticos quando nos sentimos latinos de tão gratos? Assumam as culpas, que são todas vossas.

Gostámos de saber que este blogue faz parte da biblioteca do Francisco, um homem do mundo sem ser só nesta frase; que o André Abrantes Amaral nos inclui na lista dos blogues que quis visitar durante este ano e que o Guarda-Factos gostou da tirinha azul dragão lá de cima. Todas elas referências bonitas, que agradecemos. Pelas mesmas razões (e também por razões diferentes) agradecemos à Miss Pearls, ao Paz na Estrada e ao Toix da Lusofolia, ao Portugalidades e ao Sebentaria.

Sorrimos quando vimos que a Bomba Inteligente nos deixou uma luzinha pelo Natal, conforme sorrimos ao Abrangente, ao Babugem, ao Eclético, ao Obstinado, ao Viva Espanha e ao Arcabuz, que nos alumiam mais amiúde e atentamente. Todos no mesmo abraço, que estendemos ao Blasfémias, ao Ideias Soltas e ao Cibertúlia: são gostares iguais de coisas diversas.

Ao Vilacondense e ao Trenguices (mil raios, não conseguimos dissociar os vilacondenses do boticário poveiro, são amigos forjados nas primeiras guerras de palavras, ainda gatinhávamos nisto, lembram-se?) temos de dar um abraço apertado de guerreiros. Igual ao que deixamos ao Luís e ao Carlos, eles sabem disso.

Sorver a prosa calorosa do Ma-Schamba e do Xicuembo (que ainda não pusemos ali ao lado, vamos pô-lo, a ele e a outros que nos faltam) sabe a terras de longe, noites lindas de verão.
Ler o Altino, o Água Lisa, o Vemos, Ouvimos e Lemos, é sentir prazeres diferentes no mesmo gosto pela escrita que ali quase se toca.

E navegar em paz na lucidez do Mar Salgado, que às vezes nos entra pelo Douro dentro como a gente nem sequer sonhava que nos pudesse entrar? Coisas bonitas.

São muitos. E são muito bons. E são ainda mais do que os que estão ali, na nossa estante, arrumadinhos para consultar sempre que pudermos. Lembrámo-nos agora destes, de repente, porque foi assim que nos saiu, entre sonhos e rabanadas. Uma pequena mistura de amigos de todos os dias a que faltam outros tantos. É sempre assim, falta sempre gente. Mesmo em liturgias planeadas. O que não é o caso.

Lolita e Besugo

View blog authority