Lumes pequenos
Não é o Estado que faz essas coisas perversas que refere, CAA, desculpe: são os governos.Os governos são entidades cada vez mais privadas que tendem (eu disse "tendem") a ser subsidiadas pelos partidos de cujas profundezas emergem, pelos grupos que financiam os partidos ("em partes iguais, damos a todos, por isso calem-se!" ) e, pasme-se, pelo Estado propriamente dito. O Estado subsidia isto porque não tem outro remédio, espartilhado entre quem acha dele, Estado, que "somos todos nós" (e lho exije) e quem afirma, com brilho, que "são os outros todos"(e lho exije, também).
O Estado mais não tem feito, sejamos justos, que suportar tudo isto com o estoicismo de quem recebe em sua casa ("faça favor de entrar, senhor governo novinho em folha, pleno de ministraria!") e tem de aturar convidados que insistem em lhe enlamear o assoalho. E gasta-se cera em barda, nisto tudo, ainda por cima. Basta ver os "convidados" de agora e lembrar outros que já sairam, às patadas.
Talvez fosse bom voltar atrás, uns meses, na blogo-conversa. E redefinir (no sentido de "definir outra vez, para os que não sabem, como o besugo") Estado. Sem citações, que são sempre potencialmente (eu disse "potencialmente") subsidiadas: assim rapidamente, de forma simples (para os simples), ao correr da pena. Que é isso do "Estado", que afinal não é o que a gente pensava que era? Que vem a ser esse unicórnio azul pouco amorável, nada amoroso, totalmente merecedor de cadeira eléctrica, de potássio, de pedradas?
Ou então não. Ficará, talvez, melhor assim. Provavelmente é má ideia, não dá jeito nenhum, "não sabem, tontos, vão ler"! Sempre isto das leituras recomendadas ao serão, que sina!
Mas fica a candeia acesa, que enquanto lhe durar o azeite vou eu vendo o meu caminho.
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