Les uns et les autres
Afirmei, uma vez, que era capaz de emprestar o carro (que me faz falta, raios!) a Manuel Monteiro. E que não o emprestaria, de modo nenhum, a Paulo Portas.Isto vinha a propósito, na altura, de redutores estereótipos, que se constituem, bastas vezes, em bases para raciocínios mais largos, que acabam por legitimar, pela sua largueza, a primária "estereotipagem" que lhes esteve na génese.
Evidentemente, nenhum deles mo pediu emprestado. Ao carro. Nem Manuel Monteiro me merece mais do que respeito; que é, aliás, uma das coisas melhores que há aí para merecer.
Na altura, não expliquei bem porque motivo era capaz de pôr as chaves na mão de um e as esconderia do outro. Não é preciso explicar o que se sente, quando alguém, sem lho pedirmos, o explica por nós.
Isto não tem que ver com ideologias, posicionamentos estratégicos, direitas, esquerdas, coordenadas mistas, místicas, mesmo com ambivalências. Isso discute-se. Tudo isto se pode discutir.
Agora, há coisas que são indiscutíveis. Mais que isso, são inegáveis, a não ser que se neguem com a cegueira luminosa da má-fé. E uma delas é esta: anda por aí, há tempo demais, uma chusma de sacanas a salpicar-nos a alma com a lama que levanta enquanto chafurda. Não sou só eu que vejo isso, este senhor também vê.
<< Home