blog caliente.

13.8.04

Poeiras

Chegaram-me as férias, o Sporting perdeu, ainda não escolhi os livros e a música que quero levar. Pior que isso, às tantas nunca hei-de conseguir levar tudo comigo. Nem toda a gente.

Eu gostava de estar sempre rodeado das coisas que gosto, das pessoas que gosto. E palpita-me que nunca hei-de conseguir, nunca. Uma pessoa sensata sabe isto de cartilha. Mas eu não. É como se morresse, uma morte esquisita, só por dentro, de cada vez que me descubro uma impossibilidade, uma incapacidade, um nunca mais. Um "nunca, desculpa, para ti já não dá".
É assim.

Uma das coisas mais injustas da "trivial life" é esta: por que é que temos de nos separar duma parte importante de nós, de cada vez que nos ausentamos? Por que carga de água não podemos manter sempre tudo junto? Tudo, mesmo tudo. Gosto da palavra tudo e não gosto da palavra nunca. Nunca hei-de gostar.

Vou de férias.
Quem fica, por favor, que mantenha a luz acesa e vá arejando a sala. Não gostava que estivesse poeirenta e a cheirar a bafio quando lhe abrisse a porta, no regresso.

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