O problema do mel
Hoje já tive direito a alguns mimos, mas foram mimos a pedido. Contam, sabem bem, mas não são mimos espontâneos. São mimos tipo “pega lá, pronto, a ver se te calas!”.E eu calo-me com isso dos mimos. Não me chegam, mas já chega. Tenho o meu brio.
Quanto à gripe, é curioso. A gripe "baixou-se-me". Ontem, parecia que todo o mal tinha origem na cabeça e no pescoço. Hoje, não se percebe bem onde é a origem do mal. Já não me dói a cabeça, mas o resto do corpo sente-o, ao mal, profundamente. Devo ser um estranho organismo, visto de cima.
Bom, mas eu vinha falar do Paços de Ferreira – Sporting. Foi ontem. Já não me lembro de estar com tão pouca vontade de ver um jogo (a gripe fornece, mesmo, doses industriais de “falta de vontade”), mas lá me sentei, meio torcido dentro de mim e da minha tosse.
O Sporting começou bem, rápido, dinâmico, geométrico, a trocar bem a bola e a chegar com perigo à baliza do Paços. Quando o golo chegou, já devia ser o segundo.
Depois, como vem sendo hábito, o Sporting agachou-se no equipamento. A parte final da primeira parte anunciava o golo do empate. Que chegou cedo, na segunda. Eu não vi, que tinha ido buscar mel. Vi a repetição. Não devia ter visto, porque nas repetições as coisas são devagarinho, prolonga-se a agonia do inevitável. Enfim.
Em boa hora, o árbitro expulsou aquele loiro oxigenado do Paços de Ferreira. Deve ser da gripe, mas eu achei que a expulsão foi injusta. A gripe adoça-me, bolas, amolece-me. “Amelece-me”. Tanto que, logo a seguir, fui buscar mais mel. O atrevimento, paguei-o caro: só vi o penalty que nos roubaram em câmara lenta. Outra agonia. Chamei urso ao árbitro e alheira ao auxiliar daquele lado. Parece ter resultado, curiosamente. O penalty seguinte já eles o viram. Eu, que estava ali pasmado, só o vi em câmara lenta. Mas foi mesmo falta, pronto. O Pedro Barbosa marcou o segundo golo (que bem jogou o Pedro!) ... e o jogo lá acabou. Com o Paços, amputado de um jogador, entretido a semear o pânico na introvertida defesa do Sporting.
Eu já sabia, é sempre assim. Quando a gripe me passar eu explico porque é que é sempre assim. Ainda com gripe, digo o seguinte: se expulsassem outro tipo ao Paços eles acabavam por empatar.
Tomei algumas notas:
1 - Em Janeiro, ir buscar o Zé Manuel ao Paços e dar-lhes, em troca, o Clayton mais 1500 euros, para despesas de manutenção e transporte. Perguntar ao Puntas se não quer vir também, temos o Luís Filipe para a troca.
2 – Um dia destes, perguntar ao Rui Jorge o que achou do Paíto.
3 – Imediatamente, perguntar ao Fernando Santos se quer, mesmo, matar-me do coração.
4 – Em qualquer altura, perguntar ao Porto “vocês não quererão emprestar-nos o Derlei?”
5 – Daqui a nada, mandar buscar mais “ben-u-rons”.
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