blog caliente.

26.8.08

Um lustro

A dona disto foi de férias e o faxineiro (eu, que - lá por isso - também veraneio) esqueceu-se.
Contudo, a verdade é esta: este blog fez cinco anos no passado dia 24 de Agosto.
Nada que motive festejos especiais, até porque já se esfumou o tempo dos festejos e, não tarda, temos mas é aí as vindimas. E o São Martinho. E o Natal. E os Jogos Olímpicos de Londres. E outro Papa. E assim.
No entanto, isto é verdade. Fizemos cinco anos. Bem sei que o número de visitas que conseguimos, neste primeiro lustro de existência, é irrelevante. Reconheço que não fomos ungidos com nenhum caralho de nenhum link do Abrupto (link indisponível). O Pedro Mexia, que possui um blog assim mais ou menos ao mesmo nível deste do ponto de vista conceptual (basicamente, anda ali a ver se consegue disfarçar a vontade que tem de dizer caralhadas em cada escrito e, como geralmente consegue, disfarça bem; mas aquilo é estranho), ignora-nos de forma olímpica. Penso que se trata ali de "invidia". Ou daquele síndromo um bocadinho menos complicado que é o "quem é que são aqueles tipos?, esse blogame-coiso existe mesmo?, ide gozar a tia".
Por falar nisso, La Rititi, que anda agora num frenesim de medir a cintura de seis em seis horas, a ver se consegue reenfiar-se na saia travada que comprou em 1973, também só nos visita quando não está a dar de mamar: nunca. O mesmo se passa (salvo seja, valha-nos Deus) com o Francisco (mas isso eu sei porque é, é que não há praticamente gajo nenhum que tenha frequentado o Liceu de Chaves que me perdoe o facto de eu não ter frequentado o Liceu de Chaves), com o João Tunes, os manos Dupont et Dupond (onde andarão estes?), o Altino e o JPT (que, se eu fosse capaz de despertar emoções profundas sem ser à minha mãe, me odiaria pela mesma insuficiência que eu também lhe detecto: não o entendo, bastas vezes, mas neste caso tenho a certeza que a virtude é dele). E com o Senhor Luís, esse barbeiro pré-socrático.
E que dizer da Bomba Inteligente? Uma criatura que nunca nos citou sem ser a pedido meu, não raras vezes de bruços, o rosto na lama? É por essas e por outras que não lhe mudámos ainda o endereço nas páginas amarelas, tem de sofrer - e seguramente sofre, vê-se isso pelas fotografias que tem publicado, sempre coisas em que se pressente uma angústia quase brutal, a gente vai lá ler aquilo e percebe que, em cada texto que publica, o que lhe apetecia escrever era "e a malta do blogame mucho?, que chatice, eu bem sei que fazem cinco anos, sim, mas desta vez népias, eles que corrijam o meu endereço, ora bolas, mas que é chato, é, ando aqui em ânsias de os linkar, sobretudo ao besugo, aquilo é um talento, que chatice, moeda romana".
"Ou grega!", retorquiria Anabela Mota Ribeiro, se ainda se metesse nisto - ou no absinto.
E o Miguel do "Tempo dos Assassinos"? Nós bem sabemos que agora tem outro blog e até sabemos qual é, mas enquanto não parir um escrito em que, explicitamente, diga "ó chumos, eu agora estou aqui e isto é só convosco, vinde cá!", uma coisa pessoal e extremamente rendosa para nós em termos de visitas, também vamos lá à volta, obrigadinho.
O caso Blasfémias é um caso à parte. Reconheço que nem sempre fui agradável com o CAA e que, uma vez, afirmei ser o João Miranda ... hum... algumas coisas. Nada disso, porém justifica a completa ausência de citações a que esse blog alternativo (sim, que eu ainda me lembro do tempo em que iam acabar as noites para o "Pink", há coisas que, de facto, se me não apagam da memória - por enquanto) nos votou. Escrevi, mesmo, alguns textos que, logo que os publiquei, pensei: "Bolas, isto que eu escrevi, catano, amanhã está aqui a Helena Matos a reconhecer que sinceramente, isto aqui é aquilo que eu tenho andado a pensar escrever desde que praticava caligrafia no word, dasse!, mas não, nunca aconteceu (a menos que a Lolita me subtraia alguns e-mails elogiosos, o que é possível, embora aos que aparecem a insultar-me mos mostre todos, ou, se me esconde alguns, então valha-me Deus...).
E o maradona? Bom, deste nem falo. É o caso típico do blog que, tirando certas merdas, odeio profundamente. Um tipo que consegue assistir aos Jogos Olímpicos de madrugada, fazer de conta que lê livros complicados ao lusco-fusco, fotografar pássaros, estabelecer comparações valorativas entre medalhas confeccionadas de vários metais, fingir que percebe de desporto - coisa que, com indivíduos como o aka (eu, aqui, não possuo o link, de maneira que pronto), funciona relativamente bem -, pegar-se com duzentos e dezoito indivíduos ao mesmo tempo (e já nem falo da Fernanda Câncio nem nada) e distribuir mais fruta que a que recebe (excepto da Fernanda Câncio, mas o maradona é altruísta, lá está, ou isso ou outra coisa árabe qualquer) e que não é capaz de, entre duas dentadas numa sandes de "ingredientes", vir dizer "OK, ó malta do blogame mucho, também já estais a ficar vetustos, parabéns, olhai, e ó besugo, por falar nisso, ainda a endireitas?, isto por falar agora em barras de ferro um poucachinho torcidas mas muito rijas...", é profundamente lamentável.
Poderia falar, ainda no Altino. E, como poderia, falo. Fui lá ver se se tinha lembrado desta data de ribomba, mas também não. Além disso, o Altino transformou-se numa espécie de Lolita em versão lampiona: ou o Benfica ganha ao Sporting, ou recolhe-se ao Tom Waits. Isto paga-se em longos meses de silêncio escutativo do velho Tom.
O Boticário, esse, devia penitenciar-se longa e largamente pela sua falta de atenção. Não, isto tem de ser dito. Trata-se ali dum blog que, sem os ensinamentos do blogame mucho - verdadeira estrela polar para desnorteados - nunca teria entrado nos eixos. E agora que fez ele? Por acaso veio dizer "ena, esta malta fez cinco anos e eu só não escrevo mais agora porque vou ali comprar foguetes?". Não. Limitou-se a dizer que foi a São Torpes e (bem feita!) a ter de aturar comentários imbecis escritos por analfabetos funcionais. Tudo se paga, nesta vida.
E o Dragoscópio? Para começar, e eu agora vou tentar dar um exemplo de como o tipo escreve, embora sem o mesmo requinte, aliás, requintes, quem os tinha, dizem, era Torquemada - mas eu acho que não, questiono mesmo a existência desse torcionário porque me parece que não passou dum torcedor, isto no sentido de ser mesmo ele a bestiúncula que torcia os dedos dos infelizes que, com a conivência - reparem que utilizei aqui uma fusão de palavras que proporcionam um efeito vagamente repudiável por causa das três primeiras letras e, sobretudo, da quarta, que parece pressupor uma espécie de iteração que, depois, não acontece - do arquitecto Caguinchas, isto duma forma clara e ofendidamente dita, para começar, dizia eu, também não só nos não cita texto nenhum, como nos inclui num espaço translúcido e praticamente ilegível que ele acha que é a sua lista de endereços, o que é bizantino. Para acabar, basta berrar que estamos ofendidos, o que é lídimo.
Há muitos mais. Os restantes também estão quase todos na lista que mantemos à direita, profundamente desactualizada (aliás, a Carla Bruni já anda ali a meter nojo há mais de seis meses, no caralho da playlist que a Lolita ia actualizar todas as semanas, sim, sim, coração, todas as semanas?, pega lá seis meses!).
De maneira que eu, portanto, é só razões de queixa. Considerai-vos punidos, que a queixa - e olhai que eu sei do que vos falo - pode ser a pior das punições, e ide em paz.
Para o ano, mais cuidadinho, vós todos.
Eu agora tenho de ir porque já não dá para escrever mais nada aqui, que a patroa instalou-me um "palavrómetro" e pago multa sempre que ultrapasso um determinado número de letras por texto, tenho vários em tribunal e muitos deles nem os considero textos, quem diz muitos deles diz cerca de todos.

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