blog caliente.

16.8.08

esguichar de novo o velho (uma nova rubrica de besugo sobre reciclagem)

Aqueles tipos que põem música nas discotecas e danceterias chamam-se várias coisas, de Zed Pointer a Bermuda Gin, passando por Jahmal Laevolac. Eventualmente.
Não sei os nomes deles, sei que são uma caganeira. E que, se formassem um sindicato, seria o sindicato dos D.J. Isto lê-se "didjei".
Eu não sabia, mas aprendi hoje: nunca se pede a um "didjei" para pôr uma música qualquer que nos apeteça ouvir. Um "didjei" é um "criativo", não admite intromissões na sua arte de criar misturas do que os outros já fizeram.
Um "didjei" põe aquilo que lhe dá na telha, é um artista do "mix", da miscelânea, do "e o resto que se foda". O "didjei" é uma importante inutilidade. Um "reformatador". Um "re-marceneiro" tosco de madeirame alheio.
Eu não sabia.
Pensava que os tipos não tinham essa importância toda, que eram uma espécie de indigentes que se colocavam a botar música porque, desde sempre, desde os bailaricos de liceu, havia sempre aqueles tipos que ficavam de serviço ao gira-discos, porque as gajas não queriam dançar com eles e, já agora, em lugar de irem beber cervejas e emborrachar-se (e, depois, virem estorvar), tornavam-se úteis.
Mas estes têm mais importância. Pelos vistos.
Muitos parabéns. A sério.
Gosto cada vez mais de chulos: sabendo quem são os chulos acabamos por conhecer o putedo todo. De acordo com algumas abróteas que ouvi hoje, conhecer um "didjei" pode ter o mesmo efeito. A maior parte dos gajos e das gajas que vão aos "botequins" não vão para se misturarem nos seus suores e nos seus sorrisos "de quem vai junto". Não. Vão ver e ouvir o "didjei" e cheirar a catinga do "didjei".
O "didjei" é o "vai mas é mudar os discos e fica lá!" do meu tempo. Com uma diferença: em vez de nos deixar esquecermo-nos dele para nos concentrarmos em nós, não admite passar despercebido. Gosta que acreditemos que sem ele não há festa. É um intermediário da sonoridade, mas cuida-se "O DONO DO SOM".
Não é. É perfeitamente dispensável. Claro, como qualquer intermediário das emoções dos outros, ganirá que não é assim. Olha logo quem, um "mixer de ganidos" a ganir da sua utilidade e do seu talento!
Mas é. É dispensável. Lixeira electrotécnica.
E fará sempre menos falta (e aqui nem sequer admito discussão) que qualquer par de namorados que se beije até à xerostomia, mesmo sem música nenhuma: só com aquele som húmido da saliva mútua enquanto não seca.

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