O Condesso
Disse-lhe que precisava de fazer quimioterapia e expliquei-lhe o que era. Escutou tudo como se estivesse a ouvir o relato, o rádio de pilhas era eu.
"Percebeu, senhor Condesso?", arremessei.
"Percebi. Era uma úrcela mas agora passou a ser um tumor fâmea. Uns dizem que é uma coisa, você diz-me outra".
"Não sabia que era um tumor? O cirurgião não lhe disse?", arrisquei.
"Disse. Mas sois todos uns madraços. Eu não me trato, não quero, enganaram-me, sois todos uma trampa".
Calei-me, a olhá-lo. Sabia que vinha dali mais metralha. E veio.
"Ide-vos foder. Um diz-me que é um tumor, o outro diz-me que é um tumor, entendei-vos! Tratar-me aqui é que não me trato. E, se eu morrer disto, estais fodidos, que eu tenho um filho só da minha senhora que anda a estudar na universidade. Para juiz! "
A senhora dele nem roncou. As Condessas emudecem.
"Percebeu, senhor Condesso?", arremessei.
"Percebi. Era uma úrcela mas agora passou a ser um tumor fâmea. Uns dizem que é uma coisa, você diz-me outra".
"Não sabia que era um tumor? O cirurgião não lhe disse?", arrisquei.
"Disse. Mas sois todos uns madraços. Eu não me trato, não quero, enganaram-me, sois todos uma trampa".
Calei-me, a olhá-lo. Sabia que vinha dali mais metralha. E veio.
"Ide-vos foder. Um diz-me que é um tumor, o outro diz-me que é um tumor, entendei-vos! Tratar-me aqui é que não me trato. E, se eu morrer disto, estais fodidos, que eu tenho um filho só da minha senhora que anda a estudar na universidade. Para juiz! "
A senhora dele nem roncou. As Condessas emudecem.
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