São Miguel e eu, arcanjos da mesma bruma, a minha
Vivi aqui um ano. São muitos dias, é mais que três semanas.
A minha rua quase que se vê daqui. Era pequena e terminava, sempre, no sótão da casa dos outros que era a minha casa. Havia uma florista, em baixo. Depois, subindo escadas, uma escola de inglês que nunca frequentei. E, mais acima, um consultório médico, doenças dos ouvidos, do nariz e da garganta. Choros de amígdalas.
Ganhava pouco para o que fazia na altura, acho eu. E demais, acho eu também, para o que fazia por saber mesmo fazer.
Há sempre um equilíbrio precário entre o que achamos de nós, o que os outros de nós pensam e a verdade. A verdade, aliás, nem sequer é fiel de balança nenhuma, é um contrapeso necessário que se busca para tentar medir. Pesar, no caso.
Pesar, não tenho.
besugo
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