blog caliente.

3.8.06

Retratos do tresler

Por acaso tenho lido muitas coisas sobre bombardeamentos de civis. É condenável. Deve doer imenso.
No Abrupto, um senhor escreveu muitíssimas palavras sobre uma coisa que, repito hoje o que escrevi ontem, resume "Dresden" - a película e o resto:

"A seguir, vi vinte minutos de "Dresden". Não gosto. Não vi mais que isso. São bombardeamentos a mais à volta dum caso banal, uma gaja a trocar um gajo por outro, em condições difíceis.
Não passa disso."

Isto disse eu. Gosto de me citar. Fosse eu um boi e citar-me ia, lidar-me-ia, banderilhar-me-ia, pegar-me-ia. Matar-me-ia. Mutilar-me-ia de orelhas e de rabo e, fantástica metáfora (mais vale isto que andar a descrever emagrecimentos de gramas, todos os dias), arrastar-me-ia pela praça, morto e mutilado, herói de mim, despojo da minha vitória sobre mim, boi de rastos mas bonecreiro de mim, vitorioso.

Eu, para falar com franqueza, não gostava que me bombardeassem, mesmo que estivesse de farda.
Acho que, de farda, dói na mesma. Isto escreve-se depressa e é como punhos.

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