blog caliente.

1.8.06

Esguichos de besugo

Os meus pais deitaram abaixo a pocilga, de maneira que em vez de ir para lá ver refocilagens e "snifar" lavagem, li isto.
Também li o que escreveu o Luís Delgado, mas já não lhe acho piada: se a ablação radical do encéfalo fosse possível e compatível com a vida, seria, no caso de ser levada a cabo neste cronista, em termos de efeito prático, como chover no molhado.

Lêem-se coisas destas e o estômago desata a pedir mais fumeiro para alimentar o cancro.

"Uma maioria clara de portugueses (55%) defende a realização de um novo referendo sobre o aborto. Esta é uma conclusão do Barómetro feito pela Marktest para o DN e a TSF."
Ou seja, 5% de seja o que for confere claridade seja ao que for. Tontice inútil, abusiva, parva.

Os eleitores mais jovens (entre os 18 e os 34 anos) mostram maior entusiasmo perante o referendo (67%), inversamente aos inquiridos com mais de 55 anos (apenas 43% apoiam uma nova consulta).
Isto traduz, apenas, uma grande vontade dos eleitores mais jovens de que lhes sejam perguntadas coisas. Depois, como habitualmente, ou não vão responder (que está sol, e tal), ou não sabem o que responder. Mas gostam que lhes perguntem coisas, pronto: "ó Tómané, que achas disto assim-assim?", "Eu?, disso assim-assim?, olha, ainda bem que me perguntaste!". E calam-se.

A margem de manobra do Presidente da República está condicionada: eis outra conclusão relevante do barómetro. Cavaco Silva deve aprovar a realização de um aborto -concorde ou não com ele - caso o PS lhe faça esta proposta. Só 18% dos inquiridos entendem que o Chefe do Estado não deve dar luz ao referendo mesmo sob proposta governamental.
O "bold" é meu, mas a frase inteira está no DN online. E é de gosto abaixo de cão.

Entre os sociais-democratas prevalece uma opinião contrária à despenalização (50%), embora a percentagem dos que advogam uma alteração do actual quadro legal seja também significativa (41%).
Aqui, o cronista do DN parece acreditar que a unidade corresponde a "cento e qualquer coisa por cento"; ou, em alternativa, não atribui significado interessante aos 50% de sociais-democratas que, embora não prevalecendo do ponto de vista da opinião, apoiam a despenalização - contra os outros 50%. Por outro lado, é hilariante ler que é significativa aquela percentagem - de 41% - dos sociais-democratas (presume-se que o cronista se refere, sempre, aos sondados do PSD) que advogam uma alteração do actual quadro legal. Um dia que eu detenha 50% do capital da Sonae terei de me desfazer de 9% dele para ser respeitado e para ser significativo. Está bem.

Inversamente, os adversários da despenalização estão entre os mais idosos (44%), maioritariamente do sexo feminino (36%), residentes no Litoral Centro (42%) e pertencentes às classes baixas (36%).

Mário Zambujal escreveu, uma vez que "... e era muito religiosa e conservadora, como todas as putas".
Eu achei bem visto. Sobretudo depois de ler a frase acima, a que pus em itálico, a do DN, em que se afirma que os adversários da despenalização são, maioritariamente, do sexo feminino (ou seja, 36%) - presumindo-se que os restantes adversários, a maioria, ou seja, uns meros 64%, estarão distribuídos pelos restantes sexos minoritários.

Vão de férias, não me chateiem. Ou melhor: vão assentar tijolo, ou chegar massa.
Sondagens destas deviam ser feitas pelas gaitolas acima dos "interpretadores", quando as bexigas lhes inchassem de colectado e "indrenável" mijo. Sondagens feitas com algálias grossas.

É muito fraco, mesmo para embrulhar peixe.

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