blog caliente.

6.5.06

Das toupeiras

No meu zapping (zapping é, para quem não sabe, aquela reprovável patologia que consiste em estarmos ali a carregar em botões dum aparelho relativamente pequeno e sem fios, sem ser um vibrador ou um telemóvel, até aparecer futebol ou, havendo sorte, gajas nuas) também me surgiu uma espécie de debate entre várias pessoas, das quais só identifiquei o general Loureiro dos Santos (perito em geo-socio-estratégia guerreira-e-também-coisas-que-ele-leu, área em que só é ultrapassado por Nuno Rogeiro, embora este excelente e cada vez mais grisalho "repas" tenha sempre aquele ar de quem se enjoa a fundo nas ultrapassagens) e, quase irreconhecível sem aqueles óculos que eram confeccionados à base dos fundos de várias garrafas grossas, o Dr. Nogueira Pinto.

Estavam lá mais. Estranhei não descortinar (expressão grata a Gabriel Alves, quando analisa) Pacheco Pereira e Lobo Xavier, mas depois pensei logo que haviam de estar noutro canal qualquer, eventualmente no Suez ou na SIC-Eventual.

Não sei qual deles foi, mas sei que foi um outro, um que não sei como se chama, um que tinha dedos com unhas que pareciam um bocado sujas (focaram aquilo ao perto, pareciam unhas sujas, muito curtas, mas há tipos que roem as unhas e elas parecem sempre porcas; e estão, quando é o caso; ou seja, estavam...), que leu alto - e mostrou - a primeira página do Expresso de amanhã.

De forma que vos digo - sim, que eu tenho boa memória (que é, qualquer psi vos diz isto, uma função superior da inteligência, embora seja exercida no limite das rotações, geralmente - e lá está, pode ser o meu caso, admito - por entes inferiores) -, que amanhã ides ler o seguinte:

1 - Que Freitas chega ao fim do dia cansado, "o que quer dizer que se vai demitir".
2 - Que 70.000 famílias (ou seja, cerca de 210.000 pessoas) portuguesas deixaram de pagar os empréstimos bancários, "o que significa que a vida está difícil".
3 - Que Saramago teve uma crise de soluços. Esta parte deu origem a alguma risota, eu já a esperava desde que, antes mesmo de o culto de serviço explicar a notícia, vi o título. Um jornalista daqueles de oculozinhos pequenos, um que tem ar de quem é acólito numa Sé menor, até afirmou, alarve, que "não tarda nada, temos aí um ensaio sobre o soluço...".

O último tipo que vi com uma crise grande de soluços acabou hoje o terceiro tratamento e está um bocado melhor.
A aleivosia e a ignorância são pares. E as putas são, sempre, muito religiosas e conservadoras. Não me lembro quem disse isto, não fui eu.

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