Por dentro de Brahms
Pelo vale inteiro escorrem os gemidos dispersos dos sinos das freguesias, como se viessem para se unirem, todos, na fundura do vale, num gemido só. O rio, ao longe, peregrino, faz de espelho triste. Vai húmido, cinzento, fosco, evocando fantasmas de romeiros. Vai sozinho.
É dia de finados. De memórias presas.
O bocadinho de luz que ali se vê, esgueirando-se de cima, furtivo e oblíquo, derramando-se por entre as linhas baças da partitura, é a clave de sol que me empresta sentido à melodia.
<< Home