Orgulho e preconceito
Uma série produzida pela BBC, por muito que isto pareça generalizador, é sempre muito boa. E, aliás, basta ler um romance da Jane Austen para se perceber como são profundamente adaptáveis a séries de televisão de sucesso. O que se aprecia, ao segundo, nestas séries são as subtilezas dos sorrisos, dos olhares, das entrelinhas dos diálogos. E a delicadeza das envolventes: tudo é delicado, suave, contido, tanto que nos convencemos de que a Inglaterra era, naquela época, composta apenas de bosques e campos verdejantes e por pessoas que falavam correntemente um inglês irreprensível, quer manifestando gratidão ao responder "Indeed, you're most kind" ou declarando um amor ardente ao sussurar "I ardently admire you".
Vêem-se estas séries britânicas, primorosas, com o mesmo prazer e com o mesmo abandono com que se saboreia um café perfumado num dia calmo. E, claro, inevitavelmente torcemos para que Mr. Darcy, the handsome, severe and cold gentleman, conquiste finalmente Elizabeth Bennett, teimosa e íntegra herdeira de apenas três mil libras e que, no início do século dezanove, não aceitava casar a não ser por amor.
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