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7.11.05

Le voilà, le mince...

1 - Ao contrário do que escreve Luís Delgado, não é Soares que tem de se preocupar com Manuel Alegre. Não é Soares - ao contrário do que ele, Delgado, arenga - que pode perder umas eleições já perdidas nas sondagens (e Delgado aprecia sondagens, que ele sem um GPS de encomenda fica desorientado). É Cavaco. Eu espero que o professor não comece já a exibir os calafrios do temor, que eu quero vê-lo rabiar um bocadinho, ainda.
Agora, Delgado, num texto que pretendeu passar uma certa imagem de leveza, descontracção e destemor, está nitidamente acagaçado. Seja porque lhe falaram grosso, seja porque (que pilriteiro é este ser, meu Deus!) "desconhecia o fenómeno", ficou um bocadinho perplexo. E preocupadote.
Tanto é assim, que se esmerou na procura de exemplos de populismo, juntando logo três (o que, nele, a julgar pelo que escreve, traduz um esforço intelectual extenuante) na mesma frase: "uma mistura de Perón, Fidel e Newt Gingrich".
E, tanto se esmerou, que se saiu com estes três exemplos, que lhe fazem jus à massa neuronal e à fisionomia. Os exemplos misturados, note-se. Mas que passam muito ao lado de Manuel Alegre, ao menos no que ele, Delgado, pretendia que lhe acertasse em cheio: são exemplos desajustados, infelizes, tontos. Leia-se "de tonto", mas sem querer chamar tonto a ninguém.

2 - Tendo analisado, por outro lado, com aquela "certeza no cagar" que o caracteriza, a situação em França, o cintilante pensador já descobriu que só há duas maneiras de resolver o problema.
Este tipo de indivíduos tende a gostar de reduzir as questões (e as soluções) a uma dicotomia muito "lá de casa". Esta gente já definiu muito bem, desde o tempo em que ainda precisava de mão amiga para lhe limpar o rabinho consolado da redentora dejecção, que "isto, na vida, há o bem e há o mal e, depois, para quando eu fizer asneirolas, ainda bem que há, também o purgatório, que é para se me convier, na altura, o mais-ou-menos".
Numa análise rápida, como se fosse o instrumento duma ferida inciso-contusa nas nossas consciências, um relâmpago que fendesse os céus e no-lo abrisse aos mistérios mais abissais, ele diz tudo numa frase. Ou diria, se quisesse; ele é que não quis. Ele quis parecer preocupado. Mas não está. Com isto não está. E, se quisesse, podia ter escrito assim:
"Ou resolveis esta merda toda à porrada ou, então, deixai estar, que os "skins" vêm aí e tratam do assunto!".

E acrescentou "Um perigo."
Concordo. Nem sei como o deixam publicar, ainda.

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