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14.6.05

Lá de longe

Eram oito da manhã quando hoje liguei o carro e soube da morte de um homem orgulhoso, com cuja vida se escreveu uma boa parte da nossa história e que, nos últimos anos da sua vida, se deixou abandonar por quase todos. Nunca se saberá se se deixou abandonar por sua vontade. Com o tempo, todos passaram a dedicar-lhe a curiosidade que se dedica a um homem insólito, inimitável de tenacidade, que escrevia com sentimento e desenhava por vício de criação.
Cunhal é história nossa, é história tão pura e tão farta que nos toca no fundo. Que ninguém fale em consensos: odeie Cunhal, quem sempre o odiou. A sua morte há-de sentir-se, espero eu, como se sentiu a sua vida. Sobretudo, como ele a sentiu.

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