Saudades
Este post vai ser escrito ao som de um oboé. O som apaziguador de um oboé a sinuar por entre violinos.Vi-o na escola, entre os outros meninos. Olhava-me envergonhado, como se quisesse que o mimo que me mostra em privado se mantenha privado. Vi-o crescido, bem distante de quando era o meu pequenino. Vi-lhe os olhos ladinos, de onde sei que, nos silêncios, guarda bem mais do que o que diz. Cresce. Cresce tanto todos os dias que fiquei quase em pânico de não ter a certeza de quando cresce. E vai crescer mais, até só eu reconhecer o meu pequenino.
Todas as noites retenho, no fundo da minha memória, aquele pequenino rosto, enfim sossegado no sono que eu, orgulhosa, embalo. Há-de ser um homem, e há-de ser tão forte como frágil. Tão triste como feliz.
Por enquanto abraça-me, abraça-me todos os dias. E eu abençoo-o. Das profundezas. As minhas e as dele.
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