blog caliente.

16.4.05

Ouvir Fausto.

Não se sentia nenhuma temperatura, nem frio nem calor. O vulcão estava lá, mas tinha calma antiga. A escadaria descia sempre e eu corria, em passos largos de tropeço, cada vez mais largos, para não cair, sempre com medo de, mesmo assim, me estatelar. Ninguém me perseguia, estava só a ver se não caía, sem poder parar. O tanque era cinzento e tinha grades e fuligem nas paredes. Água de sabão velho, num tanque em que se não consegue nadar. E, sempre, a casinha pequena em que a luz amarela se cheira contra o sol.
Ela não reparava em mim porque eu não podia falar. O cão da Miqueta ladrava, correndo atrás de mim, mas numa encosta longe. Pediram-me lume e eu parei. Não tenho lume. Posso é fumar contigo enquanto o sino toca. Está mais quente, talvez acorde em breve e o isqueiro deixe de me marcar as mãos. Sulcos de aperto.

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