blog caliente.

7.3.05

Prémios

Mas antes ... bem vindo Joselito. Eu sou o caixeiro viajante dete blog (lolita dixit), ou seja, o tipo que de vez em quando aparece na tasca, pergunta se está tudo bem, bebe uns copos, deixa umas provocações e ... baza por período indeterminado. Sem nada vender à clientela da tasca, claro. Até porque, tirando concordarmos com o facto evidente de que hoje é o amanhã de ontem e o ontem de amanhã, em quase tudo o mais discordamos alegremente. E assim continuaremos. Adiante.


a) Prémio "sei quem ele é", atribuído por Madalena Iglésias

O Freitas é ministro do PS. Isto, dito assim, parece uma coisa sem história. E é-o. Só há história quando há memória. E só há memória quando vale a pena tê-la. Há pessoas que ficam na memória. E na história. E outras que não.

desconfio que o Sócrates ainda se vai arrepender desta escolha. Para o bem (?) e para o mal, ficou refém dela. Faço votos que tenha boa sorte, que isto de ser primeiro-ministro de um ministro "senador" tem os seus escolhos.


b) Prémio "o sôtor usou um argumento" atribuído por Alonso Fonseca

Os meus amigos andam todos poéticos à conta da eutanásia. Eu cá acho bem, e até me identifico com o que a lolita escreveu àcerca da perspectiva materialista de quem trata esse assunto através de questões laterais e, por exemplo, discorre sobre a matéria da morte "escolhida" na perspectiva de saber se isso é ou não negócio para as companhia de seguros.

Não sei porquê, esse tipo de atitude faz-me lembrar os defensores do aborto livre até às XX semanas quando se põem - para o defender - a falar das meninas ricas que supostamente vão abortar a Elvas ou Badajoz. Pelos vistos, o cretinismo militante não é exclusivo de nenhum lado em nenhuma causa.


c) Prémio "Publica uma bujarda que apareces na SIC", atribuído pelo Sindicato dos Jornalistas

Para minha grande surpresa, este blogue não dedicou ao franciscano sem paróquia grande atenção. A verdade é que os franciscanos já não são o que eram, como se pôde ver nesse franciscano-mestre-do-politicamente-correcto-e-verdadeiro-padre-do-regime que dá pelo nome de Vítor Melícias. Na entrevista que deu, era possível ver em fundo um quadro a óleo do personagem que, pelo estilo, deve ter sido pintado pelo Pinto-Coelho (acho que é com hífen, se não for, desculpem lá qualquer coisinha). Mais possidónio era difícil. Enfim ... pobre São Francisco.

Mas voltando ao outro singular membro dessa ilustre ordem, achei curiosa a forma como a generalidade da "inteligentzia" dominante reagiu. Os jornalistas, então, faziam as mais "dirigidas" das perguntas, estilo "Mas ele propõe o desrespeito da Lei, não é?" como se, de repente, os jornalistas tivessem passado a achar que respeitar a Lei era algo absolutamente essencial.

Enfim, fiquei com a sensação de que o pessoal continua a tratar estes assuntos como se os padres fossem repartições públicas e que, mesmo nos seus actos religiosos (como seja ministrar a comunhão), é seu dever cumprir a Lei do Estado Português.

Isto lembrou-me ainda outro episódio: o dos Pais que cortaram relações com um Padre porque este não aceitou para Padrinho de uma criança que eles queriam baptizar uma pessoa que, na reunião prévia ao baptizado, afirmou não ser católico.

As pessoas - parece-me - continuam convencidas de que a Igreja faz parte de um determinado conceito de vida social. E não faz. O que faz é parte de um conceito de vida religiosa. Que vai para além dos actos semi-religiosos/semi-sociais em que se transformaram o baptismo, a primeira comunhão, o casamento e o funeral "com missa".

Quanto a este padre, nem lhe gabo a natureza evidentemente panfletária da iniciativa, nem concordo com o teor da mesma. O dito tem a obrigação de saber que a comunhão não se dá ou se recusa por decreto. Nem se recebe (ou deve receber) por temor, mas por convicção. Parece-me que deve ser cretino.

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