blog caliente.

4.3.05

Mercenários

Todas as nossas expectativas se concentraram no anúncio de um governo socialista que fosse o preciso contraste do último. Que seria, por isso, abundante em estrelas da política, cérebros da economia e notáveis "sem nome na polícia". O que não aconteceu. Para nosso desconsolo: ainda não é desta (o Quinto Império, claro).

Também se esperava que os cépticos do PS se distanciassem do governo "to-be-born", numa reedição da era santanista, embora mitigada, que os colocasse em posição suficientemente confortável para, em correndo mal (o que é possível, não apenas de um ponto de vista estatístico), sair em salvação do partido. O que também não aconteceu.

Também se esperava, embora incredulamente, que Freitas do Amaral seria premiado pelos bons serviços prestados ao PS. E foi. Aconteceu. Será um prestigiado ministro, sem dúvida. Mas sem espaço político, sem definição ideológica, sem honra própria. O Diogo perdeu definitivamente o lugar de honra na democracia cristã portuguesa e, talvez, em toda a política nacional. Passou a free-lancer, mercenário do poder, a quem empresta o prestígio que, mais do que provavelmente, perderá com o tempo. Passará a ser patético, sempre que invocar a sua honra ou, pior, a sua independência.

O Vitorino, esse não quis entrar. Não acredita. Ou preserva-se. Quererá, talvez, manter-se "o desejado". Bem pensado.

View blog authority