blog caliente.

2.3.05

E por falar em profissões inúteis...

... eu conheço um desde que nasci. Ensinou-me filosofia aos cinco anos e foi meu (déspota) professor aos seis. Fala muito de Ricqueur, já foi admirador de Haabermas e de Wittgenstein e, recentemente, reabilitou a psicanálise que antes havia desprezado (embora ele negue, se lhe perguntarem). Vive afogado em livros e papéis: nunca descobri se os lê a todos e nunca niguém terá certezas sobre isso. Nega, a pés juntos, declarações antigas que inverteu em certezas. O vinho alentejano, por exemplo, passou miraculosamente a ser (pelo menos) tão bom como o do Douro. Fala muito, por todo lado, por todo o mundo, até em casa. Até na minha casa. Nasceu teimoso, conta a lenda; hoje é bastante mais, rezam os factos. E às vezes irrita-me, umas vezes em combustão lenta, outras em explosão súbita. Deixou-se, porém, convencer a não votar no óbvio, no dia vinte do mês passado.
Hoje faz cinquenta anos. Parabéns, "big (not such) brother".

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