Parvos
Como era de prever, temo-lo aí outra vez. Correia de Campos. O homem que protagonizou (eu não disse que foi ele que a fez, disse que foi ele que a protagonizou) a inflexão bestial do PS na sua política de saúde. O homem que emprestou rosto à rara curiosidade que consiste no seguinte: uma legislação com pés e cabeça, uma legislação publicada, ficou esquecida no bolor dos antigos diários da república, substituida por outra, mais a jeito. Mais "fiquem lá com isto, que dá trabalho!".Refiro-me aos CRIs, evidentemente. Os CRI de Manuel Antunes, goste-se ou não dele, os CRI de Maria de Belém, goste-se ou não dela. A ideia foi dela, aliás. Eu gosto dela, já se sabe.
É uma coisa que era previsível, esta "quase que recondução da pobreza de espírito", esta espécie de "mais do mesmo", para utilizar expressões gratas à massa neuronal dos pobres diabos. Que dizem isto conforme dizem que "o que é preciso é que Portugal vá para a frente". Mas estou, mesmo assim, mesmo prevendo, profundamente decepcionado.
Interessei-me pelo projecto dos CRI. Frequentei formação sobre CRI e sobre qualidade. Acreditava e acredito no primado da competência e do mérito. Descreio profundamente de livros de ponto, horários rígidos, mais baseados na manutenção de presença visível em corredores e em conversas de refeitório que em actividade programada e útil, visibilidades de tonto. A dinâmica paralela dos Hospitais inspira-me repúdio, uma vontade imensa de regressar depressa a casa.
Estou muito triste. Mas passa-me.
Passa-me. Mas entristeci.
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