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23.2.05

O acaso, se por acaso o há

Maxi Lopez é um jogador argentino que o Barcelona agora tem. Possante e lutador, poderia estar no Benfica, se o Benfica tivesse capacidade para discutir com o Barcelona em termos financeiros.
Hoje à noite, o Barcelona ganhou ao Chelsea, por 2-1.
Maxi Lopez demonstrou que há dias para tudo, até para se ser herói. Marcou um bom golo, daqueles que há-de marcar mais, porque tem características de recebe, temporiza e chuta.
Participou noutro em que foi herói acidental: rematou, a bola saíu-lhe torta e encontrou a bota de Eto'o, que a encaminhou, certeiramente, para o fundo da baliza.

A vida é feita de talento, de saúde, de educação e de trabalho, sim senhores. E de lazeres e descansos, quando os há. Mas, também (e muito!), de sortes e de azares. "L'hasard", a sorte e o azar, ao acaso. Há isso, eu acho.

Ao contrário do que pensa e diz Gabriel Alves. Para Gabriel Alves (e para muita gente que, cada vez mais, vou conhecendo), o futebol é uma espécie de jogo de PlayStation, em que a gente se aperfeiçoa nos botões e, em se aperfeiçoando, consegue ganhar sempre, mesmo no nível mais difícil.

Para cada vez mais gente que vou conhecendo, a vida também é assim, quase assim, um bom bocado assim. Uma questão de treino, de concentração competitiva, em que nos aperfeiçoamos sempre. Quase chega a ser pecado que o prémio deste adestramento todo seja a morte, mesmo para quem crê em setenta virgens ou em delíquios celestiais menos "desflorantes".

Não é assim. Para mim não é. Há, definitivamente, o acaso. O acidente que sai duma maneira, consoante podia ter saído doutra.
O descontrole, a absoluta falta de previsão, têm desfechos que dependem, sobretudo, do calhar.

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