Consertos
Acredito que o Alonso esteja preocupado. Eu também estou. Já estava e continuo a estar. Devíamos estar todos, passado que está o momento do "golo da vitória" neste jogo, o campeonato prossegue.Comecemos por assentar nisto, Alonso: nem eu me sinto, hoje, muito goleador, nem tu deste nenhum "frango" que te derrote.
Trata-se, tratou-se sempre para mim, duma história deprimente e irritantemente clara na sua essência "quase" mafiosa, que envolveu 3 pessoas: Durão, Portas e Santana. Tu sabes como eu vejo isto, como sempre vi, que já falámos disso algumas vezes e eu já aqui derramei alguma lama biliar sobre o assunto.
Uma sucessão de equívocos e baixarias tinha, forçosamente, de acabar assim. Não se via ali, nunca se viu, coluna vertebral. Havia, ali, uma sensação penosa de se mexer em visco. Havia, que queres? Para mim havia, desculpa.
Admito que podemos estar a começar, alegremente, a nossa próxima sucessão de equívocos e baixarias. E doutro visco qualquer. Eu espero que não, mas vamos ver.
Uma coisa de cada vez.
Sei que há rumos que não podem mudar. Sei que quero continuar a poder pagar as minhas contas, que não são muitas, e caminhar relativamente direito pela vida que me resta. A minha esperança na mudança de rumos é, hoje, muito menor que há vinte anos. E já não a quero toda, à mudança que antes queria.
Atrevo-me a repetir o que disse ontem, agora doutra forma: não me provoca espasmos de alegria, esta maioria absoluta do PS. Mas também não me preocupa demais. Eu queria (duma forma que, se quiseres, podes glosar de "irracional"), que fosse penalizada uma maneira que cuido ser pouco nobre de fazer política e de estar na vida. Do meu ponto de vista, foi. Sei bem situar os meus derrotados. Se bem que, como também sabes, já desisti de interpretar a vontade do povo: para o povo, às tantas, não foi nada disto que se passou.
Quando enalteço Ferro, aliás, meu amigo conservador, não o faço por lhe conhecer outras virtudes que não sejam aquelas que agora te digo, as principais: tomou o leme do PS numa altura má, quando foi tempo disso; e, quando lhe pareceu, chamuscou-se ao defender um amigo.
Entende sempre isto, Alonso: o teu amigo besugo nunca saberá nada de economia, de política, de coisas complicadas.
Guio-me sempre pelas pessoas, pelo que gosto ou não gosto delas, pelo que lhes surpreendo de bom e de mau, a cada momento.
É por isso que tenho os amigos (poucos) que tenho e os inimigos (poucos, também, espero eu) que tenho.
E alguns dos amigos estão aqui, no blogame. Já cá estavam e continuam a estar. Creio firmemente nessa manutenção de algumas coisas boas que nos consertam a vida.
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