Enfim ...
Para gáudio dos meus colegas de blog, cá venho dizer qualquer coisita sobre a (também minha) derrota de ontem. Em três registos:A) Alonso versão "Politicamente correcta e nada combativa"
Quero antes de mais felicitar os meus colegas de blogue, por que as eleições correram como eles queriam que tivessem corrido. Desejar ao PS que faça bom uso da maioria absoluta e que governe Portugal com competência. O CDS teve um resultado muito mau, pode ser que para a próxima seja melhor.
B) Alonso versão "políticamente incorrecta e revanchista"
- Pois é, meus amigos esquerdófilos, ganhou o PS, com maioria absoluta, o PSD é uma desgraça e o CDS está de rastos e sem líder.
Tomem, no entanto, nota do seguinte:
- Nem vomecês nem ninguém sabe o que vai o PS fazer no poder. Para além da geral incompetência dos milhares e milhares de "boys" que já salivam na perspectiva do tacho que hão-de receber, sobra a total ignorância do povo quanto ao sentido das políticas que vão ser desenvolvidas. O que é bom, considerando que o Sócrates nem teve que se comprometer com políticas de esquerda. O que significa que vai prosseguir políticas ... de centro (estou a ser irónico, claro).
- Aproxima-se uma luta de civilização, no que respeita ao aborto. E a direita só pode agradecê-la. Qualquer combate exclusivamente político nos próximos tempos seria um massacre da esquerda pela direita, nem que fosse porque esta está particularmente desmotivada e sem vontade nenhuma de se andar a chatear com campanhas. (isto, até que todos os besugos, lolitas e stkanekos deste País comecem a dizer do Governo do PS: " MAU ... eles falam, falam, falam, falam, e não os vejo fazer nada ....fico chateado, concerteza que fico chateado ...")
- O referendo à lei do aborto será diferente. Seja qual for o resultado, vai galvanizar as massas, de um lado e do outro. Visto deste lado, isso é bom.
C) Alonso versão Alonso
Estou preocupado. Não tanto pelas políticas que o PS porá em prática, porque serão "mais do mesmo", por muito que isso custe a quem quis mudar, mas porque tenho do PS a noção de que, salvo raras e honrosas excepções, é formado essencialmente por incompetentes.
Estou também preocupado por causa do CDS. Se não fôr o referendo ao aborto a dar entretanto ânimo às hostes, o que vou sentindo é um tal desânimo que nem sei como se chegará (com capacidade política suficiente) aos próximos actos eleitorais. Desde logo, as autárquicas.
Estou ainda preocupado por causa da questão do aborto. Tactica e politicamente é bom que o referendo se realize proximamente, pelas razões já explicadas. Mas a questão não é táctica nem política. E o referendo anuncia-se duro, e de resultado imprevisível. Eu nem sei, neste momento, quantas semanas de gestação é que a esquerda entende serem suficientes para que se permita a liquidação do feto por simples vontade da mãe (ou portadora, como quiserem). Mas nem isso me importa muito. Importa-me mais que, sejam quantas forem, isso passe a ser letra de lei.
A ver vamos ... até lá, e apesar da mudança de Governo, nada mais (que seja importante) mudará de facto.
PS - besugo, a distinção entre CDS e PP faria sentido no tempo do Manuel Monteiro, de quem tanto gostas. Hoje, o paradigma do "velho CDS" é capaz de ser o Freitas, personalidade que aprendi a não apreciar. Quanto ao PP, já não é, feliz ou infelizmente, o partido essencialmente populista dos tempos do Monteiro. Devo dizer-te que os meus tempos de maior identificação com este Partido foram 2: no tempo do Pires; agora. E por isso, fui mesmo derrotado. Em 1983 e 1985; e também agora, em 2005. É assim.
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