blog caliente.

17.1.05

Os miseráveis

Como os pobres deste país (os que vivem miseravelmente em esterqueiras sem nome, os que não se lavam porque têm medo da água e do sabão, os que são doentes e nem dinheiro têm para comprar comida, quanto mais remédios, mesmo que tenham filhos na Suíça que os visitam em Agosto, montados em BMWs verde-alface, os mesmos BMWs em que os transportam, imediatamente, porcos e doentes, ao hospital, onde ficam depositados em macas duras e encostadas às paredes porcas dos hospitais que têm que dar lucro, esses mesmo, os que mesmo quando são saudáveis se lhes lê na cara que só o são porque ainda não adoeceram, os pobres mesmo, os pobres a sério que gostam de sonhar que a Moura Guedes e o Louçã são amigos deles, que pensam mesmo neles, esses todos e outros ainda) insistem em não votar no PC, vou eu votar.
A Lolita, pelos vistos, também. A diferença é que eu já devia ter juízo, já o fiz antes, vou repetir a teimosia porque me acenam com palhacinhos cor-de-rosa como alternativa à paneleiragem.

Querem gozar? Façam favor. Mas eu é que cheguei agora do país real, mal lavado, doente e burro. Sei perfeitamente do que falo. Ainda por cima, metade dos pobres que tratei bem hoje eram capazes de me bater, se lhes confessasse que vou votar neles.
No fundo, vou votar neles por gratidão: os pobres diabos passam a vida a votar em mim, filhos da puta, imbecis, que nem sabem a força que têm, bastava repararem nos pulsinhos tísicos do Portas, do Santana, do Sócrates e do Louçã para perceberem que vivemos um tempo de... Sean Penns.

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