Talentos pujantes - 2
A Lolita voltou e ainda bem. Este blogue estava a ficar completamente desaustinado, até porque me deixaram aqui sozinho. Nem sei para que raio mantemos ali aquilo dos sete co-autores, aquilo é uma espécie de "também temos o Niculae, é um excelente avançado... mas não joga!" multiplicado por cinco.Bom. Ela voltou e trouxe um bocadinho de África com ela. E perdeu uma coisa qualquer no Sal. E ainda não se pegou comigo (*). Tudo bons augúrios.
Por isso, tentando atenuar a má imagem que posso ter dado deste blogue caliente nos últimos dias (mas, insisto, eu estava aqui sozinho!), a propósito de talentos pujantes, refiro duas coisas.
1 - João Pereira Coutinho, rico, está a dar uma entrevista a Judite de Sousa, na RTP1. Começou por dizer que está na disposição de ajudar Portugal, ainda mais do que já tem ajudado na sua condição de empresário. Ora, isto é muito bom. Embora possa ficar a sensação, a algumas pessoas mal (in)formadas, assim de repente, que para João Pereira Coutinho, Portugal é ele.
Foi o meu caso, ficou-me essa sensação, mas também estive doente em criança, deixaram-me sozinho alguns dias, tudo isto é fado, de maneira que vim para aqui e deixei-o a perspectivar-se por interposta Judite. Aliás, só comecei a ver o programa porque pensava que o Coutinho que ia ser entrevistado era o outro. O que gosta de fumar, da Lauren Bacall e, eventualmente (qual SG Memória), de fumar a Lauren Bacall. E que define os fumadores como pessoas interessantes. Eu nem sabia que ele pensava tão bem de mim, mas também pode acontecer que o facto de eu fumar seja mais ou menos secreto nos meios que ele frequenta e que, eventualmente, o cronista se não referisse a mim. Pelo menos especificamente.
Mas é pouco provável. Tudo isto é nebuloso.
2 - O que não é nebuloso é o imenso talento, o pujante talento, de Sean Penn. Tanto assim é que ganhou um oscar. Conhecem alguém sem talento que tenha conseguido um oscar? Sem ser daqueles oscares de carreira, daqueles que até Manoel de Oliveira se arrisca a ganhar um? Ah! O vosso silêncio expressa bem a vossa perplexidade contrita!
Penn, o versátil ex-espancador de Madonna, ganhou um dos oscares verdadeiros. Tudo por causa dum filme em que o lingrinhas faz de histérico, de mau, de pensador e de compassiva criatura, tudo misturado.
Fica aqui um retrato de Penn, emergindo (a custo) do seu talento, encerrando a minha incursão cinematográfica dos últimos dias. Prometo remeter-me, nos tempos mais próximos, ou ao silêncio (o que me parece pouco provável), ou aos temas simplistas relacionados com a miséria humana. Excluindo o tema Penn, obviamente, que esse já está.
Até está aqui, ora vejam:
(*) - Cabe aqui um aditamentozinho. Basta ler a posta subjacente para se perceber que mesmo eu, ponderado besugo, tenho os meus momentos de precipitação.
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