A Dulce
Passemos a outro assunto.Em boa verdade, o besugo não tem qualquer exclusivo na publicação (recorrente) de longas dissertações sobre os seus mais estimados ódios de estimação - a saber, Manoel e Sean. É que também eu senti esse apelo: tentei, hoje à tarde, explicar a razão pela qual defendo que a Dulce Pontes canta abaixo de mal.
Lembrei que é histriónica. Que anseia por mostrar que tem um vozeirão (amplitude vocal, ao que me disseram) e que se esquece que é muito mais simples do que isso - só teria de cantar. Comparei-a (imagine-se a heresia, helás!) a Maria Callas, esse vozeirão cantante. Mas a Callas sabia usá-lo e sabia suscitar farta comoção, ao passo que, quando canta a Dulce, me lembro imediatamente dos piratas da BD do Astérix gritando "preferimos o chicote" ao entertainement do bardo Assurancetourix.
A Dulce estragou a musicalidade dos fados de que eu gosto(ava), inquinou a música do Morricone e induziu as adolescentes aspirantes a vozeirões a mostrar comportamentos desviantes nos concursos da televisão.
A Dulce é um desastre estético, só comparável ao incêndio da biblioteca de Alexandria, à implosão das estátuas hindu no Afeganistão, à obcessão mundial pelo Código da Vinci ou à reeleição de George Dabliu Bush.
Antes a Tonicha.
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